Carcinoma  neuroendócrino  sinonasal. 
2.  Imunohistoquímica  para  marcadores epiteliais e vimentina
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Masc. 52 a.  Clique para exames de imagem, macro, HE, imunohistoquímica para marcadores neurais e breve texto sobre citoqueratinas.  Página com peças, TCs e RMs desta região.  Texto: neoplasias neuroepiteliais da cavidade nasal e seios paranasais
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AE1AE3. 

Positividade para este marcador geral de células epiteliais (um coquetel de anticorpos contra queratinas de alto e baixo peso molecular) estabeleceu o tumor como carcinoma pouco diferenciado. Para breve texto sobre anticorpos para citoqueratinas, clique. 

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AE1AE3. A marcação é citoplasmática (já que se trata de queratinas, que são filamentos intermediários do citoesqueleto). Às vezes se nota acentuação da positividade em um ponto ou pequena região do citoplasma, correspondendo ao que se chama de padrão dot, considerado característico dos carcinomas neuroendócrinos. 
AE1AE3. Focos de marcação mais forte. Alguns grupamentos celulares contrastam com o restante do tumor pela positividade forte para queratinas. 
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34bE12.  Anticorpo para citoqueratinas humanas de alto peso molecular.  Reconhece queratinas de 68, 58, 56.5 e 50 kD presentes na camada córnea (subtipos 1, 5, 10, 14/15). Reage com epitélio escamoso (todas as camadas), e de ductos. É positivo em carcinomas da mama, pâncreas, vias biliares, glândulas salivares e carcinomas de células de transição.  No presente caso, reconhece células isoladas ou em pequenos grupos, dentro de lóbulos, cuja maioria das células é negativa. Texto sobre anticorpos para citoqueratinas.
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35bH11. Reconhece CK8 ou citoqueratina humana 8, de baixo peso molecular (54 kD). Cora epitélios não escamosos, e não cora epitélio escamoso. Reage com células colunares.  Na pele reage com glândulas sudoríparas e seus ductos.   É positivo em adenocarcinoma do ovário, do TGI, carcinoma ductal da mama, Ca. de pâncreas e vias biliares.  Aqui, apresenta padrão de positividade semelhante ao de AE1AE3 (pancitoqueratina), acima.  Texto sobre anticorpos para citoqueratinas.
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EMA. 

Antígeno epitelial de membrana foi positivo nas células da periferia dos lóbulos neoplásicos, e em menor grau no interior dos mesmos (células isoladas).  Evidência adicional da natureza epitelial do tumor. 
Contudo, resultados semelhantes foram encontrados para S-100 e CD56, que são marcadores neurais.
Para breve texto sobre EMA, clique.

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VIM. 

Vimentina, um filamento intermediário ubiquitário,  foi demonstrada principalmente nos septos conjuntivos que separam os lóbulos neoplásicos. Contudo, houve também marcação de células tumorais isoladas ou até de muitas células em alguns lóbulos.  Isto mostra o caráter indiferenciado das mesmas, e o grande repertório de antígenos que podem expressar.  Clique para breves textos sobre filamentos intermediários e vimentina

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Citoqueratinas. 

Citoqueratinas pertencem a um grupo de proteínas chamadas de filamentos intermediários, e constituem o citoesqueleto de praticamente todas as células epiteliais.  O nome ‘filamento intermediário’ deriva da espessura (diâmetro) dos mesmos, de cerca de 10 nm, intermediário entre os microfilamentos ou filamentos de actina (de 6 nm) e os microtúbulos (de 25 nm).  Atualmente os filamentos intermediários são classificados em 6 tipos de acordo com a origem celular.  É importante notar que, como há homologia de 30 a 45% entre as seqüências de aminoácidos de diferentes tipos de filamentos intermediários, anticorpos monoclonais podem dar reações cruzadas entre eles (p. ex. AE1AE3 para queratinas pode dar positivo em células gliais, reagindo com GFAP). 

Citoqueratinas estão presentes em células epiteliais normais e tumorais, benignas e malignas, independente do grau de diferenciação. As citoqueratinas mais importantes foram numeradas 1 a 20 segundo os trabalhos de Moll et al (1982), que reconheceram dois grupos: as citoqueratinas do grupo I ou A (CK9 a 20) têm ponto isoelétrico em pH ácido, e são chamadas citoqueratinas ácidas. As do tipo II ou B (CK1 a 8) têm ponto isoelétrico em pH básico. Em cada grupo, as CKs são numeradas do peso molecular mais alto ao mais baixo. P ex. no tipo I, a CK 9 tem peso molecular 64 kD, e a CK20 46 kD.   No tipo II, CK1 tem peso molecular 67 kD, CK8 tem 52 kD.  Há evidentemente superposição dos pesos moleculares das várias moléculas nos 2 grupos. 

