Meningioma meningotelial / transicional
Microscopia eletrônica

 
A microscopia eletrônica tem hoje papel muito reduzido no diagnóstico dos tumores do SNC, que se baseia na neuroimagem, macroscopia, HE, colorações especiais e imunohistoquímica.  Porém, a alta resolução do microscópio eletrônico permite melhor compreensão da estrutura das células neoplásicas, suas organelas, interrelações com células vizinhas e, portanto, da biologia dos tumores. 

Mesmo material coletado em formol a 10% não tamponado pode mostrar, após refixação em glutaraldeído e tetróxido de ósmio, preservação razoável das estruturas celulares, inclusive das membranas, que são os elementos mais frágeis. Proteínas estruturais, como filamentos intermediários, conservam-se melhor.  O importante é a imersão em formol ter sido rápida após a retirada dos fragmentos (reduzindo a autólise ao mínimo). 

Os redemoínhos do meningioma transicional são formados por células intimamente associadas por inúmeros prolongamentos interdigitantes, como peças de um quebra-cabeça. Os encaixes podem ser tão complexos e elaborados que é muito difícil delimitar com precisão o contorno de uma célula. 
Membranas interdigitantes e limites celulares imprecisos são uma feição característica dos meningiomas meningoteliais e dos transicionais. 

 
Dilatações do retículo endoplasmático. 

Em algumas células, dilatações das cisternas do retículo endoplasmático liso podem corresponder a aspecto vacuolizado das células em histologia comum, e sugerir, incorretamente, acúmulo de lípides. 

Ao lado, célula meningotelial, com limites melhor definidos que as dos redemoínhos, acima. Os espaços claros são cisternas do RE dilatadas por material eletrolucente. 

 
Filamentos intermediários.   As células dos meningiomas, como as  normais da aracnóide, têm o citoplasma rico em filamentos intermediários, que são constituintes do citoesqueleto. O principal componente é a vimentina, mas podem expressar também citoqueratinas. Os filamentos se distribuem em feixes pelo citoplasma e podem estar associados a complexos juncionais como os desmossomos.

 
Cílios e corpos basais.   Corpos basais com suas proteínas de ancoragem em forma de esporões não são raros neste espécime. 

 
Complexos juncionais do tipo desmossomo unem as células dos meningiomas à maneira de rebites com espaçamento variável. Nem todas as células os apresentam. Em aumento menor chamam atenção como pequenas áreas eletrodensas. As fibras colágenas vistas ao lado são abundantes nos meningiomas. 
Fibras colágenas com sua característica estriação transversal, ao lado. 
Embaixo, fibras colágenas em azul com tricrômico de Masson (de outro caso de meningioma).
Relação entre desmossomos e citoesqueleto.

Filamentos intermediários passando pela periferia da célula freqüentemente ancoram-se nos desmossomos, através das proteínas destes, chamadas desmoplaquinas

Pseudoinclusões intranucleares. 

Consideradas comuns em meningiomas, decorrem da forma irregular do núcleo, com dobras da membrana nuclear que abrigam lingüetas de citoplasma. Dependendo do plano de corte, estas podem dar a impressão de encontrar-se no interior do núcleo. 

Apesar de comuns neste preparado de ME, não foram identificadas pseudoinclusões em HE, nem no esfregaço nem nos cortes.  É possível que isto se deva à diferença de espessura dos preparados: em ME os cortes ultrafinos têm apenas 0,1 mm, enquanto os cortes de parafina para HE têm 5 mm, facilitando superposição de planos e dificultando a observação de detalhes celulares mais finos. 
Abaixo, pseudoinclusão intranuclear em outro caso de meningioma. 
Nesta pseudoinclusão é possível reconhecer rosetas de ribossomos, demonstrando claramente sua natureza citoplasmática. 
Nesta outra há um espesso feixe de filamentos intermediários, uma mitocôndria e dilatações do retículo endoplasmático, também indicando tratar-se de citoplasma em uma invaginação da carioteca. 

 
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