Lâm.
A. 211/217. Paracoccidioidomicose de traquéia e linfonodo.
A
traquéia mostra áreas de
metaplasia escamosa do epitélio
de revestimento, que normalmente é do tipo pseudoestratificado cilíndrico
ciliado. A metaplasia é uma transformação do
epitélio normal para outro tipo mais resistente (no caso, epitélio
plano estratificado não corneificado) pelo estímulo inflamatório.
Em outras áreas o epitélio normal está preservado.
(Metaplasia será estudada no módulo seguinte, de alterações
do crescimento celular e neoplasias).
Observam-se
na traquéia os dois tipos de lesão habitualmente causadas
pelo fungo Paracoccidioides braziliensis: microabscessos
e granulomas. Este parasita tende a atrair muitos neutrófilos
e abscessos são comuns, sendo encontrados na submucosa e até
no próprio epitélio metaplásico. Costuma-se dizer
que na blastomicose sulamericana (o outro nome da paracoccidioidomicose)
predomina a reação supurativa. Em meio aos neutrófilos
é possível observar o parasita. Este porém é
encontrado mais facilmente no citoplasma de células gigantes,
onde se destaca como corpúsculos basófilos com membrana
clara e de duplo contorno. Às vezes é possível
observar o brotamento múltiplo, o meio de reprodução
dos fungos, também chamado de criptoesporulação.
Este porém só é visto facilmente em colorações
especiais, como o método de Grocott de impregnação
pela prata (para isso, clique em banco
de imagens). Há duas imagens consideradas características:
o brotamento duplo em 'cabeça de Mickey' e o múltiplo em
'roda de leme' (este de observação mais difícil).
Porém, clique para um caso excepcional
pela quantidade de fungos em divisão.
As células
gigantes são as principais constituintes dos granulomas e podem
ser encontradas também nos microabscessos. Há em geral poucas
células epitelióides.
No linfonodo
as lesões são semelhantes às da traquéia. É
interessante comparar com o linfonodo na tuberculose (lâmina
A.
63) para ver as diferenças entre as lesões causadas pelos
dois agentes. Na blastomicose não costuma haver, por exemplo, necrose
caseosa, habitual na tuberculose. Na tuberculose é incomum a formação
de abscessos, e a célula que mais participa nas lesões é
o macrófago, não o neutrófilo. |