Neupatimagem-UNICAMP

Meduloblastoma clássico em vermis cerebelar aos 5 anos. Recidiva após 9 anos com disseminação ao III ventrículo, ventrículos laterais e lobo frontal direito. 1. Tumor primário.

Fem., 5 a. quando da Primeira biópsia. 14 a. quando da segunda biópsia. Clique para TC, RM originais (meduloblastoma vermiano), RM com recidiva após 9 anos, HE, IH do meduloblastoma no vermis; HE, IH da metástase frontal.

Destaques da microscopia.

HE. Aspecto geral. Pseudorrosetas de Homer Wright	Mitoses	Apoptose


Macrófagos xantomatosos	GFAP. Positivo em células neoplásicas com diferenciação astrocitária	SNF. Positividade intersticial focal e em pseudorrosetas de Homer Wright : diferenciação neuroblástica.

Aspecto geral. A amostra inicial no vermis cerebelar operada com a idade de 5 anos mostrou um meduloblastoma clássico, com pequenas células em arranjo sólido. Entre as feições que chamavam a atenção estava o grande número de células em apoptose, algumas pseudorrosetas de Homer Wright e aglomerados de macrófagos xantomatosos perivasculares. Mitoses eram escassas e típicas.

Pseudorrosetas de Homer Wright. Ilhotas de tecido róseo e homogêneo em meio ao tumor, circundadas por núcleos, correspondem a formações em que as células neoplásicas enviam prolongamentos centripetamente ao centro da roseta, que fica preenchido por estes. São considerados evidência de diferenciação neuroblástica e o centro é habitualmente reativo para sinaptofisina.

Mitoses. Eram escassas, todas típicas, vistas mais freqüentemente como placas metafásicas.

Apoptose. É curioso que o número de núcleos em apoptose supera muito o de mitoses. As células em apoptose aparecem como fragmentos nucleares hiperdensos, pequenos mas de tamanhos variados, dispersos entre as células viáveis. Diferem da necrose, pois esta afeta áreas contínuas, por vezes extensas.

Macrófagos xantomatosos. Células arredondadas, de citoplasma amplo e finamente espumoso, presumivelmente contendo lípides, aparecem em clusters em meio às células neoplásicas. Fagocitam restos celulares e freqüentemente agrupam-se em torno de vasos de paredes finas (vênulas), através dos quais deixam o tecido tumoral pelo sangue, pois, nos tumores, como no tecido nervoso central normal, não há linfáticos.

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IMUNOHISTOQUÍMICA

GFAP. A proteína glial ácida fibrilar é expressada por células deste meduloblastoma com diferenciação astrocitária. O fenômeno é corriqueiro em meduloblastomas em decorrência da natureza dual da neoplasia, originada das células da camada granulosa externa, que participa da formação do córtex cerebelar. Os astrócitos documentados abaixo não devem ser confundidos com células pré-existentes, pois seu citoplasma é escasso, e os núcleos do mesmo tamanho e cromatismo que os das células tumorais vizinhas.

SNF. Sinaptofisina, uma proteína participante de vesículas sinápticas, é expressada em muitas células deste meduloblastoma e usada como evidência de diferenciação neuronal. As pseudorrosetas de Homer Wright aparecem fortemente positivas, pois aí se concentram prolongamentos celulares dos neuroblastos que compõem o tumor.

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Agradecimentos. Caso do Centro Infantil Boldrini, Campinas, SP. Preparações histopatológicas e imunohistoquímicas pelos membros do Laboratório de Patologia - Aparecido Paulo de Moraes, Irineu Mantovanelli Neto e Adriana Worschech.

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Para mais imagens deste caso:
RM 2007. Tumor original no vermis	RM 2016. Recidiva na lacuna cirúrgica, com propagação aos ventrículos supratentoriais e lobo frontal direito


Tumor original, HE, IH	Recidiva, HE, Masson, reticulina	Recidiva IH - GFAP, VIM, SNF, Ki-67