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Este craniofaringioma corresponde à variedade escamo-papilar ou papilífera. No presente caso, as células neoplásicas são do tipo escamoso ou pavimentoso, unidas entre si por pontes intercelulares ou desmossomos, dando-lhes contorno que lembra o das células da camada espinhosa da epiderme. As células dispõem-se em várias camadas sobre eixos de tecido conjuntivo frouxo, moderadamente vascularizado e contendo infiltrado inflamatório inespecífico heterogêneo, desde células agudas como neutrófilos a crônicas como linfócitos e macrófagos. Não se observa o padrão adamantinomatoso, ou semelhante a germe dentário, característico dos craniofaringiomas mais comuns. |
Lâminas escaneadas dão idéia da arquitetura escamo-papilar do tumor, bem como da abundância do tecido neoplásico na amostra. |
Componente epitelial. O epitélio é do tipo escamoso, pluriestratificado, não corneificado. Há uma camada basal onde as células são menores e em arranjo colunar, mas não tanto como no epitélio do tipo adamantinomatoso. Nas camadas intermediárias as células têm citoplasma amplo e são unidas por desmossomos (ver quadro abaixo). Nas camadas superficiais são mais achatadas, mas não há camada granulosa, grânulos de querato-hialina, nem corneificação. | |
Células espinhosas. São presas entre si por desmossomos, como as células da camada espinhosa ou de Malpighi da epiderme, ou de epitélio plano estratificado não corneificado de mucosas como as da cavidade oral e colo uterino. Quando há edema intersticial, como é o caso aqui, as células separam-se, ficando unidas apenas ao nível dos desmossomos, que dá o contorno irregular ou espinhoso. Pode haver queratinização de células isoladas (disceratose) (última foto deste quadro). | |
Componente de tecido conjuntivo. O epitélio apóia-se sobre tecido conjuntivo fibroso frouxo edemaciado, contendo células inflamatórias esparsas, como neutrófilos e macrófagos. | |
Infiltrado inflamatório crônico. Em áreas, o tecido conjuntivo apresenta infiltrado inflamatório crônico inespecífico linfomononuclear, por vezes denso. | |
Tecido nervoso limítrofe ao tumor - gliose do tipo pilocítico. A exemplo do observado nos craniofaringiomas adamantinomatosos, o tecido nervoso nas margens da neoplasia apresenta densa gliose do tipo pilocítico. O tecido glial é constituído por astrócitos alongados, com poucos prolongamentos em disposição paralela à maneira de cabeleira, daí o termo pilocítico. As células são totalmente análogas aos astrócitos que dão origem aos astrocitomas pilocíticos. | |
Gliose do tipo pilocítico - fibras de Rosenthal. Os astrócitos do tipo pilocítico têm forma bipolar, prolongamentos espessos, e produzem proteína que fica contida nos próprios prolongamentos celulares, na forma de material hialino. As mais alongadas, lembrando uma cenoura, são conhecidas como fibras de Rosenthal e são indistinguíveis das mesmas estruturas encontradas nos astrocitomas pilocíticos. Os corpúsculos proteicos menores ou arredondados são denominados corpos hialinos granulosos. Provavelmente são da mesma constituição que as fibras de Rosenthal. Para ver fibras de Rosenthal em microscopia eletrônica, clique. | |
Gliose tipo fibrilar - astrócitos gemistocíticos. Em outras áreas na periferia do tumor, a gliose assume o padrão fibrilar habitual, em que os prolongamentos celulares são finos e abundantes e dirigidos em múltiplas direções, dando ao fundo o aspecto de uma trama frouxa. Vários astrócitos têm citoplasma abundante com aspecto em vidro fosco e núcleo excêntrico, constituindo, portanto, astrócitos gemistocíticos. São células reativas inespecíficas, que aparecem após lesões de diversos tipos, e sintetizam abundantes fibrilas gliais constituídas pela proteína GFAP. | |
Para RM deste tumor, clique » |
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A. 244 |
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