|
2b - Displasia Cortical IH - VIM e CD34 |
|
Nesta página:
Imunohistoquímica da displasia cortical.
Lâminas escaneadas (abaixo), quadro de resumo da IH, VIM e CD34 em detalhe. Na página seguinte: GFAP, NSE, CGR, NF. |
|
Nestes
cortes escaneados para
visualização panorâmica, os aspectos mais interessantes
foram notados com vimentina e CD34. Com ambas havia
nítida marcação das áreas à E, que correspondiam
ao córtex displásico. O córtex normal à D praticamente
não se marcava. Portanto, estes dois anticorpos foram os melhores
para mostrar as anormalidades associadas à displasia cortical, como
veremos em detalhe nos quadros de microscopia.
Já com GFAP (proteína glial ácida fibrilar) a marcação foi difusa sem separação nítida entre áreas normais e displásicas. O mesmo ocorreu com os antígenos neuronais NSE (enolase neurônio-específica) e SNF (sinaptofisina), que coraram o córtex difusamente, sem distinção de áreas lesadas e normais. Com SNF houve melhor destaque do limite córtico-medular. |
|
A comparação lado a lado de VIM e CD34 mostrou correspondência na marcação, sugerindo que as mesmas células seriam positivas para os dois antígenos. A diferença mais nítida foi na transição para o ganglioglioma, que é fortemente marcada com VIM e pouco com CD34. | |
IMUNOHISTOQUÍMICA |
QUADRO DE RESUMO: VIM, CD34, nesta página. Outros na página seguinte. | ||||
VIM, CD34. Positivos nas áreas displásicas em astrócitos anômalos e em células peculiares, de aspecto plumiforme. | GFAP. Positivo difuso em astrócitos em áreas normais e displásicas. | |||
NSE, CGR, NF. Positivos em neurônios, realçando anomalias morfológicas no córtex displásico e neurônios ectópicos na substância branca (principalmente NSE). | ||||
VIM. A melhor diferença entre córtex normal e displásico foi obtida com vimentina, que demonstra claramente muitos astrócitos anômalos, não raro em contato íntimo com neurônios, dispersos pelo córtex ou em pequenos grupos. Não eram vistos no córtex normal. Na substância branca também havia muitas células vimentina positivas, presumivelmente de linhagem astrocitária. |
Comparação: córtex displásico | Córtex normal próximo |
VIM.
Detalhes do córtex displásico. As células
vimentina positivas eram dispersas pelo córtex ou formavam agrupamentos
densos.
Havia células com dois aspectos distintos: a) Células com limites imprecisos, ramificações curtas e arboriformes, às vezes lembrando plumas. A positividade para vimentina às vezes aparecia também no núcleo. Chamamos a estas células de plumiformes. Lembravam muito as vistas também com CD34, neste e em outro caso de displasia cortical, aquele associado com DNT. b) As outras células assemelhavam-se mais a astrócitos fibrosos convencionais, com prolongamentos mais retilíneos e limites nítidos. Alguns eram volumosos, às vezes sugerindo astrócitos gemistocíticos. Os dois tipos de células tinham relação de proximidade ou contato íntimo com neurônios não vistos em córtex normal. Este achado também recapitula o visto em vários outros casos de lesões crônicas associadas a epilepsia, como gangliogliomas, DNTs e displasia cortical. |
|
Células semelhantes a astrócitos fibrosos tinham no citoplasma um arcabouço de filamentos de vimentina que lembrava um esqueleto, e que se continuava nos prolongamentos. A superfície era lisa, sem 'penugens'. Muitas destas células tinham íntimo contato com neurônios. | |
CD34.
Imagem escaneada da lâmina. As células positivas ocupam grandes áreas do córtex e avançam na substância branca. A camada molecular gliótica é marcada em segmento maior que o restante do córtex. |
CD34. O encontro desta glicoproteína de superfície em lesões crônicas do SNC associadas a epilepsia foi notado inicialmente por Blumcke et al. (1999), e tem sido observada em vários casos registrados neste site. Para mais detalhes, clique. No presente caso, CD34 foi observado em áreas do ganglioglioma, mas era muito mais evidente no córtex displásico associado ao mesmo. | |
Marcação da camada molecular de forma contínua. Nas outras camadas, há células positivas isoladas, em pequenos grupos, grandes grupos ou áreas extensas. | |
CD34 - Córtex displásico - células 'plumiformes'. As células marcadas lembram a morfologia de astrócitos protoplasmáticos, com um corpo celular e prolongamentos ricamente arborizados. São porém, maiores e mais grosseiras que os astrócitos protoplasmáticos normais, que não são demonstráveis com CD34 e sim com GFAP. Como CD34 é uma proteína de superfície, admitimos que a reação desenhe o contorno das células. | |
CD34 - Células plumiformes - relação com neurônios. Um aspecto notável é a proximidade e, muitas vezes, o contato íntimo das células plumiformes com neurônios. Alguns são parcial- ou totalmente envolvidos pelos prolongamentos ou até pelo corpo celular destas células anômalas. | |
Na foto em cima à D, dendrito apical de neurônio envolvido por prolongamento 'plumiforme'. | |
CD34 - Células plumiformes - relação com vasos. As referidas células situavam-se também nas proximidades de vasos e, ocasionalmente, os envolviam completamente, ou lançavam prolongamentos a eles. Porém, havia várias células que não pareciam ter contato com vasos, embora isto pudesse estar ocorrendo fora do plano de corte. | |
Na figura acima e à E, uma vênula totalmente envolvida por prolongamentos 'plumiformes'. Notar que o endotélio é CD34 negativo. Já o capilar à D provém da área normal e não tem relação com células plumiformes. Seu endotélio é CD34 positivo, como habitual. | |
CD34 - Células plumiformes na substância branca. Eram menos comuns que no córtex e mais esparsas. Seus núcleos às vezes lembravam o de um astrócito (maior e de cromatina mais frouxa) ou o de um oligodendrócito (menor e de cromatina mais densa). | |
|
|
Para mais imagens deste caso: | ||
RM | Ganglioglioma - HE | Ganglioglioma - IH |
Córtex displásico, HE | Córtex displásico, IH: GFAP, NSE, NF, SNF | Córtex normal, HE |
Sobre gangliogliomas | Características de imagem dos gangliogliomas | Neuroimagem e neuropatologia de outros casos de ganglioglioma | Neuroimagem e neuropatologia de outros casos de displasia cortical |
Neuropatologia
- Graduação |
Neuropatologia -
Casos Complementares |
Neuroimagem
- Graduação |
Neuroimagem -
Casos Complementares |
Correlação
Neuropatologia - Neuroimagem |
|
|
|