Músculo esquelético normal
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MÚSCULO   ESQUELÉTICO   NORMAL
HEMATOXILINA - EOSINA
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No músculo esquelético normal  em corte transversal e corado por HE, as fibras musculares se arranjam em fascículos. O tecido conjuntivo entre os fascículos chama-se perimísio. Normalmente é frouxo e escasso, contendo vasos e nervos. 
O tecido conjuntivo entre as fibras musculares de cada fascículo chama-se endomísio. É ainda mais frouxo e escasso que o perimísio e constituído apenas por fibras reticulínicas e capilares. 
A inervação do músculo é feita principalmente por axônios mielínicos, notados como filetes roxos (basófilos).  Parte inerva as fibras musculares nas placas motoras, sendo os mediadores da contração muscular. Há também axônios sensitivos que inervam fusos neuromusculares e os órgãos tendíneos de Golgi  permitindo o controle do tonus. 
No músculo normal as fibras têm diâmetro regular, e acomodam-se umas às outras tomando cortorno poligonal com ângulos arredondados. Os mionúcleos são periféricos,  ocupando posição subsarcolemal. 
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MÚSCULO   NORMAL - ATPase
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DOIS TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES NORMAIS.

As fibras musculares normais são basicamente de dois tipos, 1 e 2. 

As fibras do tipo 1 são fibras de contração lenta e fadiga difícil, que dependem de fosforilação oxidativa para obtenção de energia e, portanto, são ricas em mitocôndrias e em mioglobina, um pigmento semelhante à hemoglobina que serve para armazenamento e transporte de oxigênio no interior da fibra. A mioglobina, que contém heme, é vermelha

As tipo 2 são fibras de contração rápida e fadiga fácil, que utilizam glicólise anaeróbica para obtenção de energia e são pobres em mitocôndrias e mioglobina. 

Obs.  Na realidade a classificação das fibras é um pouco mais complicada, admitindo-se fibras tipos 1, 2A, 2B e 2C, mas isto não tem maior importância para esta aula. 

Em aves, há músculos com forte predomínio de um dos tipos de fibra, o que é relacionado à função. Por exemplo, a carne do peito do frango é branca porque tem grande predomínio de fibras do tipo 2. Esta musculatura é usada para bater as asas, um movimento rápido e de duração curta. Já a carne das coxas e sobrecoxas é vermelha porque aí predominam fibras do tipo 1. Esta musculatura tem função postural, é usada para manter a ave em pé, portanto exige contração durante períodos prolongados. 

POR QUÊ SE USA A ATPase PARA  ESTUDAR OS TIPOS DE FIBRAS ? 

A reação histoquímica para ATPase miosínica é um método elegante e largamente empregado para diferenciar entre fibras tipo 1 e 2 em biópsias musculares. A ATPase é uma enzima que cliva ATP para liberar energia para contração muscular. Faz parte da própria molécula da miosina, um dos filamentos contráteis, juntamente com a actina, que formam as miofibrilas. A ATPase constitui a 'cabeça' móvel do filamento de miosina (por isso se fala em ATPase miosínica). 
 

As fibras tipos 1 e 2 têm moléculas de miosina um pouco diferentes.  Variando-se o pH em que é feita a reação histoquímica para ATPase, as fibras de um tipo reagem e as do outro tipo reagem menos.  As fibras reativas são demonstradas em marrom escuro. As não reativas ficam bege claro ou brancas. 

Estas reações, como todo o restante do estudo das biópsias musculares, é feito em cortes de congelação obtidos em criostato. Não é possível fazer em cortes de parafina porque a fixação por formol destrói a atividade enzimática. 

No músculo humano, particularmente nos músculos mais usados para biópsia, que são o bíceps braquial, tríceps braquial, quadríceps, tríceps sural e peroneiro, há um relativo equilíbrio entre as fibras dos dois tipos, e a distribuição entre elas é aleatória.  Lembra à primeira vista um tabuleiro de xadrez. 

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Fibras musculares pela técnica para  ATPase miosínica  em pH 9.4.   As fibras escuras são tipo 2, as claras tipo 1. A enzima está presente nas miofibrilas. 
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Técnica para  ATPase miosínica  em pH básico e ácido em dois cortes contíguos.
Se a reação é feita em pH básico (9.4) ,  as fibras tipo 1 ficam claras, as tipo 2 escuras.  Se a reação é feita em pH ácido (4.6),  as fibras tipo 1 ficam escuras, as tipo 2 claras. 
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MÚSCULO   NORMAL - 
ENZIMAS OXIDATIVAS
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Enquanto a ATPase se situa nas miofibrilas, as enzimas oxidativas são encontradas no sarcoplasma intermiofibrilar. Uma das mais usadas para fins diagnósticos em biópsias musculares é a NADH-diaforase, também chamada de NADH-TR ou nicotinamida-adenina-dinucleotídeo-reduzido-tetrazólio-redutase. É uma enzima que oxida o NADH, transferindo o hidrogênio a um aceptor artificial, o tetrazólio, colocado no meio de incubação.  O tetrazólio é incolor mas, após redução, torna-se azul escuro intenso. O produto da reação demonstra o reticulado que fica entre as miofibrilas, e que é essencial para sua manutenção e funcionamento. 

Esta reação também serve para distingüir as fibras do tipo 1 das do tipo 2. As tipo 1, que têm intensa atividade oxidativa, são ricas na enzima e aparecem em escuro. As tipo 2, que dependem mais da glicólise anaeróbica, aparecem claras. 

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NADH-TR. Músculo normal após reação para NADH-TR.  As fibras escuras são tipo 1, as claras tipo 2. 
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NADH-TR.  Detalhes, mostrando as finas traves de sarcoplasma intermiofibrilar em fibras tipos 1 e 2. As miofibrilas não se coram. O sarcoplasma aparece azul escuro entre elas. Nas fibras tipo 1 há mais sarcoplasma, e este pode se acumular abaixo do sarcolema (membrana da fibra muscular) formando orlas intensamente reativas. 
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SDH. Outra enzima oxidativa de grande importância é a succinato desidrogenase (SDH). Sendo uma enzima do ciclo de Krebs, situa-se exclusivamente nas mitocôndrias, e é um meio fácil de visualizar estas organelas. Sua distribuição normal é semelhante à da NADH-TR.   A enzima encontra-se aumentada nas miopatias mitocondriais. 
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SDH. Músculo normal após reação para succinato-desidrogenase.  As fibras mais ricas na enzima são tipo 1, as menos reativas são tipo 2. 
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SDH. Os pontos azul-escuros marcam mitocôndrias, mais numerosas nas fibras tipo 1. As fibras tipo 1 também têm orlas subsarcolemais reativas, como na NADH-TR. 
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Músculo humano normal em microscopia eletrônica
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