Glioblastoma  multiforme

 
Aspecto geral do tumor.

Neoplasia maligna com grande pleomorfismo, composta por células com núcleos hipercromáticos, citoplasma róseo de limites imprecisos e células gigantes multinucleadas. 

Células gigantes multinucleadas.  São uma feição particularmente proeminente neste exemplo, mas não chegam a ser maioria. Por isso, este tumor não deve ser classificado como glioblastoma de células gigantes. Para um exemplo desta variedade rara de glioblastoma, clique
Atividade mitótica.  Intensa, com mitoses típicas (bipolares) em várias fases e mitoses atípicas (com múltiplos fusos mitóticos, desalinhamento dos cromossomos na placa metafásica, etc). 
Proliferação vascular. A proliferação vascular é uma das feições características dos gliomas de alto grau. Há hiperplasia das células vasculares, que se empilham umas sobre as outras formando pequenos novelos, conhecidos como pseudoglomérulos.  A luz vascular é reduzida ou obliterada, causando áreas de necrose isquêmica com contorno serpiginoso ou geográfico (necroses em pseudopaliçada, abaixo).
Necroses em pseudopaliçada.    São causadas pela proliferação endotelial dos vasos próximos, com obstrução da luz e isquemia. O termo 'pseudopaliçada' refere-se à disposição mais concentrada e perpendicular dos núcleos neoplásicos em volta destas áreas de necrose.  Como a proliferação vascular causa a necrose, ambas são consideradas como um único critério na graduação da malignidade dos astrocitomas difusos segundo a classificação da OMS.
Limite externo do tumor na leptomeninge.  As células tumorais são contidas pela barreira da leptomeninge, formando uma superfície de limites nítidos. Contudo, na profundidade o tumor é extremamente infiltrativo (ver abaixo). 
Transição entre tumor e substância branca.  Uma das características mais importantes dos gliomas malignos é a infiltração gradual do tecido nervoso limítrofe e a falta de limites nítidos. As células neoplásicas formam um gradiente suave, diminuindo em número em direção à periferia do tumor (à E na foto abaixo). Não é possível dizer onde o tumor acaba: mesmo em meio a tecido aparentemente normal há núcleos com atipias
As quatro fotos abaixo, no mesmo aumento, são de campos seqüenciais, indo da substância branca "normal" (foto em cima à E) em direção ao interior do tumor (embaixo à D). Notar o aumento gradual da celularidade. 
Detalhes da substância branca infiltrada, notando-se, entre os núcleos normais da glia, núcleos com atipias e até mitoses atípicas. 

 
Proliferação vascular a distância. 
A proliferação celular já demonstrada acima não se restringe ao tumor propriamente dito. É notada também nas áreas limítrofes. Nesta foto o tumor está à D; um  grupo de vasos próximos destaca-se devido à proliferação endotelial. Isto se deve à secreção pelas células tumorais de fatores hormonais de ação parácrina, que atuam sobre as células endoteliais de capilares vizinhos. 
Em alguns vasos é possível observar mitoses. 
Calcificações. São achado inespecífico, entrando dentro da categoria de calcificação distrófica. Os gliomas que mais calcificam são os oligodendrogliomas, mas não é raro encontrar-se calcificações, às vezes extensas, em astrocitomas e glioblastomas. 

 
Reticulina. Os vasos proliferados são ricos em fibras reticulínicas, demonstradas por impregnação pela prata.  Notar o caráter 'glomerulóide'  das estruturas vasculares. 

 
IMUNOHISTOQUÍMICA
GFAP. Positivo variável nas células neoplásicas, inclusive nas gigantes multinucleadas. Os vasos proliferados não se marcam. 
VIM. Positivo variável nas células neoplásicas. 
S100. Positividade variável nas células neoplásicas, nuclear e citoplasmática. 
NSE. Positividade variável nas células neoplásicas. 
KI-67. Positivo em cerca de 10% das células neoplásicas.  Algumas células gigantes multinucleadas são positivas, outras negativas. 

 
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Este assunto na graduação Características de imagem dos glioblastomas
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