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Masc. 18 a. Clique para TC, RM |
Espécime.
Cisto dermóide.
O conteúdo do cisto é constituído por hastes pilares
entremeadas a material sebáceo de tonalidade variando entre o amarelo
e o pardacento. Segmentos da parede do cisto são observadas
como membranas esbranquiçadas, especialmente na foto embaixo.
Obs. Documentação macroscópica por gentileza do Sr. Irineu Mantovanelli Neto, técnico do Laboratório de Patologia do Centro Infantil Boldrini, Campinas, SP. |
O cisto
dermóide resulta de defeito de fechamento
do tubo neural, com aprisionamento de componentes da pele do embrião
no interior do neuroeixo. Com o passar do tempo, as células
de revestimento epitelial descamam para o interior. Outros elementos presentes
na parede, como folículos pilosos e glândulas sebáceas
e sudoríparas, acrescentam pelos e material sebáceo ao conteúdo,
levando à expansão contínua do cisto, com compressão
de estruturas vizinhas. O aspecto é essencialmente semelhante
ao de cistos dermóides ou teratomas maduros de outras localizações,
sendo os do ovário os mais comuns (1)(2)(3).
Análise histológica demonstrou na parede do cisto tecidos de linhagem ectodérmica análogos aos da pele e alguns tecidos mesodérmicos, como osso e tecido adiposo. O conteúdo era constituído por hastes pilares com reação inflamatória de corpo estranho, debris fagocitados por macrófagos xantomatosos e fendas deixadas por cristais de colesterol após remoção pelos solventes orgânicos no preparo do material. |
Destaques da microscopia. | ||
HE. Epitélio plano estratificado corneificado na superfície interna do cisto dermóide | Folículos pilosos, glândulas sebáceas, sudoríparas | Tecidos adiposo, ósseo |
Cisto epidérmico incluído na parede do cisto dermóide | Macrófagos xantomatosos na parede do cisto | Hastes pilares no conteúdo do cisto |
Cristais de colesterol | Reação granulomatosa de corpo estranho a pelos e a cristais de colesterol | Córtex cerebelar remanescente junto à parede do cisto dermóide |
Parede do cisto. Epitélio plano estratificado corneificado. Este segmento da parede do cisto dermóide apresentava elementos da pele normal, com epitélio plano estratificado corneificado, folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas. |
Parede do cisto. Folículos pilosos, glândulas sebáceas, sudoríparas. |
Parede do cisto. Tecidos fibroso, adiposo, ósseo. Tecidos de linhagem mesodérmica na parede do cisto incluíam tecido adiposo e ilhotas de tecido ósseo maduro formado por osteócitos, sem deposição ou remodelação óssea. |
Parede do cisto dermóide. Pequeno cisto epidérmico. Este pequeno cisto epidérmico foi encontrado em certa área da parede do cisto dermóide. Os cistos epidérmicos são formados apenas por epitélio plano estratificado, cujas células descamam para o interior em várias camadas de lamelas córneas. Os cistos dermóides contêm outros elementos, como glândulas, folículos pilosos, e tecidos mesodérmicos, documentados acima. |
Outro cisto epidérmico. Outro cisto epidérmico contém, além de escamas córneas (aqui basófilas), material róseo homogêneo, presumivelmente queratina condensada. |
Conteúdo do cisto dermóide. Macrófagos xantomatosos. O conteúdo do cisto dermóide era heterogêneo, constituído por pelos (ver aspecto macroscópico) oriundos dos folículos pilosos presentes na parede, fendas deixadas por cristais de colesterol após a remoção destes durante o preparo do material, e macrófagos xantomatosos. Estes têm citoplasma espumoso por terem fagocitado lípides, presumivelmente provenientes das glândulas sebáceas da parede do cisto. No material antes da inclusão em parafina, estes lípides têm cor amarelada ou pardacenta. Esses macrófagos são células vivas, portanto encontram-se na face interna da parede do cisto, em tecido viável contendo vasos. |
Conteúdo do cisto. Hastes pilares. Correspondiam ao principal componente do conteúdo do cisto. Aparecem orientados em várias direções e seccionados em vários planos, misturados a debris celulares e fendas de colesterol. Este material do interior do cisto dermóide é desvitalizado, não contendo células viáveis ou vasos. |
Conteúdo do cisto. Material amorfo e cristais de colesterol. Nesta outra área, não havia pelos. O conteúdo era róseo homogêneo, rico em fendas claras deixadas pelos cristais de colesterol retirados pelos solventes orgânicos quando do processamento do tecido (álcool, xilol). |
Reação inflamatória granulomatosa de corpo estranho. Em algumas áreas, notavam-se células gigantes de corpo estranho, atraídas pelos materiais do interior do cisto. São multinucleadas, com núcleos tendendo a agrupar-se na região mais central do citoplasma abundante. Para outros exemplos, clique (1)(2). |
Tecido cerebelar limítrofe. Margeando o cisto dermóide em certa área, foi encontrada uma fina orla de tecido cerebelar, reconhecendo-se as camadas molecular e granulosa do córtex e a substância branca profunda em contato com o cisto. |
Agradecimentos. Caso do Centro Infantil Boldrini, Campinas, SP, com especial reconhecimento ao Sr. Irineu Mantovanelli Neto pela documentação macroscópica, e ao Sr. Aparecido Paulo de Moraes pelos preparados histológicos. |
Para mais imagens deste caso: | TC, RM | Macro | HE |
Características de imagem dos cistos epidérmicos | Texto sobre cistos epidérmicos e dermóides |
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