Glioblastoma multiforme do cerebelo
Masc.  46 a. 

Internado no HC-UNICAMP em junho de 2002. Há 5 meses cefaléia intensa. Em outro serviço, há 2 meses, foi diagnosticada ‘água na cabeça’ e  feita cirurgia de derivação liquórica. Vômitos há 15 dias. Tonturas, com dificuldade progressiva para deambular. Medicado com dexametasona. 
Exame físico geral:  normal.  PA 150/110 mmHg.  Exame neurológico. Glasgow 15. Pupilas isofotorreagentes. Ausência de rigidez de nuca. Força muscular (FM) preservada globalmente. Marcha de base alargada. Sinal de Romberg +. Decomposição e dismetria em membro superior E.  Tomografia computadorizada e ressonância magnética mostraram lesão no hemisfério cerebelar E.  Em 10/7/02 –realizada biópsia estereotáxica – sugestiva de glioma. 
Em 29/7/02 – Craniectomia occipital E.  Ressecção subtotal de tumor de hemisfério cerebelar E, com extensão ao pedúnculo cerebelar médio E.  Ficou com diminuição da FM no hemicorpo E. Refere melhora da sintomatologia (cefaléia, tonturas, vômitos) após a cirurgia. 
Exame neurológico em 26/8/02 : não deambulou. Reflexos profundos simétricos em MMII, exaltados com aumento da área em MSE.  FM grau IV em MSD, grau III em MSE,  provas índex-index e índex-nariz – positivas. Pares cranianos sem alterações. Babinski ausente. Movimentos finos alterados em MSE. 
Em 17/9/03.  1 ano e 1 mês PO.  Paciente na maca. Nega cefaléia, apetite preservado. Não deambula. Completou radio e quimioterapia. Decadron 0,5 mg/dia. Pedida TC de controle. 
TC de crânio 24/9/03  - Lacuna cirúrgica em cerebelo à E, com impregnação por contraste do parênquima adjacente. Aparente envolvimento do vermis e do lobo contralateral. Extensão tumoral ao tecido subcutâneo pela craniectomia. 
 


 
RESSONÂNCIA  MAGNÉTICA PRÉ-0PERATÓRIA, jun-jul 2002
Lesão expansiva no cerebelo, situada no centro branco medular do hemisfério E, avançando para o vermis. A lesão tem limites imprecisos, hiposinal em T1 e hipersinal em T2, indicando caráter hidratado, e apresenta forte impregnação anular pelo contraste. A região central não impregnada  pode ser necrótica ou cística.  Exerce grande efeito de massa, causando hérnia da amígdala cerebelar E no foramen magno, comprimindo e deformando o bulbo, e hérnia supratentorial da porção superior do vermis cerebelar. 
CORTES  AXIAIS 
T1 SEM CONTRASTE T1 COM CONTRASTE T2
CORTES  CORONAIS, T1 COM CONTRASTE
CORTES  SAGITAIS, T1 COM CONTRASTE
ESPECTROSCOPIA. A análise espectral do tecido contido no quadrado (figura a E) mostra um grande pico de colina a nível de 3 partes por milhão (3 PPM no eixo das abscissas). A colina é um marcador de proliferação celular, e seu aumento é compatível com a natureza neoplásica do tecido analisado. O espectro mostra também virtual ausência do pico de NAA, que seria esperado em 2 PPM se a área em questão contivesse tecido nervoso (neurônios e axônios).  A falta de NAA (N-acetil aspartato, produzido nas mitocôndrias de neurônios) indica que os elementos nobres foram substituídos pelo tumor. 

 
RESSONÂNCIA  MAGNÉTICA APÓS 6 MESES
Seis meses após retirada cirúrgica parcial do tumor em julho de 2002, persiste lesão com características semelhantes às do exame anterior, com aumento da área impregnada. 
CORTES  AXIAIS 
T1 SEM CONTRASTE T1 COM CONTRASTE T2
CORTES  CORONAIS,  T1 COM CONTRASTE
CORTES  SAGITAIS
T1 SEM CONTRASTE T1 COM CONTRASTE

 
COMPARAÇÃO  DE  DUAS  DATAS, T1  COM  CONTRASTE
4/7/2002 6/2/2003

 
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