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2. Imunohistoquímica do tecido nervoso |
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Masc., 8 meses. Clique para exames de imagem, HE da segunda biópsia e tecido nervoso da primeira biópsia. As reações imunohistoquímicas foram todas realizadas no material da primeira amostra, obtida quando o paciente tinha 2 meses e o diagnóstico de teratoma não havia sido ainda levantado. Na época, as hipóteses haviam sido heterotopia neuronal ou ganglioglioma. O teratoma só ficou claro após exames de ressonância magnética em março e junho de 2015 (com 5 e 8 meses de idade) e nova biópsia, estudada em outra página. Só então definiu-se que o tecido nervoso examinado na primeira amostra era parte de uma formação teratomatosa. |
Destaques da imunohistoquímica (tecido nervoso da primeira amostra). | ||
GFAP. Nódulos de substância cinzenta (menos astrócitos) e branca (mais astrócitos) | Astrócitos fibrosos | Relação entre prolongamentos astrocitários e capilares |
Cromogranina. Positividade citoplasmática em neurônios, inclusive células piramidais | SNF. Positividade no neurópilo, corpos celulares dos neurônios negativos | NF. Positividade em axônios, alguns em 'contas de rosário' |
CD34. Positivo em vasos | Ki-67. Positividade em núcleos esparsos (cerca de 1%) | p53. Positivo em alta proporção dos núcleos (da ordem de 50%) |
Destaques da segunda biópsia e da HE do tecido nervoso na primeira biópsia. | ||
GFAP. A reação para proteína glial ácida fibrilar (glial fibrillary acidic protein ou GFAP) demonstrou astrócitos no tecido nervoso, realçando as diferenças entre substância branca e cinzenta já notadas em HE). A substância cinzenta forma nódulos mais claros, com neurônios imaturos, delimitados por traves de substância branca, mais ricas em astrócitos e que aparecem em cor forte nas fotos abaixo. A substância cinzenta tem menos astrócitos e os neurônios aparecem em negativo. |
GFAP. Substância cinzenta. Na substância cinzenta muitas células são negativas para GFAP e positivas para cromogranina. Estas são neurônios, presumivelmente imaturos pelo pequeno tamanho e citoplasma escasso (ver também HE). Os astrócitos são dispersos entre os neurônios. Capilares aparecem proeminentemente, pois são revestidos externamente por prolongamentos astrocitários. | |
GFAP. Substância branca. Na substância branca, a quantidade de astrócitos e sua rede de prolongamentos é maior. | |
GFAP. Astrócitos. Os astrócitos observados são do tipo fibroso, com prolongamentos simples e pouco ramificados. Alguns estão em íntimo contato com neurônios. | |
GFAP. Vasos. Os vasos se destacam no GFAP por estarem totalmente envolvidos por prolongamentos astrocitários, que são responsáveis pela indução da barreira hemoencefálica nas células endoteliais. Embaixo e à direita, detalhe da relação entre um astrócito e um capilar. | |
Cromogranina. Esta proteína associada a vesículas sinápticas (para breve texto, clique) foi positiva nos neurônios imaturos da primeira amostra deste teratoma, demonstrando esboços dos dendritos apicais em alguns deles. | |
SNF.
Sinaptofisina, outra proteína associada a vesículas sinápticas (para breve texto, clique) foi positiva no neurópilo, tecido intersticial da substância cinzenta rico em sinapses. Os corpos celulares dos neurônios destacam-se em negativo (aparecem claros). A reação é útil para demonstrar a alta celularidade da substância cinzenta anômala deste teratoma intracerebral. Uma mitose foi observada, presumivelmente em um neurônio imaturo. |
NF. Neurofilamento, um filamento intermediário do citoesqueleto expresso em axônios (para breve texto, clique) foi positivo em pequenos axônios deste teratoma intracraniano. Os nódulos de substância cinzenta foram pobres em axônios, mas vários foram observados nos tratos de substância branca, inclusive formando pequenos feixes. Alguns axônios eram retilíneos e contínuos, outros apresentavam feições patológicas, como tortuosidades ou sinuosidades, ou aspecto em contas de rosário, habitualmente associado a distúrbios no fluxo axonal. Exemplos (1)(2)(3)(4)(5). |
CD34. CD34, positivo na face luminal de células endoteliais, é útil no estudo da rede capilar. Aqui, demonstra pequenos vasos de calibre fino distribuídos regularmente no tecido nervoso componente do teratoma. |
Ki-67. Este marcador de proliferação celular (positivo em núcleos que se encontram no ciclo celular, isto é, que vão proceder à mitose proximamente), mostra pequena percentagem de núcleos positivos. Isto indica que estas células não estão quiescentes. Há marcação de núcleos vizinhos, sugerindo que derivaram de uma mesma célula mãe que sofreu mitose há pouco. Isto é compatível com tecido ainda em crescimento. | |
p53. Observou-se positividade nuclear em proporção alta dos núcleos na parte neural deste teratoma maduro. Sendo o p53 um gene que controla a apoptose, sua positividade é geralmente associada a mutação do gene e acúmulo de proteína mutante. É freqüentemente positivo em tumores malignos. Aqui há núcleos positivos e negativos (azuis) lado a lado, o que indica que a reação é genuína. O significado do resultado em um tecido estável ou de lento crescimento nos escapa. | |
Agradecimentos aos colegas do Laboratório Multipat de Campinas, Drs Leandro Luiz Lopes de Freitas e Luciana Regina Moreira, por referir o caso e nos emprestar lâminas de HE e imunohistoquímica para documentação. Ao colega Dr. Heliantho de Siqueira Lima Filho, Próton Diagnósticos, Centro Médico de Campinas, Campinas SP, pela gentil cessão das imagens da RM de 5/03/15, e por construtivos comentários sobre o caso. |
Para mais imagens deste caso e texto: | ||
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