Neupatimagem-UNICAMP

Glioblastoma de células gigantes.
1. Espécime, HE

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Masc. 23 a. Clique para TC, espécime macro, HE, tricrômico de Masson, reticulina, destaques da imunohistoquímica, GFAP, vimentina, S-100, CD56, NF, CD34, Ki67.

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Espécime cirúrgico. Masc. 23 a. Este notável tumor chama a atenção pela boa delimitação, não usual em gliomas difusos. O plano de clivagem com o tecido nervoso limítrofe foi suficientemente bom para permitir exérese em peça única. Como o material foi recebido imediatamente após a retirada, foi possível documentá-lo nas cores naturais. A superfície externa era lisa, mas irregularmente lobulada. A consistência era firme e elástica (provavelmente pela maior quantidade de fibras colágenas e reticulínicas. Ao corte, havia nítido contraste entre a periferia acinzentada, que corresponde à margem captante na tomografia computadorizada, e o centro necrótico amarelado que não impregna por contraste, pois aí não há circulação sanguínea.

Destaques da microscopia.

HE. Anarquia das células neoplásicas com aberrações morfológicas extremas.	Multinucleação	Pseudoinclusões intranucleares


Mitoses típicas	Mitoses atípicas	Proliferação vascular exuberante com pseudoglomérulos e lesões em casca de cebola


Masson. Fibras colágenas abundantes, intersticiais e associadas a vasos	Reticulina. Fibras intersticiais entre as células neoplásicas	Fibras associadas a vasos.


Destaques da imunohistoquímica

HE. Aspecto geral. O elemento diagnóstico principal é a extrema anarquia das células neoplásicas, com grande número de células gigantes de citoplasma volumoso, geralmente homogêneo e róseo, lembrando 'vidro fosco', como o de astrócitos gemistocíticos não tumorais. Os núcleos são aberrantes, hipercromáticos, com extrema variação de forma e volume, e abundantes células multinucleadas. Vários núcleos contêm pseudoinclusões. Mitoses atípicas são corriqueiras. Há proliferação vascular como em glioblastomas comuns, e áreas de necrose, especialmente na região central da massa.

Aberrações e gigantismo celulares.




Multinucleação. Células multinucleadas com extrema variação morfológica de seus núcleos, inclusive nucléolos proeminentes e pseudoinclusões, eram comuns.







Pseudoinclusões. Pseudoinclusões intranucleares, comuns neste glioblastoma de células gigantes, são lingüetas de citoplasma que se introduzem em irregularidades da membrana nuclear, dando a falsa impressão de se encontrarem no interior do núcleo. Para exemplos em outros casos, clique.

Mitoses típicas e atípicas. Eram vistas em abundância. As mitoses típicas correspondem a placa metafásica única e organizada. Nas atípicas, os cromossomos podem estar dispersos ao acaso ou agrupados em mais de uma placa metafásica. As células resultantes têm genomas aberrantes, com perdas e ganhos cromossômicos. Estes podem resultar em células inviáveis que sofrem apoptose, ou células ainda mais malignas que as originais.

Alterações vasculares.

Há proliferação das células endoteliais dos capilares, levando à formações glomerulóides com enovelados de várias luzes (pseudoglomérulos). Há também vasos anômalos com células em arranjo concêntrico (aspecto em casca de cebola) e trombose da luz. Estas últimas lembram as observadas nos rins na hipertensão maligna. As alterações vasculares são responsáveis pela necrose da região central do tumor, documentada na peça em corte.

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Agradecimentos. Processamento histológico e lâminas HE pelo pessoal do Laboratório de Rotina: Mariagina de Jesus Gonçalves, Maria José Tibúrcio, Guaracy da Silva Ribeiro, Fernando Wagner dos Santos Cardoso, Viviane Ubiali, Fernanda das Chagas Riul e Vanessa Natielle Pereira de Oliveira. Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP, Campinas, SP.

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