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4. Microscopia eletrônica |
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Material para microscopia eletrônica foi obtido a partir das reservas em formol. A preservação da ultraestrutura é inferior à ideal, mas suficiente para ajudar na compreensão da arquitetura do tumor, da morfologia das células neoplásicas, e suas relações entre si e com os vasos. |
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As células do meningioma, como já documentado em microscopia óptica, tinham limites nítidos, citoplasma rico em gotículas lipídicas e estavam em íntima associação com capilares espessados. Células vizinhas às vezes apresentavam junções intercelulares, mas tais especializações eram pouco abundantes no conjunto do tumor. |
Relação íntima entre vasos e células xantomatosas do meningioma em HE e vimentina. | |
Célula do meningioma, com citoplasma riquíssimo em gotículas lipídicas, aderida à parede de um capilar. |
Duas células xantomatosas ou lipidizadas do meningioma inseridas em uma alça capilar. A parede do capilar faz uma curva de 180º e tem forte espessamento à custa de fibras colágenas, camadas de membrana basal reduplicada e substância fundamental do tecido conjuntivo (proteoglicanas). |
Montagem comparativa da mesma área com outra semelhante na imunohistoquímica para CD34, um marcador da face luminal das células endoteliais. |
Três células xantomatosas ou lipidizadas do meningioma entre dois capilares, vistos em cima e embaixo na foto. |
O grau de lipidização (quantidade de gotículas lipídicas no citoplasma) variava entre células próximas. Células tumorais tendem a coaptar-se lado a lado com muito pouco espaço intersticial entre elas. Contudo, junções especializadas não são freqüentes (ver abaixo). |
A relação entre as células ricas em lípide e os capilares é vista também na técnica especial para lípides neutros, o Oil Red O (ORO). |
Abaixo, mais exemplos de células densamente lipidizadas (ricas em gotículas lipídicas no citoplasma). O armazenamento de lípides varia célula a célula. |
Outro exemplo de relação entre capilares espessados e células lipidizadas. |
Relações
entre células vizinhas.
Neste meningioma, as membranas celulares são retilíneas, e não interdigitadas, como é comum em outros tipos de meningioma. Junções intercelulares, seja desmossomos (1)(2)(3)(4) ou junções adherens (1)(2)(3)(4), eram relativamente raras neste espécime (mas habituais em outros exemplos de meningioma). |
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O citoplasma das células deste meningioma contém, além das gotículas lipídicas em quantidade variável, filamentos intermediários e organelas esparsas, como mitocôndrias (aqui tumefeitas devido à demora na fixação), ribossomos livres e cisternas do retículo endoplasmático liso e rugoso. Centríolos e lisossomos podem ocasionalmente ser encontrados. |
Vimentina, um filamento intermediário ubiquitário, está presente difusamente no citoplasma das células deste e de outros meningiomas. |
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Junções
intercelulares são
encontradas esparsamente entre as células predominantemente poligonais
do tumor. Sua morfologia lembrava mais a de junções
do tipo adherens que a de desmossomos. Nestes últimos,
filamentos intermediários do citoesqueleto ancoram-se nas proteínas
juncionais (clique para exemplo,
em outro caso de meningioma). Para breve texto
sobre junções celulares, clique.
(Pelas dificuldades na classificação precisa destas junções, evitamos atribuí-las a um ou outro tipo.) |
Um exemplo de adesão focal - que aparece como um espessamento localizado da membrana celular no limite com o abundante colágeno da parede de um capilar. A junção é análoga a um hemidesmossomo, e ajuda fixar a célula à matriz extracelular, a diferença sendo que na adesão focal estão ancorados filamentos de actina, enquanto que no hemidesmossomo, inserem-se filamentos intermediários. |
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Capilares do tumor mostram-se espessados à custa de reduplicação de membrana basal e deposição de fibras colágenas. Na inserção, estas se coram em azul no tricrômico de Masson. |
Em
muitos vasos, observavam-se
debris de membranas enoveladas (às vezes formando estruturas conhecidas
como 'figuras de mielina') mescladas aos componentes conjuntivos.
As 'figuras de mielina', na realidade, nada têm a ver com mielina. O nome é dado por analogia morfológica às camadas concêntricas de membranas que a constituem. |
Preparações de microscopia eletrônica pelas técnicas do Depto de Anatomia Patológica da FCM - UNICAMP, Sras. Marilúcia Ruggiero Martins e Geralda Domiciana de Pádua. A elas, nossos agradecimentos. |
Caso do Hospital Medical de Limeira, SP, gentilmente contribuído pelos Drs. Evandro Maciel Pinheiro e Hoyama da Costa Pereira. |
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