Glioblastoma  multiforme  de  células  gigantes. - 
A. Parte de células gigantes.  1. Macro, HE, tricrômico de Masson
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Este glioblastoma de células gigantes tinha dois componentes distintos, tanto morfologica- quanto topograficamente : um componente de células gigantes no nódulo principal do tumor, e um de glioblastoma convencional, com escassas células gigantes e o aspecto habitual nestes gliomas difusos de alto grau.  Discutimos os dois separadamente. 

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componente de células gigantesmacroscopia, HE (destaques), tricrômico de Masson, imunohistoquímica (destaques) para marcadores gliais (GFAP, VIM, S-100); marcadores neuronais (SNF, cromogranina, NF, tubulina, MAP2), CD34, Ki-67 e p53
componente de glioblastoma convencionalHE e imunohistoquímica (destaques), para marcadores gliais (GFAP, VIM); marcadores neuronais (NF, MAP2, tubulina), CD34, Ki-67 e p53

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Espécime.  O material foi enviado em dois frascos, sendo um com vários pequenos fragmentos esbranquiçados, amolecidos, de aspecto incaracterístico, que, na histologia, revelaram um glioblastoma multiforme convencional. O fragmento abaixo destacava-se pela boa delimitação, superfície externa irregular, consistência mais firme. Tudo indica que correspondia ao nódulo maior visto em ressonância magnética. Ao corte, mostrou espessa cápsula de aspecto fibroso e centro totalmente necrótico, de consistência cremosa e friável. Histologicamente, foi nele diagnosticado o glioblastoma de células gigantes, estudado abaixo em HE, tricrômico de Masson, e com imunohistoquímica nas páginas seguintes. 
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Lâmina escaneada, 

corada por HE, mostra que todo o centro do tumor era necrótico. Na periferia havia tumor viável, com células altamente atípicas em meio a tecido fibroso denso e capilares proliferados. 

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Destaques  da  microscopia.   Para destaques da imunohistoquímica, clique.  Para destaques da área convencional (pequenas células) do tumor, clique. 
HE.  Aspecto geral. Blocos de células neoplásicas de aspecto astrocitário, volumosas, muito pleomórficas, infiltrando estroma conjuntivo Atipias e aberrações nucleares  Pseudoinclusões intranucleares
Mitoses atípicas, inclusive muitas de padrão 'granular'. Proliferação capilar e formações glomerulóides.  Masson.  Destaca tecido fibroso infiltrado pelas células tumorais (reação desmoplásica)
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HISTOLOGIA   -   HE
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Aspecto geral. 

A cápsula fibrosa que envolvia o centro necrótico continha ninhos de células neoplásicas de aspecto glial, altamente atípicas, que permitiram o diagnóstico de glioblastoma de células gigantes. O tecido fibroso é melhor visualizado em tricrômico de Masson. Para imunohistoquímica para marcadores gliais, clique. 

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Atipias.    Aberrações celulares de todo tipo eram evidentes. Havia grande variação do tamanho e forma do núcleo e do citoplasma das células. Os núcleos, frequentemente excêntricos, mostravam cromatina grosseira de distribuição irregular, nucléolos proeminentes e pseudoinclusões intranucleares. Células multinucleadas eram comuns. O citoplasma era geralmente amplo e eosinófilo, tendendo a homogêneo, como o de astrócitos gemistocíticos. Algumas células tinham notável semelhança com neurônios. Mitoses, curiosamente, eram pouco freqüentes, sendo várias do tipo granular. Detalhes nos quadros seguintes.  Comparar com outros fragmentos, onde o tumor tinha o aspecto de um glioblastoma multiforme convencional
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Pseudoinclusões intranucleares.   Correspondem a dobras da membrana nuclear que dão origem a invaginações de citoplasma. Conforme o plano de corte, parecem inclusões de citoplasma no interior do núcleo.  Comparar com imagens em MAP2.
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Multinucleação.  Células com dois ou mais núcleos de diferentes aspectos eram comuns. 
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Mitoses.  Apesar das fortes atipias e de um índice Ki-67 alto, figuras de mitose eram difíceis de encontrar. Várias eram do tipo referido na literatura de língua inglesa como mitoses granulares (granular mitoses), em que os cromossomos condensados ficam individualizados e dispersos no citoplasma. 
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Proliferação capilar. 

Na periferia do nódulo neoplásico observava-se proeminente barreira de capilares proliferados, dispostos em fileiras, como guirlandas de flores. O aspecto era em tudo semelhante a tecido de granulação, circundando a área necrótica central. Em certos trechos, havia poucas células neoplásicas. 

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COLORAÇÕES  ESPECIAIS
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Tricrômico de Masson. 

Como cora colágeno em azul e células em vermelho, o Masson dá boa idéia das proporções e relações entre estes dois  elementos no tecido.  Ao lado, a lâmina escaneada. O centro necrótico da lesão cora-se também em azul (embora não haja colágeno aí).  A seguir, detalhes da cápsula fibrosa periférica onde são encontradas as células neoplásicas. 

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Cápsula fibrosa. 

O tecido fibroso se cora em azul. Entre as fibras colágenas observam-se numerosos blocos e ninhos de células neoplásicas coradas em vermelho.  Detalhes a seguir. 

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Tricrômico de Masson deste caso pelo técnico Sérgio Roberto Cardoso, Laboratório de Colorações Especiais,  Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP. 
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Caso gentilmente contribuído pelo Dr. Erick Barcelos Borges, 
Hospital Medical e Sociedade Operária Humanitária, Limeira, SP. 
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Para mais imagens deste caso: TC,  RM Macro
Parte de glioblastoma  de  células  gigantes
HE, Masson. GFAP, VIM, S-100 SNF, cromogranina, NF, tubulina MAP2, CD34, Ki-67, p53
Parte de glioblastoma  convencional
HE GFAP, VIM NF, MAP2, tubulina CD34, Ki-67, p53
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Este assunto na graduação Características de imagem dos glioblastomas Texto : Glioblastoma de células gigantes
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