Fem. 12
a 4 m. Lombalgia e paraparesia progressivas evoluindo para paraplegia,
anestesia nível T11 e perda do controle esfincteriano.
Há
5 meses subitamente começou a sentir dor lombar de forte intensidade
com irradiação para membro inferior esquerdo. Piora progressiva
em 1 mês, até paraplegia e perda de controle esfincteriano,
com breve melhora transitória após pulso de corticóide.
Exame – síndrome medular sensitivo-motora nível T11.
Reflexo cutâneo-plantar indiferente bilateralmente. Arreflexia
de patelares e aquileus bilateral. Perda sensitiva total abaixo de
T11.
Tem 2 exames
de RM com intervalo de 2 meses. A primeira,
em 29/11/2019, mostrou lesão expansiva infiltrativa intraaxial no
cone medular e raízes da cauda eqüina, com realce leptomeníngeo.
Observou-se preenchimento do canal medular abaixo de T9 por massa com sinal
heterogêneo em T2, atingindo até o fundo do saco tecal. A
lesão ocupava toda a secção transversal do canal com
obliteração completa do espaço subaracnóideo,
englobando a intumescência lombar da medula e as raízes da
cauda eqüina. Havia impregnação difusa por contraste.
Em níveis torácicos e cervicais, a medula apresentava alteração
de sinal (hipersinal em T2), com hidrosiringomielia chegando ao nível
inferior do bulbo, sem evidência de lesão subaracnóidea.
Na segunda
RM após 2 meses (21/1/20), as seqüências com contraste
mostravam o centro da lesão com hipossinal em T1 e sem captação
(compatível com necrose/liquefação), circundada por
margem fortemente impregnante.
Foi realizada
biópsia atingindo este centro sem impregnação, que
mostrou necrose coagulativa
avascular, não permitindo diagnóstico. Uma segunda
amostragem após 1 semana em outra área revelou astrocitoma
anaplásico.
Presumivelmente,
a lesão demonstrada em 2019 sofreu necrose isquêmica (apoplexia)
por compressão dentro do canal vertebral, que já era totalmente
preenchido por ela. Como a paciente estava paraplégica, a necrose
secundária não apresentou manifestação clínica. |