Polimicrogiria e leucomalácia cística
3. GFAP, VIM, NSE, NF

 
Nesta página estão os achados imunohistoquímicos para astrócitos e neurônios.  Para outros detalhes, clique em exames de imagemmacroscopia e vasos e estrutura do córtex em HE.

 
IMUNOHISTOQUÍMICA
Lâminas  escaneadas.  O córtex cerebral na área com polimicrogiria tem aspecto mais ou menos uniforme, não se distinguindo as 4 camadas clássicas para este tipo de córtex. Como já notado em HE, o córtex é constituído por pequenas áreas ricas ou pobres em neurônios, que se alternam à maneira de mosaico.  As áreas pobres em corpos celulares de neurônios também são pobres em axônios, aparecendo claras com neurofilamento, e são ricas em astrócitos, aparecendo mais escuras com GFAP. Com NSE o aspecto é mais uniforme, não sendo possível distinguir os dois tipos de área na lâmina escaneada (mas isto é possível no microscópio). Abaixo, comparar as imagens escaneadas das lâminas de NF e GFAP, notando que uma é a imagem negativa da outra. 

 
GFAP
Gliose  da  camada  molecular. Astrócitos fibrosos e abundantes fibras gliais positivas para GFAP.  A penetração de vasos no córtex, normalmente perpendicular, é anômala (oblíqua). 
Estrutura do córtex. Mostra alternância de áreas ricas e pobres em astrócitos e fibras gliais. As áreas ricas em fibras gliais (GFAP positivas, mais coradas) correspondem às áreas pobres em neurônios, já demonstradas em HE. As áreas mais pálidas, pobres em astrócitos e fibras gliais correspondem a áreas ricas em neurônios. Para ver o aspecto em HE, clique.
As áreas ricas em astrócitos são geralmente associadas a vasos. Os astrócitos, do tipo fibroso, lançam prolongamentos ('pés sugadores') aos vasos. Não se observam neste córtex polimicrogírico astrócitos protoplasmáticos, que é a variedade encontrada no córtex normal.
Áreas pobres em astrócitos Áreas ricas em astrócitos
Gliose da substância branca do giro. 

 
VIM
Gliose  da  camada  molecular. Aspecto semelhante ao com GFAP. Os astrócitos fibrosos são ricos em vimentina.
Áreas de necrose cística no córtex polimicrogírico. Estas áreas, já demonstradas em HE, têm aspecto de pequenos infartos recentes com células grânulo-adiposas no centro e astrócitos gemistocíticos na periferia da lesão. São bem demonstradas por vimentina, um antígeno presente tanto em astrócitos como em macrófagos. Para ver esta área em HE, clique .
Astrócitos  gemistocíticos
Células grânulo-adiposas

 
NSE
Gliose  da  camada  molecular. A camada molecular gliótica, já observada em HE, GFAP e VIM, não se cora por NSE, mas há trechos de material NSE-positivo, que correspondem a axônios e neurônios. Os vasos que penetram no córtex são freqüentemente anômalos. Abaixo, um conjunto de sinusóides dilatados, cuja espessura é semelhante à de capilares. 
Estrutura do córtex. A mesma alternância de áreas ricas e pobres em neurônios, já notada em HE, é também vista aqui. A reação cora difusamente o neurópilo, mas delineia bem os corpos celulares e os principais dendritos dos neurônios, permitindo notar as aberrações morfológicas e a falta de orientação destas células. Há neurônios com dendrito apical dirigido para baixo, ao lado de outros em sentido normal ou horizontal.  Em todas as fotos, a superfície cortical é para cima. 
Áreas ricas em neurônios Áreas pobres em neurônios
Falta de orientação regular dos neurônios no córtex polimicrogírico
Neurônios ectópicos na substância branca gliótica.

 
NF
NF (neurofilamento) demonstra melhor axônios. No córtex vemos áreas pálidas (com poucos axônios) e mais reagentes (ricas em axônios).  Este aspecto corresponde às mesmas áreas já vistas em HE, GFAP e NSE.  Áreas com poucos neurônios em HE e NSE correspondem às com poucos axônios em NF e são ricas em astrócitos com GFAP.  Áreas ricas em neurônios em HE e NSE correspondem às com muitos axônios em NF e poucos astrócitos em GFAP. 
Áreas ricas em axônios (e neurônios) Áreas pobres em axônios (e neurônios)
As áreas pobres em axônios freqüentemente estão próximas a um vaso. 
Neurônios (corpos celulares) demonstrados por NF no córtex polimicrogírico são menos numerosos que com NSE, já que a maioria dos corpos celulares não reage para NF. Alguns neurônios são anômalos pelo tamanho ou orientação dos prolongamentos. 
Na substância branca gliótica subjacente ao córtex polimicrogírico é possível observar axônios, alguns de grosso calibre, bem como neurônios ectópicos. 

 
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