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Masc. 38 a. Clique para página de neuroimagem, colorações especiais: Grocott + hematoxilina, Grocott + HE, Grocott + verde luz, PAS + hematoxilina e breve texto sobre mucormicose. |
Lâmina
2 - abscesso orbitário.
Neste bloco estão fragmentos retirados da cavidade orbitária esquerda. Aqui é observado o abscesso, cujo conteúdo é rico em fungos da classe Zygomycetes, que inclui o gênero Mucor. A parede do abscesso é formada por tecido de granulação. Há ainda musculatura extraocular, tecido adiposo, vasos com trombos e fungos no interior, e fragmentos do nervo óptico com sua baínha de dura-máter adjacente ao abscesso. A exérese do nervo foi indicada porque o olho já estava amaurótico e o nervo intensamente envolvido pelo processo inflamatório. |
Aspecto
geral.
Há necrose extensa dos tecidos retrooculares, especialmente do tecido adiposo e vasos, com permeação por fungos, que parecem crescer livremente entre as estruturas desvitalizadas. |
Fungos.
Os fungos se destacam em HE pela sua tonalidade basófila e arquitetura
tubular, com paredes espessas, tortuosas, e de diâmetro muito variável.
Crescem exuberantemente entre células e tecidos necróticos,
onde não há reação inflamatória (já
que não existe circulação sanguínea nestas
áreas). É característica dos zigomicetos a morfologia
em hifas não septadas com ramificação dicotômica,
centro opticamente vazio e notável irregularidade de calibre.
Para caso de mucormicose pleural, clique: HE, colorações especiais. |
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Interior do abscesso. Fungos. O conteúdo do abscesso intraorbitário era especialmente rico em parasitas. | |
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Vasos
trombosados.
Vasos intraorbitários mostravam-se ocluídos por massas trombóticas ricas em fungos. |
Nervo
óptico.
O nervo óptico estava comprimido látero-lateralmente, com contorno elíptico. A reação inflamatória crônica ao fungo envolvia a metade nasal da baínha de dura-máter, levando à compressão e atrofia das estruturas nobres do nervo, mais acentuadamente na metade nasal (à esquerda na foto). |
Na metade nasal, mais próxima da lesão, há maior celularidade e os vasos estão aproximados devido à perda dos axônios. Na metade temporal, há preservação da arquitetura fascicular do nervo, com os feixes delimitados por vasos com baínha colágena (aspecto normal). Os axônios não são claramente visíveis porque são muito finos. O encontro de astrócitos reativos indica lesão axonal também nesta parte. | |
Metade nasal (interna) | Metade temporal (externa) |
Lâmina
4 - abscesso frontal.
Neste bloco estão os fragmentos retirados da base do lobo frontal. A quantidade de tecido nervoso remanescente é muito pequena. Há dois fragmentos maiores que representam cortes através do abscesso frontal visto nas imagens de RM. Nestes, há tecido de granulação, exsudato purulento na luz do abscesso e microabscessos na periferia. As áreas de córtex cerebral gliótico estão enquadradas nos retângulos 1 e 2. Detalhes abaixo. |
Área
1. - Córtex cerebral com meninge.
Abaixo, detalhes do fragmento destacado no retângulo 1. Observa-se um sulco entre dois giros, contendo pia-máter com denso infiltrado inflamatório crônico inespecífico. O córtex cerebral de cada lado do sulco mostra numerosos astrócitos gemistocíticos, mas neurônios desapareceram. Não há fungos nesta área. |
Pia-máter com infiltrado inflamatório. Na meninge inflamada não há fungos, que proliferam no tecido necrótico. Observa-se espessamento fibroso da pia-máter, e o infiltrado é do tipo crônico inespecífico, sem granulomas. As células predominantes são linfócitos, plasmócitos e macrófagos. Alguns macrófagos são grandes, multinucleados, com citoplasma espumoso e/ou contendo cristais amarelados de hematoidina. Para lâmina de meningite crônica do curso de graduação, com mais imagens de células inflamatórias crônicas, clique. | |
Macrófagos. Alguns são multinucleados, com citoplasma espumoso (rico em lípides), e podem conter cristais amarelados de hematoidina. Hematoidina é igual à bilirrubina livre no tecido, pigmento derivado do anel tetrapirrólico do grupo heme da hemoglobina, após a retirada do ferro. Para metabolismo da bilirrubina, ver parte geral do site. Para hemossiderina, o pigmento que contém ferro trivalente, clique. | |
Astrócitos gemistocíticos no córtex. Astrócitos gemistocíticos são formas reativas a qualquer tipo de lesão e, portanto, inespecíficos quanto à etiologia. Aparecem como células de citoplasma róseo e amplo, de contorno irregular, com prolongamentos, e núcleo excêntrico. Aqui os vemos na camada mais superficial do córtex (camada molecular), junto à leptomeninge. | |
Neurônios remanescentes. Eram raros. Os neurônios destacam-se por seu núcleo vesiculoso, com nucléolo evidente e cromatina frouxa. Os exemplos abaixo são pequenos e o citoplasma é escasso. | |
Microabscessos.
Em certa área observavam-se microabscessos com fungos em meio à reação inflamatória crônica. Abscessos caracterizam-se por exsudato neutrofílico que se acumula em uma cavidade neoformada. |
Material necrótico, cristais de hematoidina. Cristais de hematoidina são encontrados em meio a tecido necrótico e procedem de hemorragias prévias. Aparecem como aglomerados de finos cristais alaranjados em forma de agulhas. Para cristais semelhantes em áreas necróticas de um meningioma, clique. | |
Para mais imagens deste caso: | TC, RM | Grocott + hematoxilina, Grocott + HE | Grocott
+ verde luz,
PAS + hematoxilina |
Para caso de mucormicose pulmonar e pleural, clique » |
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