|
|
|
Fem. 60 a. Para história clínica, ressonância magnética, imunohistoquímica, clique. |
Destaques da microscopia. | ||
Esfregaço. Células de aspecto astrocitário com marcadas atipias, espalhadas na superfície da lâmina | Congelação. Corte de material a fresco obtido em criostato - aspecto semelhante, com mitose atípica | Parafina. Cortes após inclusão do tecido em parafina, melhor detalhe citológico |
Atipias nucleares acentuadas, hipercromatismo, perda da relação núcleo-citoplasma | Mitoses, muitas atípicas | Proliferação endotelial dos capilares, com espessamento da parede e redução da luz |
GFAP. Positivo no citoplasma dos astrócitos neoplásicos. Na foto, pseudoinclusão intranuclear | Mitoses | Proliferação endotelial dos capilares salientada pela negatividade para GFAP. |
VIM. Positivo no citoplasma dos astrócitos neoplásicos | CD34. Positivo na face luminal das células endoteliais, evidencia as irregularidades dos capilares do tumor | CD34. Positivo em padrão membrana em algumas células neoplásicas, inclusive várias em mitose. |
Ki-67. Positivo em cerca de 30% dos núcleos | Ki-67. Mitoses. Núcleos marcados aos pares | p53. Positivo em raros núcleos. Mitoses negativas |
|
Esfregaço
do material a fresco
durante o ato cirúrgico é rápido e simples para uma
primeira impressão sobre a natureza do tumor. Um fragmento de cerca
de 1 mm3 é espremido entre duas lâminas com deslizamento da
de cima sobre a de baixo, ambas apoiadas sobre a bancada para firmeza.
O tecido espalhado sobre a lâmina de baixo é imediatamente
fixado em álcool absoluto e corado por HE. A lâmina de cima
geralmente não fornece material aproveitável. Nem todo
espécime se presta a esfregaços. Material de consistência
firme, como tecido fibroso ou cartilaginoso, não produz bons preparados.
Os melhores são tecidos moles, como habitual nos gliomas.
Em aumento fraco, observamos neoplasia de alta celularidade, com vasos espessos revestidos por manguitos de células tumorais. Em campos onde o tecido ficou melhor espalhado, é possível detalhe citológico, que demonstra a natureza glial do tumor. |
Características citológicas. Em campos em monocamada, as células têm feições astrocitárias, com citoplasma róseo por vezes abundante, que emite prolongamentos multidirecionados. Estes se mesclam na característica rede fibrilar de fundo dos gliomas. Muitas células têm aspecto globoso, em vidro fosco e núcleos periféricos, lembrando astrócitos gemistocíticos. Há marcadas atipias nucleares, multinucleação, e pelo menos uma mitose atípica. Essas feições, mais a proliferação endotelial (vasos espessos) permitem já no esfregaço o diagnóstico de glioma de alto grau (mínimo grau III da OMS). |
|
Corte
de congelação.
Enquanto se examina o esfregaço, o técnico obtém cortes congelados em criostato, que geralmente permitem avançar no diagnóstico. Tanto o esfregaço como os cortes de congelação devem ser tentados. Quando a amostra é diminuta, preferimos o esfregaço, pois nem sempre os cortes são favoráveis. |
No presente caso, o corte de congelação foi bem sucedido, mesmo sendo o espécime pequeno. Confirmou os achados do esfregaço, com as aberrações citológicas e nucleares. A morfologia astrocitária das células, inclusive com formas gemistocíticas, ficou evidente. Notou-se ainda uma mitose atípica. |
|
O corte de parafina é o que permite preparados de melhor qualidade, mas leva ao menos um dia para ficar pronto. |
Atipias. Observam-se multinucleação, discariose, hipercromasia, perda da relação núcleo-citoplasma. Várias células têm núcleos periféricos e citoplasma róseo abundante, lembrando astrócitos gemistocíticos. | |
Mitoses. Eram abundantes e na maioria atípicas. Observam-se desalinhamento dos cromossomos na placa metafásica, cromossomos 'perdidos' fora da placa e mitoses multipolares, com desorganização total do aparelho mitótico. Estas mitoses acarretam deleção de cromossomos ou segmentos deles, comprometendo irreversivelmente o genoma. Algumas células resultantes serão inviáveis e sofrem apoptose. Outras podem ser ainda mais agressivas e 'descontroladas' que as células que lhes deram origem, levando a piora progressiva e inexorável da malignidade do tumor. | |
Proliferação vascular. A proliferação das células endoteliais leva a empilhamento das mesmas, com espessamento da parede, redução da luz vascular e vasos com mais de uma luz. As anormalidades vasculares são também demonstradas por CD34, que marca a face luminal dos vasos, e por GFAP, que destaca os astrócitos, deixando os vasos em negativo. Apesar da proliferação vascular, não foram observadas áreas de necrose no presente espécime, provavelmente por conta do pequeno tamanho. | |
Agradecimentos. Histologia HE - técnicos do laboratório de rotina - Viviane Ubiali, Mariagina de Jesus Gonçalves e Maria José Tibúrcio. Preparações imunohistoquímicas pelos técnicos Thainá Milena Stela de Oliveira e Luis Felipe Billis. Depto de Anatomia Patológica, FCM-UNICAMP. |
Para mais imagens deste caso: | RM | HE | IH |
Este assunto na graduação | Características de imagem dos glioblastomas | Textos : Glioblastoma de células gigantes | Glioblastoma multiforme da pineal |
Tumores germinativos_: | Neuroimagem | Neuropatologia | Tumores do parênquima pineal : | Neuroimagem | Neuropatologia |
Banco de imagens : | Pineal normal,
HE e imunohistoquímica |
Tumores da pineal | Textos ilustrados linkados: | Tumores germinativos do SNC | Tumores do parênquima pineal |
|
Neuropatologia
- Graduação |
Neuropatologia -
Estudos de casos |
Neuroimagem
- Graduação |
Neuroimagem -
Estudos de Casos |
Roteiro
de aulas |
Textos
de apoio |
Correlação
Neuropatologia - Neuroimagem |
Índice alfabético - Neuro | Adições recentes | Banco de imagens - Neuro | Textos ilustrados | Neuromuscular | Patologia - outros aparelhos | Pages in English |
|