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Fem.
37 a.
Em 1989 (então com 23 anos e grávida) - operada de carcinoma da mama (quadrantectomia + esvaziamento axilar); submetida a radio- e quimioterapia. Em 1994, diagnosticadas lesões líticas ósseas por cintilografia, que foram tratadas com tamoxifeno. Em exames subseqüentes se estabilizaram. Em dezembro de 2002 - episódio de hemiparesia E súbita, que se manteve e se acompanhou de dor tipo “aperto” em dimídio E. Foi submetida a RM de crânio em 24/1/03. Fevereiro de 2003 - internada na enfermaria de Neurologia para investigação diagnóstica; estava gestante de 24 semanas. Nova RM em 6/3/03. Em 11/03/2003 recebeu alta, com programação de antecipação do parto para 32 semanas e, a seguir, biópsia estereotáxica. Em maio de 2003 apresentou quadro de hipertensão intracraniana. RM em 14/5/03. Foi submetida a cesareana emergencial e, a seguir, a punção de lesão cística intracraniana. Em 26/05/2003 craniotomia e ressecção parcial da lesão. |
em 24/1/03 |
Hematoma comprometendo o tálamo D e o ramo posterior da cápsula interna D, com hipersinal em T1/ T2 e com centro de isosinal em T1/ T2 (centro compacto rodeado de metahemoglobina extracelular). Leve edema perilesional, que se estende à substância branca do centro semioval. |
CORTES AXIAIS | |||
T1 | |||
FL |
T2 |
CORTES SAGITAIS, T1 | |
em 6/3/03 |
No controle após 45 dias, houve reabsorção do sangramento, restando área cavitada, com hemossiderina (hiposinal em T1/T2) e macrófagos xantomatosos (halo hiperintenso em T1/T2). Nota-se conglomerado de vasos com alto fluxo na região inferior da área sangrante (ausência de sinal ou flow void). Discreta compressão do ventrículo lateral direito. A lesão foi na época interpretada como hemorragia cerebral por malformação arteriovenosa. |
CORTES AXIAIS | ||
T1 | T2 | FLAIR |
CORTES CORONAIS, T1 | ||
CORTES SAGITAIS, T1 | |
em 14/5/03 |
AXIAL, T1 | |
SAGITAL, T1 | |
CORONAL, T1C |
Após 4 meses de evolução houve aumento considerável da lesão, mostrando agora bordas irregulares, espessas e impregnadas por contraste, estendendo-se ao centro semioval e ao mesencéfalo. A lesão mede cerca de 5 cm. de diâmetro, apresenta efeito de massa e edema perilesional. Observa-se infiltração do corpo do ventrículo lateral D e compressão do IIIº ventrículo. Com estes achados foi feito o diagnóstico de neoplasia, provavelmente astrocitoma infiltrativo com áreas anaplásicas. O tumor havia, em fase anterior, sofrido sangramento, que mascarou suas características. |
CORTES AXIAIS, | ||
T1 | T1 C | FLAIR |
T2 | |
CORTES SAGITAIS | |
T1 | T1 C |
CORTES CORONAIS, T1 C | ||
|
CORTES AXIAIS E SAGITAIS, T1 | ||
24/1/03 | 6/3/03 | 14/5/03 |
CORTES CORONAIS | |
6/3/03, T1 | 14/5/03, T1 C |
A paciente apresentou dois tumores independentes em idade precoce, primeiro um carcinoma mamário (23 anos) e depois um glioblastoma multiforme (37 anos). Nas duas ocasiões estava grávida. O tumor atual ofereceu dificuldades diagnósticas que merecem comentário. Sua apresentação foi abrupta, através de hemorragia cerebral. A presença de vasos de alto fluxo próximos à lesão levantou suspeita de MAV. O crescimento da neoplasia em pouco mais de dois meses foi explosivo, resultando em grande lesão sólido-cística infiltrativa. A rápida insuflação do cisto obedece à lei de Laplace. Como havia antecedente de carcinoma mamário, foi levantada a hipótese de metástase. O diagnóstico final de glioblastoma só foi estabelecido na biópsia. |
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