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2. Colorações especiais |
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Tricrômico de Masson. A técnica se presta admiravelmente para estas lesões vasculares, por diferenciar o tecido conjuntivo do tecido nervoso. As paredes dos vasos, finas ou espessas, coram-se em azul, devido ao seu conteúdo em fibras colágenas. O tecido nervoso aparece em róseo pálido. Assim podemos observar a variada morfologia da lesão - vasos de muitos calibres, contornos irregulares, paredes delgadas ou grossas, trombos, e o tecido glial com gliose e hemossiderose, formando ilhotas ou traves remanescentes em meio ao componente vascular. |
Para técnica do tricrômico de Masson, clique. |
Área
com muitos vasos.
Uma feição
proeminente nos cavernomas é o caráter mal individualizado
dos vasos, cujas paredes parecem fundir-se umas às outras.
O aspecto em pequeno aumento lembra uma colméia irregular, com unidades
de diferentes diâmetros e espessuras.
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Vasos não têm estrutura arterial ou venosa. É importante notar que os vasos não mostram fibras musculares na sua parede, que seria evidência de estrutura arterial. As fibras musculares lisas de artérias se coram em vermelho pela fucsina e se destacam do colágeno da adventícia que se cora em azul. Para uma artéria normal nesta técnica, clique. |
Canais
vasculares interanastomosantes.
Nesta área, os vasos não são individualizáveis como estruturas tubulares independentes, mas formam um reticulado de canais. As paredes destes são formadas por traves colágenas revestidas por endotélio. Uma área como esta provavelmente se formou pela organização e recanalização de um trombo. |
Tecido
nervoso entre os vasos.
Traves irregulares de tecido nervoso remanescente, gliótico e com hemossiderose, são vistas entre os vasos. |
Restos
de vasos.
Em meio ao tecido glial não era raro o encontro de remanescentes de vasos, evidentes através de suas paredes espessas, colageneizadas, e de contorno tortuoso. |
Tecido nervoso gliótico. Trata-se de tecido nervoso reacional, com forte gliose. Esta deriva de longos anos de agressão pelas hemorragias e anóxia local, decorrentes do cavernoma. Observam-se astrócitos muito hipertróficos, ricos em fibrilas gliais, com núcleo volumoso e nucléolo proeminente. Já foram comentados em HE e são bem demonstrados com GFAP. |
Weigert- van Gieson. Esta outra técnica para tecido conjuntivo é útil em lesões vasculares porque ajuda a separar o colágeno (que se cora em róseo-arroxeado) de fibras elásticas, que se coram em roxo muito escuro, quase negro. No presente caso, não há elástico (ou elastina), que seria encontrada se as paredes vasculares tivessem estrutura arterial. Aqui os vasos são venosos ou de arquitetura anômala, indefinida. O tecido nervoso entre os vasos fica sem corar ou toma o amarelo de fundo do ácido pícrico. |
Para técnica de Weigert-van Gieson, clique. |
Vaso
anômalo com trombo parietal.
Este espessamento lamelar localizado da parede de um vaso deve-se, muito provavelmente, a um trombo parietal (isto é, não oclusivo), que passou por processo de organização (substituição dos elementos do sangue por tecido conjuntivo). |
Restos
de vasos e áreas cicatriciais.
Em meio ao tecido nervoso, que no WvG aparece bem pálido, há cicatrizes colágenas e estruturas remanescentes de vasos espessados. |
Hemossiderina. Grânulos ocres e refringentes de hemossiderina, derivados de hemorragias crônicas no cavernoma, são vistos em meio às fibras colágenas, em uma área cicatricial. | |
Tecido
ósseo metaplásico.
Estas trabéculas ósseas coradas fortemente em róseo pelo corante de van Gieson (devido à sua natureza colágena) originaram-se provavelmente de um trombo que se calcificou e sofreu metaplasia óssea (transformação secundária em tecido ósseo). Para aspecto do mesmo em HE, clique. |
Perls. A reação do ferrocianeto férrico, do azul da Prússia ou de Perls é usada para demonstrar a natureza hemossiderótica de pigmento marrom em HE ou outras técnicas, como o WvG acima. Quando tal pigmento é hemossiderina e, portanto, contém ferro em valência 3, a reação o demonstra em azul escuro. Aqui vemos a hemossiderina no citoplasma de dois tipos de células: astrócitos hipertróficos e macrófagos. Nos astrócitos os grânulos são finos e delicados. Em macrófagos são mais grosseiros e formam acúmulos de cor quase negra. O núcleo da célula pode ficar obscurecido pelo material estocado no citoplasma. Os núcleos são corados pela safranina ou pelo vermelho neutro, corantes de fundo. Para técnica de Perls, clique. | |
Caso do Serviço de Neurocirurgia do Hospital Centro Médico de Campinas, gentilmente contribuído pelos Drs. Antonio Augusto Roth Vargas, Marcelo Senna Xavier de Lima, Paulo Roland Kaleff e residentes. Campinas, SP. |
Para mais imagens deste caso: | RM, arteriografia | Macro, HE | IH |
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