Craniofaringioma
Lam. A. 244

 

 
 
Craniofaringioma.  Este tumor da região da sela turca geralmente ocorre na segunda década e origina-se de restos embrionários da bolsa de Rathke, ou seja, do epitélio que, a partir da faringe, vai originar a adenohipófise. O tumor, de lento crescimento, destrói a sela turca, e forma geralmente grande massa supraselar que invade o III ventrículo e comprime o hipotálamo. Clinicamente, há panhipopituitarismo (nanismo e ausência de maturação sexual), decorrentes da destruição da hipófise.

Microscopicamente, o tumor é constituído por cordões ou blocos de epitélio plano estratificado, em que as células da periferia estão dispostas em paliçada. No centro dos agrupamentos, as células tendem a um arranjo frouxo (em conseqüência de degeneração) e podem originar cistos, inclusive macroscópicos. Freqüentemente, as células sofrem corneificação (isto é, queratinização), com perda do núcleo, ficando róseas (células - fantasma). É comum que haja calcificação nestas áreas corneificadas. Os elementos importantes para o diagnóstico do craniofaringioma são o epitélio plano estratificado com camada basal em paliçada, e as células-fantasma. O aspecto microscópico do craniofaringioma é muito semelhante ao do adamantinoma, um tumor originado no germe dentário que ocorre na mandíbula e maxila. 


 
 
Células fantasma e calcificações.  Nos brotos de epitélio plano estratificado que constituem o craniofaringioma é comum que células da parte interna do broto acumulem abundante queratina e percam o núcleo, sendo chamadas de células fantasma. O local do núcleo ainda é reconhecível como uma lacuna mais clara. É nas massas de células fantasma que ocorrem as calcificações características do craniofaringioma, que podem ser vistas já na radiografia simples de crânio e, com detalhe, na tomografia computadorizada. 

 
 
Gliose peritumoral com fibras de Rosenthal.  O craniofaringioma invade o tecido nervoso hipotalâmico e da região em torno do III ventrículo com evolução muito lenta e pode induzir uma reação cicatricial crônica, chamada gliose, em que há proliferação dos astrócitos. Estes produzem fibras gliais muito densas e hialinas, cujo formato lembra às vezes uma cenoura, chamadas fibras de Rosenthal. Este tecido gliótico, com fibras de Rosenthal, pode ser visto em volta de vários dos fragmentos tumorais e indica processo irritativo de longa cronicidade. Fibras de Rosenthal não são exclusivas do craniofaringioma:   ocorrem também no astrocitoma pilocítico, um tumor sólido-cístico, bem delimitado, de evolução lenta, mais comum em crianças, e que pode localizar-se na região hipotalâmica. 

 
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