Neuroblastoma do olfatório (estesioneuroblastoma). 
3. Imunohistoquímica, marcadores não neurais
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IMUNOHISTOQUÍMICA. 
Veja nesta página: vimentina, AE1AE3, CD34, Ki-67
Na página anterior: sinaptofisina, NSE, S-100, CD56, CD57.
Texto sobre neuroblastomas do olfatório.   Fim da página. 
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VIM. Vimentina é negativa nas células tumorais, mas marca as células sustentaculares e as células dos septos conjuntivos do tumor, como fibroblastos e vasos. 

AE1AE3. Este coquetel de anticorpos contra queratinas de alto e baixo peso molecular destaca a mucosa nasal com metaplasia escamosa que circunda os pólipos de tecido tumoral. A mucosa normalmente é revestida por epitélio do tipo cilíndrico simples ciliado. Aqui, por conta da presença do tumor e do estímulo inflamatório crônico, sofreu metaplasia para epitélio plano estratificado não corneificado. 
AE1AE3. As células metaplásicas mostram positividade citoplasmática forte, que define os contornos celulares. Estes mostram espículas intercelulares que são desmossomos, ou seja complexos juncionais que soldam células vizinhas, dando resistência ao epitélio.  Daí vêm os termos 'células espinhosas' (em inglês, prickle cells) e 'carcinoma espino-celular'. 
AE1AE3. 

As células tumorais são quase todas negativas para queratinas. 

Contudo, observam-se células isoladas positivas no citoplasma. A natureza destas é obscura, mas parecem pertencer tanto às células sustentaculares como às principais. 

CD34. Este marcador de celulas endoteliais ressalta elegantemente a riqueza de pequenos vasos nos septos conjuntivos deste neuroblastoma do olfatório. Os lóbulos tumorais em si são praticamente avasculares. 

Ki-67. Marca em torno de 5-10% dos núcleos, indicando moderada tendência à proliferação celular. Cromossomos de células em mitose também são positivos. 
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Neuroblastomas  do  nervo  olfatório. 

Definição – tumor originado no epitélio olfatório especializado, situado na parte alta da cavidade nasal.  Ocorre em qualquer época da vida, podendo causar obstrução nasal, epistaxe, anosmia, cefaléia e distúrbios oculares. 

Radiologicamente, a massa intranasal freqüentemente envolve a placa cribriforme do etmóide, podendo crescer para o interior do crânio e elevar os lobos frontais. Em TC, algumas são calcificadas. Em RM, as lesões são isointensas em T1, hiperintensas em T2 e mostram variável impregnação por contraste. 

Macroscopicamente, o tumor forma massas polipóides vegetantes na cavidade nasal. Ao corte, são esbranquiçadas e podem conter calcificações. 

Microscopicamente, neuroblastomas do olfatório podem apresentar três padrões: 

#1) A lesão mais comum lembra um paraganglioma, e é caracterizada por lóbulos bem definidos de tecido neoplásico de textura homogênea, sem arquitetura característica. As células são monótonas, com citoplasma escasso e núcleos arredondados, cromatina pontilhada (aspecto em sal e pimenta) e nucléolos pouco proeminentes. Pode haver áreas com textura fibrilar de fundo, constituídas por prolongamentos das células neoplásicas, que por vezes formam as chamadas rosetas (ou pseudorosetas) de Homer Wright. Mitoses e áreas de necrose não são abundantes.  Em imunohistoquímica para proteína S-100, chamam a atenção as células sustentaculares, freqüentemente arranjadas em monocamada na periferia dos lóbulos neoplásicos, mas também vistas no interior dos mesmos. São estreladas, com prolongamentos que se insinuam entre as células principais do tumor.  É em parte por estas células que o neuroblastoma do olfatório lembra os agrupamentos celulares (‘Zellballen’) dos paragangliomas. 

#2)  Os neuroblastomas do olfatório que se parecem com neuroblastomas convencionais têm rosetas de Homer Wright e neurópilo rico em prolongamentos celulares. Raramente há rosetas tipo Flexner (com lúmen) ou diferenciação a células ganglionares (neurônios maduros). 

#3)  Neuroblastomas com características epiteliais nítidas como rosetas do tipo olfatório, glândulas, túbulos e superfícies podem ser positivos para EMA e queratinas, aproximando-se dos carcinomas neuroendócrinos. 

Graduação.  A maioria dos neuroblastomas do olfatório são histologicamente de baixo grau.  Lesões de alto grau são caracterizadas por mitoses, pleomorfismo e áreas de necrose. 

Imunohistoquímica.  Todos os neuroblastomas do olfatório reagem para um ou mais marcadores neuronais, como sinaptofisina (o mais confiável), NSE, e neurofilamento, entre outros.  Cromogranina é mais positiva em tumores do tipo paraganglioma.  S-100, vimentina e às vezes GFAP marcam as células sustentaculares.  Marcadores epiteliais são pouco evidentes em neuroblastomas do olfatório, e sua positividade é maior nos carcinomas neuroendócrinos. Marcadores de proliferação celular como MIB-1 (Ki-67) variam de 0 a 43% e correlacionam-se com recidivas, disseminação metastática e tempo de sobrevida. 

Ultraestrutura.  Células em tumores do tipo ‘paraganglioma’ são poligonais e coesas. Células sustentaculares são mais eletrodensas e seus prolongamentos insinuam-se entre as células principais do tumor. Tumores do tipo ‘neuroblástico’ mostram neurópilo abundante, constituído por prolongamentos celulares ricos em microtúbulos e neurofilamentos. As terminações destes prolongamentos contêm vesículas de centro denso (100 a 170 nm) e também vesículas claras do tipo sináptico.  Contudo, sinapses são raras. 

Tratamento e prognóstico.  A extensão da ressecção é o fator mais importante. Um estudo mostrou que em tumores de baixo grau bastava cirurgia se as margens cirúrgicas estivessem livres de tumor. Radioterapia é recomendada para tumores de grau mais alto ou se há tumor residual. A sobrevida geral de 5 anos foi 69%.  Recidiva é comum nos primeiros 2 anos e um terço dos tumores recidivam após 5 anos.  Há influência do grau histológico alto e superexpressão de proteína p53 do tipo selvagem, que prenunciam prognóstico reservado. Abundância de células sustentaculares S-100 positivas correlaciona-se com sobrevida maior. 

Fonte: Burger PC, Scheithauer BW, Vogel FS. Surgical Pathology of the Nervous System and Its Coverings. 4th Ed.  Churchill Livingstone, New York, 2002. p 26-30. 

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 Para mais imagens deste caso: RM
Macro, HE
IH, marcadores neurais
ME
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Neuroblastoma da supra-renal na graduação
Peças (1) (2) (3) Lâmina
Casos de neuroimagem de metástases intracranianas 
de neuroblastoma na coleção didática da graduação (1) (2). 
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