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Espécime. Formação alongada e aplanada, de aspecto finamente anfractuoso e esponjoso, chegando a lembrar vilosidades placentárias, coloração pardacenta, consistência macia, com uma faixa de tecido esbranquiçado (cerebral) aderido a uma das faces. Ao corte, cor escura devida à grande riqueza de pequenos vasos. A periferia é amarelada pela hemossiderina, derivada de sangramentos crônicos. |
Hemossiderina.
Este pigmento marrom derivado da hemoglobina acumula-se em locais sujeitos a hemorragias crônicas, como em torno de cavernomas. Causa ausência de sinal em seqüências de RM com TR longo (como FLAIR e DP) e é melhor demonstrado pela técnica do azul da Prússia. |
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Aspecto
geral da lesão.
Formação constituída por grande quantidade de vasos de diâmetro variável, alguns calibrosos, de paredes em geral finas ou colageneizadas. Há trombos recentes e antigos, muitos calcificados. Tecido nervoso gliótico e com hemossiderose é visto de permeio aos vasos. |
Vasos.
Os vasos sanguíneos que constituem a lesão têm luz extremamente irregular, não raro ampla e de contornos geográficos, e paredes de espessura também muito variável, formadas por tecido fibroso colágeno, melhor visto em tricrômico de Masson. |
Ausência
de tecido muscular liso nos vasos.
As paredes vasculares eram altamente anômalas, irregulares, espessas e hialinizadas. Porém, não havia estruturas que lembrassem artérias, ou que contivessem fibras musculares lisas. Tal impressão confirmou-se no tricrômico de Masson e Weigert-van Gieson. |
Trombos eram observados em diferentes fases. Ao lado, um grande vaso mostra-se ocluído por um trombo recente, ainda não organizado. Este mesmo vaso apresenta um espessamento fibroso em calota de um segmento de sua parede, que pode ter resultado da organização de um trombo parietal. |
Calcificações. Uma evolução natural dos trombos é para calcificação distrófica. Aqui observamos vários exemplos. As calcificações aparecem na forma de pequenos flocos ou concreções basófilas, que podem confluir. |
Ossificação. Menos freqüentemente, as calcificações evoluem para ossificação, o que pode ser considerado uma forma de metaplasia. Abaixo, um fragmento de tecido ósseo com trabéculas e espaços medulares. O tecido está densamente basófilo porque não foi descalcificado. |
Tecido
nervoso entre vasos.
Neste cavernoma, era comum tecido nervoso gliótico entre os vasos. Em outros exemplos, tecido nervoso é escasso (1) (2) ou ausente. |
O tecido nervoso gliótico era constituído por astrócitos hiperplásicos e macrófagos, ambos contendo hemossiderina no citoplasma. Havia também numerosos corpos hialinos ou hialino-granulosos (ver abaixo). Neurônios, porém, eram raros e só demonstráveis por imunohistoquímica, por exemplo, para neurofilamento. |
Astrócitos hipertróficos. Alguns astrócitos apresentavam-se muito aumentados de volume, em resposta ao estímulo crônico dos sangramentos repetidos. Os núcleos eram grandes, com nucléolos proeminentes. Por vezes lembravam formas vistas em neoplasias. Porém, não há tumor neste material, que serve para ilustrar a grande variabilidade morfológica das células gliais. Para estes astrócitos com GFAP, clique. | |
Corpos hialinos. Corpos hialinos ou hialino-granulosos são uma forma de deposição intracelular de proteína em astrócitos, que é freqüentemente observada em tumores de baixo grau, como astrocitomas pilocíticos. Aqui os vemos em uma gliose reacional de longa duração. | |
Hemossiderina. Era vista na forma de grânulos marrons, mais grosseiros e refringentes, no citoplasma de células interpretadas como macrófagos. A maioria dos astrócitos também continha no citoplasma grânulos semelhantes, mas mais finos. Que estes eram também hemossiderina foi demonstrado pela reação do azul da Prússia ou de Perls. | |
Caso do Serviço de Neurocirurgia do Hospital Centro Médico de Campinas, gentilmente contribuído pelos Drs. Antonio Augusto Roth Vargas, Marcelo Senna Xavier de Lima, Paulo Roland Kaleff e residentes. Campinas, SP. |
Para mais imagens deste caso: | RM, arteriografia | Colorações especiais | IH |
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