Nervo mediano normal 
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Masc., 58 a. Fragmento de nervo mediano normal retirado em autópsia, fixado em formol e incluído em parafina para cortes transversais e longitudinais, corados por HE, tricrômico de Masson, e imunohistoquímica para neurofilamento (NF) e proteína S-100. 
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Destaques  da  microscopia. 
HE.  Nervo mediano total em corte transversal - fascículos nervosos embutidos no epinêurio.  Fascículo revestido por perinêurio, com axônios e endonêurio no interior Axônios mielínicos em um fascículo em corte transversal 
Axônios mielínicos em corte longitudinal, e fibras colágenas do endonêurio  Masson. Axônios mielínicos em um fascículo em corte transversal. Baínhas de mielina em vermelho, colágeno do endonêurio em azul  Axônios mielínicos em corte longitudinal. 
NF.  Axônios marcados para neurofilamento em corte transversal  Idem, corte longitudinal  S-100.  Baínhas de mielina marcadas para proteína S-100
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HE.    Em corte transversal,  aumento panorâmico (objetiva x4), observam-se os múltiplos fascículos que compõem o nervo, entremeados por tecido conjuntivo frouxo, o epinêurio. Este circunda o conjunto de fascículos e se situa também entre eles. Aí estão os vasos nutrientes, artérias e veias (vasa nervorum). Já neste aumento, nota-se que cada fascículo é delimitado por uma fina camada de tecido conjuntivo que o reveste completamente, o perinêurio. No interior dos fascículos estão os axônios mielínicos e amielínicos, as células de Schwann e o tecido conjuntivo entre eles, o endonêurio, composto por fibroblastos e fibras colágenas.
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Perinêurio.    O perinêurio é uma baínha especializada, consistindo de células pavimentosas que se ajustam entre si intimamente à maneira de um epitélio. Estas células formam monocamadas intercaladas por fibras colágenas. Para aspectos em microscopia eletrônica, clique (1) (2). A função do perinêurio é separar o interior do fascículo, onde estão os axônios, do restante do meio ambiente. Isto permite manutenção de condições iônicas ideais para a transmissão nervosa.  O perinêurio deriva da aracnóide e passa a revestir os fascículos nervosos quando eles deixam o sistema nervoso central.  Enquanto no espaço subaracnóideo, os fascículos não têm perinêurio e são chamados raízes.  Para mais sobre raízes nervosas, clique (1) (2). 
Axônios mielínicos em corte transversal.    Os axônios maiores, revestidos por baínha de mielina, aparecem em corte transversal como pequenas argolas róseas com centro levemente mais basófilo. Este centro é o axônio propriamente dito, a argola rósea é a baínha de mielina distorcida pelos artefatos inerentes à fixação formólica e inclusão em parafina. Para a ultraestrutura normal do nervo devidamente fixado e processado para microscopia eletrônica, clique (1) (2). Axônios amielínicos são muito finos e praticamente não são vistos em microscopia óptica. Para estes em microscopia eletrônica, clique (1) (2). 
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Axônios mielínicos em corte longitudinal.    Em corte longitudinal, as baínhas de mielina assumem aspecto finamente espumoso, mais uma vez decorrente de artefatos de processamento. Os pequenos vacúolos que aparecem são artificiais, por esgarçamento das camadas de lípides que constituem a mielina, especialmente das incisuras de Schmidt-Lantermann. Para estas em microscopia eletrônica, clique.  Os axônios em si são finos e ficam difíceis de visualizar devido à retração pela inclusão em parafina. São melhor vistos em imunohistoquímica para neurofilamento. Entre os axônios mielínicos há fibras colágenas do endonêurio, que ajudam a estabilizar mecanicamente o nervo e dar-lhe resistência à tensão. Estas são destacadas em azul no tricrômico de Masson
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COLORAÇÕES  ESPECIAIS
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Tricrômico  de  Masson 

O Masson, coloração tradicional para tecido conjuntivo (para procedimento técnico, clique) presta-se admiravelmente ao estudo dos nervos, pois permite distinguir o colágeno em azul das baínhas de mielina em vermelho, com os núcleos em roxo.  Os componentes conjuntivos  do epi-, peri-, e endonêurio se destacam em azul. 

