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1. HE |
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Masc., 28 a. Clique para ressonância magnética, lâminas escaneadas e tricrômico de Masson. |
HE,
lâmina escaneada.
Esta visão panorâmica da lâmina toda permite notar dois tipos de fragmentos. Há formações mais compactas, com superfície lobulada e aspecto em couve flor, que correspondem às regiões papilíferas do tumor. As outras são estruturas membranáceas recurvadas, sem formação de papilas, que representariam as paredes do cisto tumoral. Uma tentativa de correlação com a imagem de ressonância magnética é apresentada abaixo. Para RM completa e lâmina escaneada em tricrômico de Masson, clique. |
Áreas
papilíferas.
Estes fragmentos são representativos da parte papilífera, que, na imagem de RM, forma projeções em couve-flor, apoiadas na parede do cisto. As projeções impregnam-se fortemente por contraste, devido à riqueza de vasos. São constituídas por epitélio plano estratificado não corneificado, que recobre eixos conjuntivo-vasculares, formando papilas. Nos fragmentos papilíferos não há interface com o tecido nervoso peritumoral. Para a parede do cisto, onde tal associação é bem notada, clique. |
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Áreas
papilíferas.
O epitélio apresenta uma porção basal de células menores e mais compactamente arranjadas, mas não há arquitetura em paliçada na primeira camada (como nos craniofaringiomas adamantinomatosos). Nas camadas mais superficiais as células são estreladas, com edema intercelular (sinônimo = espongiose), e ancoradas entre si por desmossomos, dando aspecto espinhoso ao contorno das células. |
Epitélio plano estratificado não corneificado. O tipo de epitélio que predomina neste espécime assemelha-se ao epitélio de revestimento da mucosa oral. Os craniofaringiomas se originam da bolsa de Rathke, uma invaginação do epitélio faríngeo que, na vida embrionária, migra cranialmente para formar a adenohipófise. Assim, podem conter epitélio dos diferentes tipos que ocorrem na região oro- ou nasofaríngea. O mais comum é o craniofaringioma adamantinomatoso, cujo epitélio lembra o do germe dentário. No presente espécime as paredes do cisto (ver abaixo) são revestidas por epitélio lembrando o padrão respiratório, com células caliciformes mucíparas isoladas e algumas raras células ciliadas . Comparar também com cisto de bolsa de Rathke (imagem, patologia, banco de imagens, texto). | |
Células espinhosas. O aspecto espinhoso do contorno celular decorre de que as células epiteliais são presas entre si por junções intercelulares chamadas desmossomos. Estes só podem ser visualizados em microscopia eletrônica (clique, para exemplos) (1) (2). Com a fixação e processamento, as células se retraem, mas ficam ligadas umas às outras por estas junções, dando o contorno irregular, também visto na camada espinhosa ou de Malpighi da epiderme normal. | |
Paredes
do cisto.
Estas outras regiões diferem das áreas papilíferas (detalhadas acima) por não apresentarem eixos conjuntivo-vasculares. O epitélio está assentado sobre uma fina camada de tecido conjuntivo que se continua com outra de tecido nervoso glial com acentuada gliose (reação cicatricial à presença do tumor). É altamente provável que estas partes correspondam à parede do cisto, como visto em ressonância magnética. |
A parede do cisto é revestida por epitélio plano estratificado não corneificado, mais delgado que nas áreas papilíferas. Há uma camada basal de células colunares dispostas paralelamente (em paliçada). Isoladas entre as células escamosas das camadas mais superficiais, há células caliciformes, que produzem muco, e células ciliadas. Não há eixos conjuntivo-vasculares nem formação de papilas. O tecido conjuntivo pode ter infiltrado inflamatório crônico linfocitário em algumas áreas, principalmente em torno de vasos. |
Células caliciformes e células ciliadas. Além das células caliciformes, havia poucos exemplares de células ciliadas, corroborando a semelhança com o epitélio respiratório da rinofaringe. | |
Parede
do cisto é aderida ao tecido nervoso.
A parede do cisto tem três camadas : o epitélio, mais interno, uma camada fina de tecido fibroso que se mescla com tecido glial. Este estava em continuidade com o tecido nervoso (córtex cerebral) que margeia a fissura interhemisférica. Como está intimamente aderido ao tumor, veio junto com ele na retirada cirúrgica. A distinção entre as três camadas é melhor no tricrômico de Masson. |
Gliose, astrócitos gemistocíticos. Este tecido glial na parede do cisto é reacional ao tumor, correspondendo a uma gliose (hiperplasia de astrócitos e aumento de seus prolongamentos, que contêm fibrilas gliais). Os astrócitos reativos são hipertróficos, chamados gemistocíticos. Estes aumentam de volume em resposta ao estímulo irritativo e à compressão pelo cisto tumoral. Astrócitos gemistocíticos têm citoplasma abundante, róseo e homogêneo, e núcleo excêntrico. Podem ser bi-, ou até trinucleados. Alguns têm nucléolo, por vezes tão proeminente que lembra o de um neurônio. É feição pouco usual, sugestiva de que estas células estão em ativa síntese proteica. | |
Astrócitos gemistocíticos com nucléolo. | |
Caso do Hospital Santa Casa de Limeira, gentilmente contribuído pelos Drs Antonio Augusto Roth Vargas, Marcelo Senna Xavier de Lima, Paulo Roland Kaleff e residentes, Limeira, SP. |
Para mais imagens deste caso: | RM | Masson |
Peça GE-2 | Peça GE-4 | Lâmina
A. 244 |
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