Condroblastoma de base de crânio (temporal) 
com cisto ósseo aneurismático secundário. 1. HE 
..
Fem. 17 a.  Clique para exames de imagem, imunohistoquímica,  textos sobre condroblastomas e cistos ósseos aneurismáticos (1) (2). 
..
Destaques  da  microscopia e imunohistoquímica. 
HE.  Aspecto geral. Condroblastos.  Condroblastos lipidizados.  Condroblastos com hemossiderina
Calcificações em treliça. Calcificação mais avançada. 
Calcificações grosseiras.  Células gigantes do tipo osteoclasto.  Cisto ósseo aneurismático secundário. 
S-100. Positivo em parte dos condroblastos VIM. Positiva nos condroblastos, células gigantes tipo osteoclasto  negativas CD68.  Positivo nos macrófagos e células gigantes tipo osteoclasto, negativo nos condroblastos
HAM-56.  Positivo nos macrófagos.  Negativo nos condroblastos e células gigantes tipo osteoclasto  CD34. Positivo nas células endoteliais, revelando rica rede de finos capilares Ki-67. Positivo em poucos núcleos (1 a 3%), destacando algumas mitoses
..
Aspecto geral. Fragmentos do tumor obtidos por curetagem mostram neoplasia altamente celular e vascularizada, com extensas áreas hemorrágicas e algumas pequenas calcificações focais. Parte do material correspondia a um cisto ósseo aneurismático secundário, mas os dois componentes estavam intimamente mesclados, sendo difícil discriminar entre ambos. Para caso de um cisto ósseo aneurismático primário recente, clique - imagem, macro, histologia
..
Condroblastos.   As células neoplásicas foram interpretadas como condroblastos - células imaturas de linhagem cartilaginosa. São células redondas ou poliédricas, com citoplasma róseo abundante e contornos relativamente nítidos. Os núcleos são de cromatina variando de frouxa a densa, com nucléolos, e forma irregular, freqüentemente com indentações. Há várias células bi- ou multinucleadas. Conforme a área, observam-se no citoplasma gotículas lipídicas e/ou finos grânulos de hemossiderina. Mitoses são raras e não se nota necrose. 
..
Condroblastos com  citoplasma lipidizado.  Pequenos vacúolos arredondados, interpretados como gotículas lipídicas, foram observados em certas áreas do tumor. 
..
Condroblastos com  hemossiderina.   A hemossiderina, pigmento férrico marrom derivado da degradação da hemoglobina, era encontrada no citoplasma de macrófagos e dos próprios condroblastos neoplásicos. Decorre das freqüentes hemorragias no tumor. Para mais sobre hemossiderina no curso de graduação, clique.
..
Calcificações em treliça.  Este padrão de deposição de cálcio em matriz cartilaginosa imatura é altamente característico do condroblastoma.  As células cartilaginosas (condroblastos) secretam proteína (matriz cartilaginosa) a sua volta, imitando as células cartilaginosas normais.  Esta se calcifica, dando um aspecto em gravetos basófilos, também classicamente comparado a 'tela de galinheiro' (chicken wire pattern) (ver texto).  Para melhor apreciar estas formações, o material não deve passar por descalcificação. 
..
Condroblastos em meio a matriz cartilaginosa calcificada.   Em áreas onde a calcificação avançou mais, as células ficam aprisionadas pelo material mineralizado. Confluência destas regiões pode originar calcificações mais extensas, detectáveis em radiografias simples. Exemplos nos quadros mais abaixo. 
..
Calcificações  grosseiras. 

Eram pouco freqüentes e provavelmente resultavam da acentuação ou confluência dos núcleos menores descritos acima. 

..
Células gigantes  tipo  osteoclasto.   Participam tanto do condroblastoma quanto do cisto ósseo aneurismático
..
Cisto ósseo aneurismático secundário.   Em áreas, o tumor era altamente hemorrágico, formado por trabéculas muito celulares, com numerosas células gigantes do tipo osteoclasto, delimitando lagos sanguíneos. O aspecto é superponível ao dos cistos ósseos aneurismáticos primários (ver exemplos). Estas áreas mesclavam-se às do tumor propriamente dito (condroblastoma), sendo não raro difícil ou impossível dissociá-las. Formação de cisto ósseo aneurismático secundário é freqüente em condroblastomas (15 a 20%).
..
Condroblastoma. 

Definição.  Tumor benigno caracterizado por proliferação de células cartilaginosas imaturas, com focos de formação de matriz cartilaginosa, tipicamente envolvendo epífises de ossos longos tubulares maiores e predominando em indivíduos esqueleticamente imaturos. O tumor foi individualizado por Jaffe e Lichtenstein em 1942. 

