Sarcoma primário de meninges
com expressão multifenotípica. 
4. Imunohistoquímica para marcadores epiteliais - AE1AE3, CK7, EMA
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Masc., 21 a. Clique para história clínica e ressonância magnética, HE, colorações especiais e imunohistoquímica, estudando antígenos musculares, epiteliais, neuroectodérmicos, CD34, Ki67 e p53
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Positividade para marcadores epiteliais é relatada em certas variedades de sarcoma, como sarcoma epitelióide, sarcoma sinovial, condrossarcoma mesenquimal (queratina positiva focal em 20% dos casos) e pode ocorrer de forma inconstante em outros tipos de sarcoma, sendo referida como diferenciação epitelial 'divergente'.  Entre estes, os tumores de pequenas células redondas polifenotípicos, que pertencem à família do sarcoma de Ewing / tumor neuroectodérmico primitivo periférico (pPNET), que não é o caso aqui. 

Não é nossa intenção entrar em detalhes na classificação histológica deste sarcoma de meninges. Nossa impressão é de que não se enquadra em nenhum dos tipos conhecidos de sarcoma (como rabdomiossarcoma, leiomiossarcoma, lipossarcoma). Trata-se de tumor altamente polimórfico, em que a expressão de queratinas, além dos antígenos musculares e neuroectodérmicos, e de CD34, enfatiza a potencialidade de expressão fenotípica, ou o alto grau de indiferenciação  do tumor. 

O presente caso foi positivo para AE1AE3 (pancitoqueratina), CK7 e EMA (documentados abaixo) e negativo para CK20, 34bE12 e 35bH11 (não documentados).  Deve-se lembrar que AE1AE3 sabidamente dá reação cruzada com GFAP, e o tumor é também GFAP positivo. Em relação a EMA, a positividade é citoplasmática, não em padrão membrana. A rigor, só a positividade em membranas deve ser valorizada como evidência de diferenciação epitelial. 

Ver também texto:   Marcadores epiteliais em tumores mesenquimais

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AE1AE3. Houve ampla marcação citoplasmática dos vários padrões morfológicos de células encontrados no tumor. Para cada um deles, células positivas e negativas coexistiam lado a lado. Clique para texto sobre citoqueratinas
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AE1AE3. Células fusiformes. 
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AE1AE3. Células redondas, rabdóides, lipidizadas.
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AE1AE3. Células aberrantes. 
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CK7.  Positivo em poucas células isoladas, quase todas fusiformes. Não há superposição topográfica com os resultados de outros marcadores, como AE1AE3 (acima) ou GFAP. Como as células em volta são totalmente negativas, consideramos o resultado genuíno. Ver texto sobre marcadores epiteliais em tumores mesenquimais
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CK7. Negativo nas células redondas ou rabdóides. Como estas células foram fortemente positivas para AE1AE3 e GFAP, sugere que os resultados acima com CK7 em células fusiformes sejam genuínos, não reação cruzada com outros filamentos intermediários. 
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EMA. Houve marcação citoplasmática difusa na grande maioria das células, especialmente nas fusiformes. Algumas células gigantes multinucleadas foram negativas. Como não houve marcação em padrão membrana, o resultado não deve ser valorizado como evidência de diferenciação epitelial no tumor.  Ver texto sobre marcadores epiteliais em tumores mesenquimais
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Marcadores epiteliais em tumores mesenquimais. 

Queratinas.  Algumas neoplasias mesenquimais podem exibir reatividade para queratinas. P. ex.  CK1, CK7, CK8, CK13, CK14, CK18 e CK19 foram observadas em sarcomas sinoviais.  Também sarcoma epitelióide (CK8, CK18, CK19), cordoma, paracordoma e adamantinoma intraósseo.  Além disso, alguns tumores que tipicamente não expressam queratinas, podem fazê-lo de forma ‘aberrante’. Este comportamento potencial pode ser observado em qualquer dos tipos morfológicos de sarcomas reconhecidos. Contudo, é mais comum em leiomiossarcoma, tumor maligno de bainha de nervos periféricos (MPNST), angiossarcoma epitelióide e, em menor grau, no sarcoma de Ewing / tumor neuroectodérmico primitivo periférico (pPNET). CK8, CK18, CK19 são as variedades mais esperadas nestes casos. 

É importante notar que síntese aberrante de filamentos intermediários não é um fenômeno comum. Muitos relatos de positividade ‘aberrante’ derivam de problemas na técnica de IH, como anticorpos em concentrações muito altas. Como os filamentos intermediários são estruturalmente relacionados, não é surpresa que positividade cruzada ou espúria seja observada entre vimentina, desmina, GFAP e neurofilamento. 

EMA.  Em relação a tecidos moles, notocorda, fibroblastos perineuriais e plasmócitos são os únicos elementos não neoplásicos capazes de positividade para EMA.  Tumores não epiteliais EMA positivos incluem sarcoma sinovial, sarcoma epitelióide, alguns tumores de bainha de nervos periféricos, cordomas, paracordomas e plasmocitomas.  A reatividade ‘verdadeira’ para EMA, que implica em diferenciação epitelial, é aquela em padrão membrana.  Positividade citoplasmática difusa sem padrão membrana é espúria e deve ser ignorada para finalidade diagnóstica. 

Ref. Cerilli LA, Wick MR.  Immunohistology of soft tissue and osseous neoplasms.  Chapter 3 in Dabbs DJ (editor). Diagnostic Immunohistochemistry. 2hd. Ed. Churchill Livingstone Elsevier, 2006.  pp. 65-120.

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Preparações imunohistoquímicas deste caso pela técnica Ana Cláudia Sparapani Piaza, Laboratório de Pesquisa, Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP. 
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Para mais imagens deste caso:  RM HE Colorações especiais
IH, antígenos musculares, vimentina IH, antígenos epiteliais IH, antígenos neurais IH - CD34, Ki-67, p53
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Textos complementares:  Sarcomas cerebrais Fibrossarcoma Mixofibrossarcoma Diferencial: gliossarcoma
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