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Masc. 55 a. Clique para RM, HE, imunohistoquímica. |
HE, aspecto geral. Este cisto colóide do III ventrículo, enviado em consulta, consistia de fragmentos da parede cortados em vários planos. A estrutura geral está preservada e permite visualizar o epitélio cúbico, às vezes com duas camadas celulares, melhor distintas nas reações imunohistoquímicas para CK7 e CK20. O conteúdo gelatinoso perdeu-se durante a manipulação. É possível observar-se a cápsula de tecido fibroso onde o epitélio se apóia, e que mostra em alguns pontos infiltrado inflamatório linfocitário e acúmulos de macrófagos com hemossiderina ou em granulomas de corpo estranho a cristais de colesterol. Externamente ao tecido fibroso há uma camada de gliose (tecido glial reacional) oriundo do tecido nervoso limítrofe, contendo fibras de Rosenthal, atribuíveis à irritação crônica pela lesão (gliose pilocítica). |
Epitélio do cisto colóide. O epitélio é formado por células cúbicas ou pavimentosas que, em áreas, parece ter duas camadas. Na mais superficial, as células são mais achatadas, com citoplasma róseo. Na mais profunda, são mais arredondadas e com citoplasma mais claro ou finamente vacuolado. Estas diferenças são corroboradas nas reações imunohistoquímicas, onde as células reagem de forma contrastante para CK7 e CK20. | |
Macrófagos e granulomas de corpo estranho. A camada de tecido fibroso que dá suporte ao epitélio do cisto colóide tem espessura variável. Em certos locais é grossa, abrigando acúmulos de macrófagos, livres ou associados a cristais de colesterol, formando granulomas de corpo estranho. Essas áreas provavelmente correspondem a focos de ausência de sinal na RM na seqüência com gradiente (T2*), que é muito sensível a hemorragias e calcificações. Alguns macrófagos contêm no citoplasma pigmento amarelado que poderia corresponder a hemossiderina. Os cristais de colesterol aparecem como fendas vazias, já que o lípide foi removido durante o processamento. |
Cápsula fibrosa e gliose com fibras de Rosenthal. Em certos trechos, a parede fibrosa do cisto veio aderida a tecido nervoso das proximidades. Em parte, isto pode dever-se a cirurgias anteriores (constam duas tentativas de remoção da lesão antes da atual). A RM em outra página é a original, antes da primeira abordagem. O colágeno da parede tem tonalidade basófila, atribuível a artefato de fulguração. |
Gliose com fibras de Rosenthal. A gliose (reação cicatricial) tem padrão morfológico pilocítico, isto é, os astrócitos são alongados e seus prolongamentos dispostos em feixes paralelos, lembrando uma cabeleira. Esta feição é comum no entorno de lesões crônicas de longa duração, como craniofaringiomas, o que também ocorreu neste caso. As fibras de Rosenthal são depósitos de proteínas ubiquitinadas no interior dos prolongamentos astrocitários. Também ocorrem nos astrocitomas pilocíticos, uma neoplasia astrocitária de baixo grau. | |
Agradecimentos. Caso do Hospital Estadual de Sumaré, SP, enviado em consulta e gentilmente contribuído pelo Dr. João Flávio Daniel Zullo. Lâminas HE preparadas no Laboratório de Rotina do Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP - Mariagina de Jesus Gonçalves, Maria José Tibúrcio, Guaracy da Silva Ribeiro, Fernando Wagner dos Santos Cardoso, Viviane Ubiali, Fernanda das Chagas Riul e Vanessa Natielle Pereira de Oliveira. |
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