Incidência e localização. Corresponde a menos de 1% dos tumores ósseos. O pico de incidência é na segunda década e 50% são diagnosticados em indivíduos esqueleticamente imaturos. Menos de 10% ocorrem após a 5ª. década.  Há predomínio no sexo masculino, 1,4 : 1.  A topografia mais comum é nas epífises distal do fêmur e proximal da tíbia. (cerca de 30% dos casos são em torno do joelho). Seguem-se o úmero proximal e fêmur proximal, região acetabular da pelve, crista ilíaca, escápula, coluna vertebral e costelas. Menos freqüentes, mas ainda típicos, são a rótula, calcâneo e outros ossos do tarso.  Ocasionalmente ocorrem no crânio e face, tipicamente na base do crânio e fossa temporal. 

Clínica. – Dor local, que pode durar de poucas semanas a muitos anos.  Como são lesões epifisárias, podem associar-se a sintomas articulares, por envolvimento da cartilagem articular ou sinóvia, com derrames articulares. 

Radiologia.  Defeito epifisário oval ou arredondado, bem delimitado, circundado por borda esclerótica, com cerca de 3 a 6 cm. Está situado centralmente na epífise, ao contrário do tumor de células gigantes que é excêntrico. A lesão é radiolucente, mas pode mostrar trabeculações ou calcificações irregulares. Raramente, as calcificações são grosseiras. 

Tipicamente não há alteração do contorno ósseo, mas lesões maiores podem causar expansão óssea e formação de osso novo periosteal. Estas alterações são mais vistas nos ossos chatos como pelve, escápula, ossos craniofaciais e ossos menores como costelas e fíbula.  Condroblastoma é uma das raras lesões que ocorrem na rótula e esqueleto acral, predominantemente no calcâneo. Neste último pode haver feições expansivas e formação de cisto ósseo aneurismático secundário. Isto é visto em 15 a 20% dos condroblastomas e é mais comum nos ossos do tarso. 

Macro.  O tumor curetado apresenta-se avermelhado, friável e quebradiço, com focos calcificados. 

Micro.  As células básicas provavelmente são condroblastos. O citoplasma é arredondado ou ovalado, e o núcleo é localizado centralmente, com uma fenda longitudinal. Em áreas sólidas, as células são densamente agrupadas, e aí também se observam células gigantes do tipo osteoclasto, o que pode imitar o tumor de células gigantes.  Dentro destas áreas de células cartilaginosas imaturas, há focos com diferenciação cartilaginosa mais evidente e formação de matriz cartilaginosa imatura.  A proporção entre áreas diferenciadas e imaturas pode variar muito.  Em casos típicos, a matriz cartilaginosa é facilmente identificada. Contudo, matriz hialina madura em geral não está presente. 

Calcificação é uma parte integrante do condroblastoma e uma feição diagnóstica importante. O padrão mais típico é na forma de depósitos lineares finos entre e ao redor de células mononucleares imaturas, dando o chamado padrão em tela de galinheiro (‘chicken wire pattern’).  Calcificações mais abundantes e grosseiras ocorrem em áreas com matriz cartilaginosa madura. É melhor examinar o tecido sem descalcificar para se observar o padrão fino de deposição. Em áreas bem preservadas pode haver atividade mitótica superior a 1-2 por 10 campos de grande aumento, mas sem mitoses atípicas. 

Formação de cisto ósseo aneurismático secundário é freqüente em condroblastomas (15 a 20%). 

Imunohistoquímica.  Condroblastomas são positivos para S-100 e vimentina. A maioria das células mononucleares são fortemente positivas para S-100, mas as células gigantes multinucleadas são negativas. 

Tratamento e prognóstico.  Condroblastomas são benignos, e curetagem e enxerto ósseo são geralmente suficientes. A recidiva após curetagem é de cerca de 10%. Como o tumor de células gigantes, o condroblastoma pode dar implantes pulmonares, que devem ser considerados benignos e não como metástases propriamente ditas. Clinicamente não são progressivas e são tratáveis cirurgicamente com sucesso. 

Fonte.  Dorfman HD, Czerniak, B.  Bone Tumors.  Mosby, St. Louis, 1998. pp. 296-321. 

......
Para mais imagens deste caso: RM, angio HE, texto IH
....
Outros tumores ósseos
imagempatologia
Patologia óssea na graduação
Texto sobre condroblastoma
..
Neuropatologia
- Graduação
Neuropatologia - 
Estudos de casos
Neuroimagem
- Graduação
Neuroimagem - 
Estudos de Casos
Roteiro 
de aulas
Textos 
de apoio
Correlação 
Neuropatologia - Neuroimagem
Índice alfabético - Neuro Adições recentes Banco de imagens - Neuro Textos ilustrados Neuromuscular Patologia - outros aparelhos Pages in English
..
VOLTA À PÁGINA ÍNDICE
..