Lâm.
A. 189. Teratoma maduro ou cisto dermóide do ovário (neoplasia
com tecidos dos três folhetos embrionários). O
cisto dermóide é um dos tumores mais comuns do ovário
e um bom exemplo de teratoma. Macroscopicamente (ver peças, links
embaixo) é um tumor cístico preenchido por cabelos e material
sebáceo. A parede interna do cisto tem aspecto de pele, com epiderme,
folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas.
Geralmente, em uma área da parede mais saliente na luz do
cisto e chamada promontório, encontramos vários outros
tipos de tecido, que tipicamente derivam dos três folhetos embrionários.
Alguns cistos dermóides parecem um atlas de histologia normal pela
variedade de aspectos. Porém, os tecidos estão topograficamente
desorganizados e agrupados sem nenhuma 'lógica'. Em diversas áreas
podemos reconhecer estruturas organóides, como a que lembra víscera
oca, com musculatura lisa em duas camadas e até esboço de
inervação autonômica. Vemos tecido nervoso central
(ectoderme) com áreas de gliose e até diferenciação
para córtex cerebelar. Há vários tipos de epitélio
de revestimento: escamoso, cilíndrico ciliado, com ou sem células
caliciformes, e do tipo intestinal (endoderme). Há ainda glândulas
mucosas, serosas e sero-mucosas (também da endoderme) e tecidos
de linhagem conjuntiva como músculo liso e osso (mesoderme). Em
suma, qualquer tecido normal pode estar presente.
O cisto dermóide é benigno e todos os tecidos que participam
são bem diferenciados. É mais comum durante a idade reprodutiva
da mulher. Uma das teorias admite origem a partir de uma célula
totipotente (um óvulo). Podem atingir grandes volumes (até
alguns quilos) pelo acúmulo de material sebáceo no interior
do cisto. As principais complicações são torção
do pedículo vascular com infarto hemorrágico, ou ruptura
do cisto na cavidade peritonial, provocando peritonite química. |