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3. Microscopia eletrônica |
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3. Microscopia eletrônica |
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| Material
foi fixado diretamente em líquido de Karnovsky poucos minutos após
a retirada cirúrgica, permitindo boa preservação da
ultraestrutura. Para exames de imagem,
aspectos em microscopia óptica do esfregaço,
cortes
de congelação,
cortes
de parafina corados por HE, imunohistoquímica,
e texto sobre mielomas, clique.
Em microscopia eletrônica, as células têm, na grande maioria, o aspecto clássico de plasmócitos, com seu abundante retículo endoplasmático rugoso disposto em fileiras paralelas lembrando arquibancadas. Chama a atenção a quantidade de células polinucleadas, sendo comuns até 4 núcleos. Há numerosas células em apoptose em diversas fases, sendo este material excelente para estudo do fenômeno. Grande parte delas encontra-se fagocitada por macrófagos. Ainda outros tipos de células, como fibroblastos, participam da lesão. |
| Destaques da microscopia eletrônica. | ||
| Plasmócitos. Células neoplásicas, na maioria bi- ou plurinucleadas, com abundante retículo endoplasmático rugoso | Retículo endoplasmático rugoso. Cisternas paralelas 'em arquibancada', com ribossomos alinhados na face citosólica | Inclusões citoplasmáticas de imunoglobulina (corpúsculos de Russell) |
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| Apoptose. Mecanismo de morte de muitas células neoplásicas. Cromatina condensada em crescentes perinucleares | Fagocitose. Corpos apoptóticos englobados por macrófagos | Fibroblastos.
Cisternas dilatadas do RER em distribuição casual |
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| Clique para HE (esfregaço, congelação, parafina) e imunohistoquímica. | ||
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| Comparação com esfregaço a fresco (E) e corte de parafina (D), ambos corados por HE. | |
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| Plasmócitos tumorais têm contornos nítidos, geralmente mais de um núcleo, e citoplasma rico em retículo endoplasmático rugoso (RER). Este situa-se principalmente na periferia da célula, que corresponde em microscopia óptica à região mais basófila. Mais internamente, observam-se corpúsculos de limites mal definidos, por vezes confluentes, e circundados por RER. São interpretados como depósitos de imunoglobulinas secretadas pela célula. Em HE, correspondem à região central, mais acidófila. |  |
| Os núcleos aparecem como múltiplos perfis, deixando dúvida se seriam realmente mais de um, independentes, ou seriam polilobados como os de neutrófilos, com comunicações entre as subunidades. Em algumas células com plano de corte favorável, esta segunda possibilidade fica favorecida (ver foto abaixo). Há forte contraste entre a eucromatina (grânulos mais dispersos) e a heterocromatina (mais condensada), esta situada na periferia do núcleo abaixo da carioteca. |
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| O retículo endoplasmático rugoso é a principal variedade de RE encontrada nos plasmócitos. É constituído por membranas que delimitam um complexo sistema de cisternas e túbulos interconectados. O retículo rugoso é assim chamado pelo grande número de ribossomos aderidos à face citosólica das membranas. Estes ribossomos traduzem moléculas de RNA mensageiro em moléculas de proteínas, as quais são dirigidas à luz das cisternas do RE. |  |
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| Inclusões
citoplasmáticas de
material amorfo moderadamente eletrolucente, circundadas por retículo
endoplasmático rugoso, provavelmente representam acúmulos
de material produzido e ainda não secretado pela célula.
Quando em grandes quantidades, este material corresponde aos chamados corpúsculos
de Russell, observados em plasmócitos normais em estados de hipersecreção
crônica. Para exemplos, clique (1)
(2) (3).
Organelas eletrodensas arredondadas correspondem a lisossomos. |
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| Plasmócitos em apoptose, em várias fases, eram de observação corrente no presente espécime. A evidência mais precoce parece ser a condensação da cromatina abaixo da membrana nuclear, formando imagens em meia lua ou crescentes. Há também um maior contraste entre os elementos do citoplasma : as cisternas do retículo endoplasmático rugoso ficam mais claras e mais facilmente distinguíveis do citosol (este, mais denso). Para mais sobre apoptose, clique. Para apoptose em centros germinativos de linfonodos e em um linfoma de alto grau histológico, clique. |
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| Mais tarde, os limites da membrana nuclear ficam menos nítidos, a cromatina se condensa mais e perde-se a individualidade das organelas citoplasmáticas. As células em apoptose são fagocitadas por macrófagos. |
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| No citoplasma dos macrófagos observam-se plasmócitos ainda reconhecíveis em vários graus de degeneração, e corpúsculos eletrodensos, presumivelmente células em estágio final de digestão. |  |
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| Nos plasmócitos degenerados ainda são reconhecíveis restos do retículo endoplasmático rugoso, que aparecem como linhas paralelas densas. A cromatina nuclear fragmenta-se em corpos muito eletrodensos. |  |
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| Corpos
apoptóticos contêm filamentos e massas
muito eletrodensas, praticamente negras, que à primeira vista parecem
precipitados de chumbo. Porém este material só é encontrado
nos corpos, e está ausente no tecido em volta, afastando a possibilidade
de artefato.
Provavelmente correspondem a restos celulares, como cromatina e ribossomos do RER. |
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| Algumas
células não
se encaixam na morfologia tradicional dos plasmócitos. O RER
é abundante mas não se arranja em cisternas paralelas e sim
em torno de vesículas eletrolucentes e dilatadas.
Consideramos estas células compatíveis com fibroblastos (corresponde à célula à direita na foto. À esquerda, um plasmócito). |
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| Preparações de microscopia eletrônica pelas técnicas do Depto de Anatomia Patológica da FCM - UNICAMP, Sras. Marilúcia Ruggiero Martins e Geralda Domiciana de Pádua. A elas, nossos agradecimentos. |
| Para mais imagens deste caso: | TC, RM | HE | IH |
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| Este assunto na graduação: Peça, lâminas osso, rim | Texto sobre mielomas |
| Neuropatologia
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