Glioblastoma de células gigantes. 
Primeira cirurgia. 

 
Glioblastoma de células gigantes.  Esta variedade de glioblastoma multiforme caracteriza-se pela grande anaplasia celular, com numerosas células gigantes multinucleadas, abundantes mitoses, grande parte das quais atípicas.  Em contraste, o tumor é relativamente bem delimitado e mostra pouca tendência a infiltrar o tecido nervoso vizinho. 
Nesta página está o espécime da primeira cirurgia. Para o espécime da segunda cirurgia (após 8 meses), clique. Para os exames de neuroimagem, clique.

 
ESPÉCIME CIRÚRGICO
O tumor foi enviado em peça única e sofreu redução de volume por ruptura do cisto. Chamavam atenção a boa delimitação e a superfície externa relativamente lisa.
Aos cortes, o tumor era constituído por tecido branco acinzentado, de consistência firme.   Delimitava um cisto central já esvaziado quando do exame, restando escasso material amarelado e coágulos. Confirmou-se a  boa delimitação externa da neoplasia. 

 
LÂMINAS  ESCANEADAS
Cortes histológicos, o da E corado por HE, e o da D submetido a reação imunohistoquímica para GFAP ou proteína glial ácida fibrilar.  Detalhes nos quadros abaixo. 

 
CORTES  DE  PARAFINA  -  HE
Glioblastoma de células gigantes.

Área representativa do tumor, mostrando a anarquia celular: extrema variação de tamanho e forma das células, numerosas células gigantes multinucleadas e mitoses atípicas. 

Células gigantes multinucleadas
Mitoses  atípicas
Necrose coagulativa
Margem externa do tumor. Apesar da extrema anaplasia, o tumor não apresentava o caráter infiltrativo característico do glioblastoma multiforme clássico.  A neoplasia era delimitada por fina cápsula fibrosa, com infiltrado inflamatório crônico inespecífico, contendo também fibras gliais (demonstradas por GFAP, abaixo). 
Margem interna do cisto. Mostrava-se constituída em parte por tecido de granulação (tecido fibroso com abundantes capilares proliferados e células inflamatórias crônicas de permeio). 

 
IMUNOHISTOQUÍMICA
GFAP. As células neoplásicas coravam-se para GFAP em intensidade variável, algumas fortemente. Na margem externa do tumor, a cápsula fibrosa também se corava por conter fibras gliais. A gliose é uma reação cicatricial inespecífica do tecido nervoso e, no caso, decorre da compressão pelo tumor. 
A positividade das células neoplásicas para GFAP demonstra a origem astrocitária do glioblastoma de células gigantes.  Antigamente este tumor foi designado sarcoma monstrocelular por autores que admitiam natureza mesenquimal.  Notar que algumas células não expressam o antígeno. 
Cápsula fibrosa do tumor, contendo fibrilas gliais positivas para GFAP. 
VIM. Vimentina, fortemente positiva nas células neoplásicas e em vasos. Em alguns núcleos notam-se pseudoinclusões intranucleares, dobras da membrana nuclear que, no plano de corte, dão a impressão de material citoplasmático no interior do núcleo. São aqui bem demonstradas pela vimentina, positiva apenas no citoplasma. 
Proteína S-100. 

Positividade variável nas células neoplásicas,  só citoplasmática ou citoplasmática e nuclear.

NSE. Enolase 'neurônio-específica', na verdade pouco específica, aqui positiva nas células neoplásicas (gliais). 
NF. Proteína de neurofilamento  demonstrou axônios na periferia do tumor, mas foi negativa nas células neoplásicas. 
KI-67. Marcador de proliferação celular, positivo em até cerca de 30% das células em algumas áreas.  Nem todas células gigantes multinucleadas são marcadas. Células em mitose mostram marcação intensa nos cromossomos e difusa e granular no citoplasma. 

 
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TC,  RM
Segunda biópsia
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