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Axônios mielínicos em corte longitudinal.   As mesmas considerações feitas acima em HE valem no tricrômico de Masson. No interior de cada fascículo,  observam-se os axônios mielínicos em paralelo, podendo ser acompanhados por longas distâncias em cortes favoráveis. As baínhas de mielina destacam-se em vermelho vivo contra o colágeno do endonêurio em azul. A mielina mostra os mesmos artefatos de retração e aspecto espumoso já discutidos em HE. Os axônios propriamente ditos (ou cilindros-eixos) não se coram e é difícil identificá-los. A melhor técnica para evidenciá-los em microscopia óptica é a imunohistoquímica para neurofilamento (NF), abaixo.   Para uma amostra de nervo ciático com o clássico aspecto da baínha de mielina 'em espinha de peixe', clique
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IMUNOHISTOQUÍMICA
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NF. 

Proteína  de  neurofilamento é o filamento intermediário próprio de axônios e suas células de origem, os neurônios. Para breve texto, clique).  Aqui, a reação imunohistoquímica em cortes transversais de parafina identifica seletivamente os axônios contra os elementos conjuntivos e as baínhas de mielina, que ficam todos sem marcação, tomando o azul pálido da hematoxilina de fundo. 

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NF, axônios.   Em aumento forte (objetiva de imersão, x100) os axônios aparecem com contorno levemente irregular ou sinuoso, devido aos artefatos de retração pela inclusão em parafina. As baínhas de mielina e o colágeno do endonêurio ficam totalmente incolores. Os núcleos entre os axônios pertencem às células de Schwann e aos fibroblastos do endonêurio (difícil distinguir entre eles). 
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NF.  Axônios mielínicos em corte longitudinal.   Apenas os axônios propriamente ditos ou cilindros-eixos se marcam. Baínhas de mielina e colágeno do endonêurio são negativos. Como já notado em cortes transversais, os axônios são levemente irregulares por retração artefatual. Isto se deve principalmente ao uso de solventes (álcool, xilol), infiltração por parafina a quente e retração da mesma ao esfriar. A técnica de microscopia eletrônica permite preservação muito superior das estruturas, usando o fixador tetróxido de ósmio para estabilizar as membranas. A inclusão é feita em uma resina dura que não retrai (Araldite) e dá suporte adequado à obtenção dos cortes ultrafinos. Para procedimento, clique. Para nervos em microscopia eletrônica, clique  (1) (2). 
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S-100.    Proteína S-100 marca células derivadas da crista neural, inclusive células de Schwann.  Como as baínhas de mielina são formadas por múltiplas camadas da membrana da célula de Schwann, marcam-se pelo anticorpo. A marcação é levemente mais acentuada na periferia da baínha, pois aí está o maior volume do citoplasma da célula de Schwann.  Demais elementos, como axônios e tecido conjuntivo, ficam incolores. 
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Agradecimentos.       Cortes histológicos pelos técnicos Aparecido Paulo de Moraes e Viviane Ubiali. Tricrômico de Masson pelo técnico Sérgio Roberto Cardoso. Imunohistoquímica pela técnica Thainá Milena Stela de Oliveira. Departamento de Anatomia Patológica, FCM-UNICAMP, Campinas, SP. 
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Para mais sobre  nervo e músculo normais: Banco de imagens Nervo mediano - HE, Masson, IH para NF, S100 ME de pequeno nervo da conjuntiva ME de músculo humano normal
Patologia Neuromuscular Nervo humano normal - ME Músculo humano normal - HE, histoquímica enzimática Músculo humano normal - inervação motora
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