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1. HE |
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Masc. 49
a. O material de biópsia constava de vários fragmentos irregulares.
No exame histológico, boa parte correspondia a necrose coagulativa.
Em outros, observava-se espessa cápsula fibrosa e infiltrado inflamatório
crônico inespecífico com numerosos fungos identificáveis
como Paracoccidioides brasiliensis, muitos no citoplasma de gigantócitos
de Langhans.
Lei de Velpeau. É bem conhecido que 'casos raros vêm aos pares'. O presente exemplo foi seguido, exatamente uma semana após, por outro abscesso cerebelar por Paracoccidioides brasiliensis. Ambos chegaram numa sexta-feira e ambos situavam-se no hemisfério cerebelar direito. Dois meses antes havíamos tido ainda outro caso no ângulo ponto-cerebelar direito. O caso anterior a estes, no lobo frontal direito, havia aparecido 14 anos atrás, em 1997 (clique para histologia). Para postagens na internet sobre este curioso 'pareamento das raridades', clique (1) (2) (3). |
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Aspecto
geral.
Nos fragmentos coexistiam córtex cerebelar, infiltrado inflamatório com gigantócitos, fungos, uma espessa cápsula fibrosa e necrose coagulativa (fora deste campo). Os fungos destacam-se melhor nas colorações especiais, como Grocott + HE. |
Fungos.
Em HE simples, os fungos apareciam agrupados em 'colônias' no tecido, freqüentemente nas proximidades das células inflamatórias crônicas. Vários eram observados no citoplasma de gigantócitos. A morfologia de leveduras de tamanhos variados com membrana de duplo contorno era compatível com Paracoccidioides brasiliensis, mas a característica forma de reprodução em brotamento múltiplo só ficou bem caracterizada nas colorações especiais: Grocott + HE, Grocott + verde luz, PAS + hematoxilina. |
Cápsula fibrosa. Corresponde à parede externa da área de necrose coagulativa, que constituía a maior parte do material retirado cirurgicamente. Era constituída por espessas fibras colágenas, permeadas por células inflamatórias crônicas, principalmente linfócitos e plasmócitos. Observavam-se também pequenos vasos de parede espessada ou necrótica, correspondendo a endarterite obliterante (vasculite crônica) em resposta ao agente inflamatório. A obstrução completa da luz destes pequenos vasos na região inflamada é que leva à necrose coagulativa (portanto, de origem isquêmica). | |
Necrose coagulativa. O material necrótico era rico em pequenos vasos proliferados e de luz obliterada, já comentados acima. Havia também fungos, só notados através de colorações especiais (ver Grocott + HE). | |
Reação inflamatória crônica inespecífica. Correspondia a um tecido de granulação, ou de reparo, intensamente vascularizado e riquíssimo em células inflamatórias crônicas, com forte predomínio de linfócitos. Alguns pequenos vasos com infiltração inflamatória da parede, inclusive por neutrófilos, eram encontrados (vasculite aguda). | |
Fungos
em células gigantes.
O encontro de fungos em abundância no citoplasma de gigantócitos de Langhans sugere que o meio intracelular seria propício à multiplicação dos parasitas. |
Para mais imagens deste caso: | RM | Grocott + HE | Grocott + verde luz, PAS + hematoxilina |
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