Gliossarcoma congênito frontal E. 
1. Esfregaço, cortes de congelação, parafina HE, colorações  especiais. 
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Este raro e curioso tumor cerebral congênito foi diagnosticado como gliossarcoma com base nas seguintes feições : 
a) caráter fusocelular, com arranjo das células em feixes multidirecionados;
b) abundante arcabouço de fibras reticulínicas, em certas áreas separando células individualmente;
c) positividade variável para GFAP (glial fibrillary acidic protein), indicando diferenciação glial;
d) positividade difusa para desmina, uma proteína própria de células musculares. 

Para breve texto sobre gliossarcomas, inclusive aspectos atuais sobre sua histogênese, clique

Todo o estudo apresentado baseou-se em um pequeno fragmento de cerca de 0,5 cm de diâmetro, enviado para diagnóstico peroperatório (biópsia de congelação). A partir dele foram realizados:  esfregaço, cortes de congelação, estudo histológico em HE, colorações especiais (tricrômico de Masson e reticulina), imunohistoquímica e microscopia eletrônica

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Esfregaço. 

Um diminuto fragmento de tecido (< 1 mm cúbico), esmagado por deslizamento entre duas lâminas e corado por HE, mostrou marcadas atipias nucleares, com variação de tamanho e cromatismo, além de figuras de mitose típicas  e atípicas, evidenciando o caráter agressivo do tumor.  Permite apenas o diagnóstico de neoplasia maligna indiferenciada, sem pistas, por enquanto, em relação à linhagem histológica. 

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CORTES  DE  CONGELAÇÃO
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Cortes de congelação, realizados em criostato a -20ºC, ficaram prontos cerca de 5 minutos após o recebimento do material.  Mostraram tecido neoplásico com alta celularidade e atipias, composto por células fusiformes arranjadas em feixes, à maneira dos sarcomas. 

 
Destaques  da  microscopia. 
HE.  Caráter fusocelular, arranjo em feixes multidirecionados Mitoses freqüentes, típicas e atípicas Masson. Fibras colágenas delicadas (em azul) entre as células tumorais
Reticulina.  Fibras reticulínicas envolvendo células individualmente GFAP. Positivo em parte das células tumorais, indica diferenciação astrocitária GFAP. Áreas com células negativas. 
VIM.  Positividade citoplasmática nas células tumorais CD56.  Positividade padrão membrana em parte das células, favorece linhagem neural S-100.  Positividade nuclear e citoplasmática, favorece linhagem neural
Desmina.  Positividade citoplasmática, indica diferenciação miogênica CD34.  Positivo em vasos, negativo no tumor. Capilares delicados, ausência de proliferação endotelial Ki-67. Positividade em cerca de 30% dos núcleos das células neoplásicas
Para microscopia eletrônica, clique.
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PARAFINA  -  HE
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Aspecto  geral  do  tumor.  Os cortes de parafina essencialmente confirmaram os achados dos de congelação, mostrando neoplasia relativamente uniforme em toda a diminuta amostra. As células eram alongadas, com núcleos ovalados e cromatina densa. As atipias nucleares eram marcadas em todas as áreas. O citoplasma era escasso e de limites imprecisos. Notava-se nítido arranjo paralelo das células em feixes multidirecionados.  Material fibrilar entre as células dava a impressão de fibrilas colágenas, o que depois se confirmou nas colorações especiais, Masson e reticulina, e em microscopia eletrônica
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Mitoses.  Numerosas figuras de mitoses típicas e atípicas foram encontradas. 

 
COLORAÇÕES  ESPECIAIS
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Tricrômico de Masson. 

O tricrômico de  Masson diferencia em cores contrastantes elementos teciduais que se coram em róseo em HE.  Permite, assim, melhor estudo da estrutura do tumor. 

Ao lado, uma pequena artéria ilustra o ponto: o músculo liso da camada média se cora em vermelho e o colágeno da adventícia se destaca em azul. 

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No tecido tumoral, o citoplasma das células neoplásicas se cora em vermelho, os núcleos em roxo. Entre as células é possível distinguir, já em pequeno aumento, delicadas fibrilas colágenas azuis, que são um dos elementos que permitem o diagnóstico de sarcoma. 
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Mitoses.  Como em HE, foram observadas com freqüência. Notar o citoplasma das células corado em vermelho, contrastando com o interstício (fibras colágenas em azul). 

Reticulina. 

Uma densa rede de fibras reticulínicas envolvia as células neoplásicas individualmente em diversos campos do tumor. Em outras áreas, eram escassas e esparsas. 

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Fibras reticulínicas são uma variedade de fibras conjuntivas intersticiais, análogas às fibras colágenas (colágeno tipo I) mas mais finas  (colágeno tipo III).  Sua presença num tumor maligno fusocelular como o presente é forte evidência da natureza sarcomatosa do mesmo (ou seja, originado em elementos conjuntivos). 
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Áreas pobres em reticulina. 

Estas regiões demonstram a natureza dual das células neoplásicas, capazes de produzir elementos do tecido conjuntivo em certas áreas mas não em outras.  Há paralelismo entre a capacidade das células produzirem ou não fibrilas gliais (GFAP), um filamento intermediário próprio de astrócitos. 

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Para mais imagens deste caso: TC IH ME
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