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1a. amostra. 2. Imunohistoquímica |
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Fem. 1 a 1m. Clique para exames de imagem; 1a. biópsia - HE, imunohistoquímica; 2a. biópsia - HE, IH. |
IMUNOHISTOQUÍMICA. Os componentes do tumor foram estudados com anticorpos para células gliais (GFAP, VIM), neurônios (SNF, SMI-32), axônios (NF), capilares (CD34) e proliferação celular (Ki67). |
GFAP.
Glia.
GFAP, um filamento intermediário do citoesqueleto próprio de astrócitos, demonstrou o citoplasma e prolongamentos do componente glial do tumor. Os prolongamentos celulares formavam uma rede fibrilar de fundo. O citoplasma marcado destacava-se dos núcleos, freqüentemente atípicos. Não foram encontradas mitoses, mas havia figuras de apoptose. |
GFAP. Neurônios. Os neurônios componentes do tumor, melhor estudados em HE, SNF, SMI-32, são GFAP negativos, pois pertencem a outra linhagem que não expressa GFAP. O filamento intermediário próprio dos neurônios é a proteína de neurofilamento, mas esta é freqüentemente mais positiva nos prolongamentos (axônios), que no corpo celular. | |
GFAP. Vasos. Alguns vasos destacavam-se negativamente contra os astrócitos de fundo, mostrando proliferação endotelial leve a moderada. Esta se evidencia por núcleos maiores, mais tumefeitos e em maior número, com certo empilhamento. Pode haver redução ou obliteração da luz. Proliferação endotelial é um dos critérios da OMS para gliomas de alto grau, no caso grau III, já que mitoses, o outro critério, faltam. | |
VIM. Glia. A vimentina, outro filamento intermediário do citoesqueleto, tem distribuição ubiquitária em muitas linhagens celulares, inclusive astrócitos. Os resultados aqui virtualmente superpõe-se aos com GFAP. Às vezes, vimentina define melhor os contornos celulares que GFAP. Aqui, documenta o caráter rudimentar das células neoplásicas, mostrando escassez de citoplasma e prolongamentos, observando-se células com dois ou até só um prolongamento, indicando elementos muito primitivos (glioblastos). | |
VIM.
Neurônios.
Como com GFAP, os neurônios participantes do tumor aparecem não marcados contra as células gliais muito mais numerosas, e tomam o azul pálido da hematoxilina, corante de fundo. Alguns não mostram nucléolo. |
SNF. Neurônios. Sinaptofisina, uma proteína associada a vesículas sinápticas e, portanto, indicativa de linhagem neuronal ou neuroendócrina, foi fortemente positiva em neurônios deste ganglioglioma de III ventrículo, demonstrando a natureza neuronal destas células, já indicada em HE e na IH para antígenos gliais, GFAP e VIM. A marcação é citoplasmática e intensa, ficando o núcleo negativo. Ficam evidentes as aberrações morfológicas já comentadas em HE. A positividade no interstício deve decorrer de prolongamentos neuronais seccionados em vários planos, como também evidenciado em NF. | |
SNF. Glia. Algumas células, presumivelmente gliais, destacam-se pela negatividade. | |
SNF.
Vasos.
Vasos com proliferação endotelial são negativos para SNF e chamam atenção. |
SMI-32. SMI-32 (para breve texto, clique) é um anticorpo monoclonal que reconhece um epítopo não fosforilado de uma proteína de neurofilamento pesada (200 kD). Permite visualização de corpos celulares e dendritos de neurônios de forma muito específica, documentando a participação destas células no ganglioglioma. | |
NF (proteína de neurofilamento). Neurofilamento é o filamento intermediário expressado por neurônios e seus prolongamentos, axônios e dendritos. Surprendeu a densidade de axônios nesta pequena amostra de ganglioglioma, aparentemente desproporcional ao número de neurônios, muitos dos quais tinham aparência anômala ou rudimentar. Ficou a dúvida se os axônios pertenceriam a tecido das proximidades, infiltrado pelo tumor, o que não é apoiado pela informação cirúrgica da topografia da amostra. Foram observados neurônios, mas na maioria negativos para NF. |
CD34. CD34 é empregado para estudar a rede capilar do tumor. Em gangliogliomas, são descritas também células neoplásicas positivas em padrão membrana, criando um delicado aspecto em plumas, que tentativamente batizamos de células plumiformes em outros casos (1)(2). Isto não foi observado nesta amostra, mas raras células este tipo apareceram na segunda amostra após quimioterapia. A proliferação endotelial observada como imagens negativas em GFAP e SNF também não ficou evidente. Possivelmente, isto poderia dever-se a que CD34 marca apenas a face luminal das células endoteliais. |
Ki-67. A alta proporção de núcleos marcados por Ki67 (da ordem de 20 a 30%) era consistente com o caráter agressivo (anaplásico) do tumor, a julgar pelos aspectos em ressonância magnética. Este foi outro elemento que nos levou a classificar o tumor como grau III nesta amostra. | |
Ki67. Neurônios. Embora muitos núcleos gliais estivessem marcados, não foram observados neurônios positivos. | |
Agradecimentos. Caso do Centro Infantil Boldrini, Campinas, SP. Preparados histológicos e imunohistoquímicos pelos técnicos do Laboratório de Patologia da instituição - Aparecido Paulo de Moraes, Irineu Mantovanelli Neto, Isabella Domingues Guize e Adriana Worschach. |
Para mais imagens deste caso: | ||||
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Sobre gangliogliomas :
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