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2. HE, núcleos da base, hipocampo |
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Fem. 72 a. Clique para história clínica, RM, macroscopia do encéfalo, HE : núcleos da base, hipocampo, córtex frontal, cerebelo, ponte, imunohistoquímica do núcleo caudado (GFAP, VIM). Textos : imagens em difusão no diagnóstico precoce da DCJ; precauções na autópsia em suspeita de doença priônica. |
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Encefalopatia
espongiforme.
Neste corte pelo núcleo caudado, a arquitetura característica do striatum (núcleo caudado + putamen) é notada pelos tratos paralelos de substância branca que correm pela substância cinzenta. Nesta, observam-se abundantes pequenos vacúolos opticamente vazios, dando aspecto esponjoso ao neurópilo. Este achado permite o diagnóstico de doença de Creutzfeldt-Jakob. |
Correlação
imagem - patologia.
O hipersinal em difusão é considerado a melhor expressão imagenológica da encefalopatia espongiforme (ver texto). Para mais imagens de RM deste caso, clique. |
Neurópilo
com alteração espongiforme.
Neurópilo é a substância cinzenta entre os corpos celulares de neurônios e células da glia. É composto por prolongamentos destas células (dendritos, axônios e prolongamentos citoplasmáticos de astrócitos, oligodendrócitos e micróglia). A enorme complexidade do neurópilo só é visualizada em microscopia eletrônica. Em HE, aparece como substância rósea homogênea. Aqui, mostra numerosos pequenos vacúolos redondos, de diferentes tamanhos, decorrentes do acúmulo de água nos prolongamentos celulares. |
Neurônios. Os neurônios do núcleo caudado e do putamen são pequenos, com tendência a terem o corpo celular globoso, com poucos corpúsculos de Nissl, dendritos curtos ou pouco evidentes em HE. O núcleo redondo, com cromatina frouxa e nucléolo proeminente, chama a atenção. Aqui a população neuronal parece normal, não sendo notada redução numérica, células necróticas ou outra alteração patológica digna de nota. | |
Astrócitos. Os astrócitos no núcleo caudado neste caso de doença de Creutzfeldt-Jakob destacam-se pelo citoplasma abundante, róseo e homogêneo, mais proeminente que o de astrócitos normais. Nestes, observa-se apenas o núcleo em HE, e o citoplasma é tão escasso que não aparece, mas é demonstrável por imunohistoquímica para GFAP ou vimentina. A observação de citoplasma em astrócitos em HE é indício seguro de gliose, ou seja, de reação a algum tipo de doença do tecido nervoso. No caso, estão reagindo à encefalopatia espongiforme, que é notada no neurópilo na forma de vacúolos claros. | |
Alguns astrócitos reacionais mostram nucléolo proeminente, o que não ocorre em astrócitos normais. A razão é que estas células estão engajadas em ativa síntese proteica. Produzem filamentos intermediários (GFAP e vimentina), que se acumulam no citoplasma, dando aspecto róseo e salientando os prolongamentos. Para ver estes astrócitos em imunohistoquímica, clique (GFAP, VIM). Os prolongamentos astrocitários fazem contato com capilares, onde induzem as funções da barreira hemoencefálica nas células endoteliais. A observação da relação depende do plano de corte, mas é facilmente encontrada. Um exemplo está demonstrado acima. |
Vasos. Algumas alterações vasculares no espécime são relacionados à idade da paciente, como múltiplos pequenos vasos agrupados (possivelmente pequenas veias). Os capilares são finos e dentro dos parâmetros normais. | |
Tratos
de substância branca.
São normais no striatum, e aparecem como pequenas áreas filamentosas, constituídas por axônios mielínicos densamente agrupados. Os núcleos escuros entre eles pertencem a oligodendrócitos. Esses axônios dirigem-se ao globo pálido, que é a porção efetora dos núcleos da base. A forma mais arredondada, ovalada ou alongada, depende do plano de corte. |
Hipocampo.
Apresentava encefalopatia espongiforme predominantemente no setor CA1 da formação hipocampal. Em contraste, o setor CA4 estava praticamente livre da alteração. |
Ref. Duvernoy HM. The Human Hippocampus. An Atlas of Applied Anatomy. J F Bergmann Verlag, München, 1988. p. 20. |
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Encefalopatia
espongiforme no hipocampo, setor CA1.
As alterações no neurópilo são superponíveis às comentadas no núcleo caudado, acima. Estão concentradas no setor CA1 ou setor de Sommer, diluindo-se distalmente em direção ao setor CA4. Neste e no giro denteado, vacúolos eram mínimos ou ausentes. Apesar da intensidade da alteração espongiforme, a população neuronal não parecia diminuída à observação casual, sem contagem, mas havia hiperplasia reacional dos astrócitos à lesão. |
Neurônios. As células piramidais do hipocampo têm aspecto normal, mas não raro são circundadas por espaços vazios. Estes provavelmente correspondem à encefalopatia espongiforme, com contribuição de artefatos de retração associados à inclusão em parafina. | |
Astrócitos. Apresentam alterações reacionais como já descrito acima nos núcleos da base. Em alguns, o citoplasma é mais abundante, chegando a astrócitos gemistocíticos. | |
Vaso.
Este capilar é rodeado por grandes vacúolos atribuíveis à encefalopatia espongiforme. |
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Hipocampo,
setor CA4.
A região central da formação hipocampal, circundada pelo giro denteado, não apresentava alteração espongiforme significativa (apenas vacúolos isolados no neurópilo). O contraste entre o grau de afecção de duas regiões no mesmo hipocampo (CA1 e CA4) ilustra o caráter regional das lesões na doença de Creutzfeldt-Jakob. |
Agradecimentos. Processamento e cortes histológicos pelo técnico Aparecido Paulo de Moraes. Departamento de Anatomia Patológica, FCM-UNICAMP, Campinas, SP. |
Para mais imagens deste caso: | ||||
RM. Texto : RM em difusão na DCJ | Macro. Texto : precauções em autópsias com suspeita de doença prionica | HE - núcleos da base, hipocampo | Córtex frontal, cerebelo, ponte | IH - GFAP, VIM no núcleo caudado |
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