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Fem. 45 a. Clique para : ressonância magnética, macro, lâminas escaneadas, HE destaques, Perls, imunohistoquímica para marcadores gliais (GFAP, VIM), marcadores neuronais (SNF, cromogranina, NF, NeuN, MAP2, tubulina), CD34, Ki-67. |
Espécime. Foram enviados fragmentos irregulares de tecido amarelado, macio, mas com certa elasticidade e resistência ao corte. |
A superfície de corte apresentava-se translúcida, hidratada e com cistos. | |
Lâmina escaneada. A superfície meníngea, com vasos, aparece em cima na foto. O tumor (um ganglioglioma) é visto em todo o fragmento, permeando o córtex cerebral e a substância branca do giro. No córtex, mistura-se aos neurônios pré-existentes. Na substância branca predomina tecido de aspecto astrocitário, muito frouxo, com cistos separados por septos gliais. A superfície inferior é cruenta, criada durante a ablação cirúrgica do fragmento. |
Corte espelho do anterior. Aspectos comparáveis. Para histologia e imunohistoquímica foi utilizado o corte acima. |
Destaques da microscopia. | ||
HE. Áreas lembrando astrocitoma fibrilar. | Neurônios. | Células multinucleadas |
Vasos. | Corpos hialinos. | Áreas lembrando astrocitoma protoplasmático. |
Astrócitos com pigmento. | Perls. Astrócitos com pigmento (hemossiderina). | Astrócitos com pigmento (lipofuscina). |
Destaques da imunohistoquímica para marcadores gliais, marcadores neuronais, CD34, Ki-67 | ||
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Aspecto
geral.
A neoplasia lembra um astrocitoma difuso de baixo grau, constituída predominantemente por astrócitos fibrilares, com áreas de astrócitos protoplasmáticos. Nos diversos campos, chamam a atenção células com aspecto de neurônios e células multinucleadas, cuja natureza neuronal foi sugerida por imunohistoquímica para MAP2. Foram, contudo, negativas para os outros marcadores neuronais. Não há mitoses, proliferação vascular ou necrose em toda a amostra. |
Áreas
astrocitárias fibrilares.
Mostram astrócitos fibrilares com abundantes prolongamentos citoplasmáticos formando uma trama. Os núcleos são regulares, com escassas atipias. Ao centro, nesta foto, um neurônio. |
Astrócitos com pigmento. Os grânulos de pigmento pardacento foram interpretados como hemossiderina e lipofuscina no citoplasma, na reação histoquímica de Perls. A hemossiderina cora-se em azul escuro no Perls. Mas há vários grânulos que não tomam a cor azul, permanecendo pardos. Estes foram considerados lipofuscina, um pigmento associado ao envelhecimento celular. Como a lesão é extremamente indolente, é lícito admitir que estes astrócitos sejam bem velhos, e tenham acumulado lipofuscina. Já a hemossiderina deve derivar de pequenos sangramentos no tumor. Contudo, não se observaram macrófagos com hemossiderina fagocitada. | |
Células com aspecto de neurônios. Neurônios do tumor apresentavam forma ou orientação aberrante, que os distinguiam de neurônios normais do córtex cerebral. A natureza neuronal destas células foi confirmada por seis marcadores imunohistoquímicos. | |
Células aberrantes, hipercromáticas, multinucleadas. Chamavam a atenção células claramente anômalas, multinucleadas, citoplasma geralmente abundante e róseo e núcleos na periferia. Alguns núcleos eram grandes e hipercromáticos e podiam conter nucléolos. Pela morfologia, não é possível atribuir linhagem a estas células (neuronal ou glial). Contudo, com imunohistoquímica para marcadores neuronais, várias foram positivas para MAP2, se bem que negativas para todos os outros. | |
Vasos. Os capilares do tumor eram finos, com núcleos de células endoteliais espaçados. Não havia proliferação endotelial ou pseudoglomérulos. | |
Corpos hialinos granulosos. Formações globulares eosinófilas, finamente granulosas, encontradas ao acaso entre os elementos celulares do tumor. Alguns marcavam-se para sinaptofisina. Presumivelmente correspondem a material citoplasmático acumulado focalmente em axônios, talvez por distúrbios no fluxo axonal. | |
Área
lembrando astrocitoma protoplasmático.
Células pequenas com prolongamentos curtos, e pequenos cistos de conteúdo líquido ou muito hidratado. |
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Perls. A reação histoquímica de Perls é de escolha para demonstrar hemossiderina em células e tecidos. Baseia-se na reação entre o ferro +++ da hemossiderina com ferrocianeto de potássio (incolor), dando ferrocianeto férrico (azul da Prússia) que é fortemente azul. Aqui, mostra que parte do pigmento pardacento nos astrócitos do tumor é hemossiderina. Outra parte, que não reage, mantendo a cor marrom, é presumivelmente lipofuscina. Para procedimento técnico da reação, clique. | |
Perls. Lipofuscina. O pigmento marrom que não reage e permanece com a cor original provavelmente se trata de lipofuscina, pigmento associado ao envelhecimento celular. É constituído por restos de organelas e membranas celulares polimerizadas, de difícil eliminação, ficando estocadas indefinidamente. Seu encontro nestes astrócitos sugere que são células muito antigas, que se dividem só muito raramente ou não se dividem. Isto é compatível com a evolução muito lenta ou caráter estacionário do tumor. A contracoloração vermelha é dada por safranina. | |
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Para mais imagens deste caso: | ||||
RM | HE | GFAP, VIM | SNF, NF, NeuN, cromogranina | MAP2, tubulina, CD34, Ki-67 |
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