Neupatimagem-UNICAMP

Craniofaringioma papilífero

Foi recebida para revisão apenas uma lâmina corada por HE. Nela foi encontrado tecido de aspecto neoplásico, áreas lembrando tecido adenohipofisário comprimido, e outras de tecido fibroso denso sugestivo de cápsula.
O tecido neoplásico tinha dois aspectos - uma parte era constituída por células cúbicas arranjadas sobre eixos conjuntivo-vasculares, formando papilas. Na outra, as células eram semelhantes, mas formavam blocos sólidos. A porção papilífera guardava notável semelhança com plexo coróideo, tendo sido diagnósticado como papiloma de plexo coróideo em outro serviço - possibilidade por nós excluída em função dos exames de imagem depois fornecidos pela paciente. Nestes, fica claro que se trata de uma lesão selar/supraselar encapsulada, sem relação com os ventrículos, e que foi interpretada como compatível com craniofaringioma.

Áreas papilíferas. As células eram cúbicas, aplicadas em monocamada sobre capilares de paredes finas, sem atipias ou mitoses. Não havia coexistência com arquitetura de células escamosas, como visto em outro exemplo deste tumor (craniofaringioma papilífero, ou escamo-papilar). Nestas áreas, o tecido assemelhava-se fortemente ao plexo coróideo normal, ou a um papiloma de plexo coróideo, o que foi levantado como hipótese diagnóstica em outro serviço.

Áreas sólidas. Nestas, as células também eram cúbicas e aplicadas a capilares, mas não apresentavam projeções papilíferas.

Tecido lembrando adenohipófise. Parte do material apresentava células que lembravam as da adenohipófise, em arranjo trabecular. Admitimos que pudesse tratar-se de tecido adenohipofisário comprimido pelo tumor e situado no assoalho da sela túrcica.