Os filamentos de queratina presentes no citoesqueleto são formados por heteropolímeros tetraméricos (i.e. cada molécula com 4 monômeros), sendo duas queratinas do tipo I e duas do tipo II, para manter neutralidade elétrica.  A vasta maioria das queratinas são pareadas como moléculas ácidas e básicas. 

As queratinas são produtos de duas famílias de genes. A maioria dos genes para queratinas básicas (tipo II) estão localizados no cromossomo 12, e os genes para queratinas ácidas (tipo I) estão localizados no cromossomo 17.  A maioria das queratinas de baixo peso molecular são tipicamente encontradas em todos os tipos de epitélio, exceto no epitélio escamoso. As queratinas de alto peso molecular são típicas do epitélio escamoso. 

AE1 e AE3.   O anticorpo comercialmente disponível AE1/AE3 é uma mistura de 2 anticorpos monoclonais desenvolvidos contra queratinas epidérmicas humanas. AE1 reconhece a maioria das queratinas ácidas (ou tipo I) dos tipos 10, 11, 13 a 16 e 19.  Já AE3 reconhece todas queratinas básicas conhecidas (tipo II). Portanto, esta combinação mostra uma ampla reatividade e seria capaz de demonstrar praticamente todos os epitélios e seus tumores (carcinomas). 

34bE12.   Identifica queratinas de alto peso molecular. Reage com as queratinas 1, 5, 10 e 14 (pm 68, 58, 56.5 e 50 kD) presentes na camada córnea. Em tecidos normais, marca epitélio escamoso (todas as camadas), ductal e outros epitélios complexos. Uma das aplicações mais importantes é a detecção de células basais nos ácinos prostáticos, o que indica benignidade da lesão. É negativo no adenocarcinoma da próstata. 34bE12 é consistentemente positivo em carcinomas epidermóides, carcinoma ductal da mama, pâncreas, vias biliares, glândulas salivares e carcinomas de células de transição.

35bH11.  Praticamente todos os carcinomas contêm as queratinas de baixo peso 8 e 18, exceto os carcinomas de epitélio escamoso. CK8 é básica e CK18 ácida. No fígado são as únicas queratinas encontradas.  Os anticorpos CAM 5.2 e 35bH11 reconhecem exclusivamente estas queratinas. 35bH11 cora epitélios não escamosos e não cora epitélio escamoso. Reage com células colunares.  Na pele reage com glândulas sudoríparas e seus ductos.   É positivo em adenocarcinoma do ovário, do TGI, carcinoma ductal da mama, carcinoma de pâncreas e vias biliares. 

CK7 é uma queratina do tipo II (básica), de epitélios simples não queratinizados. Reconhece um polipeptídeo de 54 kD. Cora vários tipos de células epiteliais, inclusive epitélio glandular e ductos. Epitélio escamoso estratificado é positivo, mas epitélio de transição das vias urinárias é negativo. O anticorpo cora adenocarcinomas e carcinomas transicionais, mas não reage com carcinomas escamosos.

CK20.   Específico para citoqueratina 20 (46 KDa), que é do tipo I ou ácida. Positivo em epitélio intestinal, epitélio foveolar gástrico, células uroteliais, células de Merkel da epiderme e tumores derivados destes tipos celulares (principalmente carcinoma coloretal). Adenocarcinomas de mama e pulmão e tumores neuroendócrinos de pulmão são negativos. 

Fontes: 

Dabbs DJ.  Immunohistology of metastatic carcinoma of unknown primary.  Chapter 7 in Dabbs DJ (ed). Diagnostic Immunohistochemistry. 2nd Ed. Churchill, Livingstone – Elsevier, 2006, p. 183-6

Leong AS-Y, Cooper K, Leong FJW-M.  Manual of Diagnostic Antibodies for Immunohistology. 1999, Greenwich Medical Media Ltd, London. p. 129-31; 141-2; 145-6. 

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Agradecimentos.   Caso do Hospital Centro Médico de Campinas, gentilmente contribuído pelos Drs. Yvens Barbosa Fernandes, Carlos Takahiro Chone e residentes.  Estudado em colaboração com o Dr. Marcelo Alvarenga, do Instituto de Patologia de Campinas (IPC), que realizou o estudo imunohistoquímico e o forneceu para documentação.  Agradecemos à Profa. Dra. Albina Altemani, especialista em Patologia de Cabeça e Pescoço da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, pela sua opinião diagnóstica e apoio no estudo deste caso. 
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Para mais imagens deste caso: TC, RM Macro, HE IH - marcadores neurais
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Textos sobre neoplasias neuroepiteliais da cavidade nasal e seios paranasais : 
neuroblastoma do nervo olfatório (1) (2);  carcinoma neuroendócrinocarcinoma indiferenciado sinonasal (SNUC)
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