Neupatimagem-UNICAMP

Pequeno ganglioglioma sólido de região insular direita.
2. IH para marcadores gliais : GFAP, VIM

Masc., 12 a. Clique para ressonância magnética, HE, imunohistoquímica para marcadores gliais (GFAP, VIM), marcadores neuronais (SNF, cromogranina, NF, NeuN, MAP2, tubulina), CD34, Ki-67.

Destaques da imunohistoquímica.

GFAP. Positivo em astrócitos, negativo nos neurônios	GFAP. Astrócitos normais do córtex cerebral vizinho para comparar	VIM. Idem.


SNF. Positivo em neurônios, corpos granulosos	Cromogranina. Positivo em neurônios, axônios, corpos granulosos	NF. Positivo em neurônios, axônios


NeuN. Córtex normal. Positivo em neurônios	NeuN. Tumor. Positivo em neurônios	MAP2. Positivo em neurônios


Tubulina. Positivo em neurônios	CD34. Positivo em vasos, negativo no tumor.	Ki-67. Positividade em cerca de 1 a 3% dos núcleos das células neoplásicas.

GFAP.

GFAP demonstra que a população deste ganglioglioma é constituída quase na totalidade por astrócitos (positividade ctoplasmática). Predominam astrócitos de padrão morfológico fibrilar ou gemistocítico. Células não marcadas são presumivelmente neurônios, o que é apoiado por sua morfologia, e porque há células comparáveis positivas com marcadores neuronais.

GFAP. Células não marcadas (presumíveis neurônios). Neurônios são uma pequena minoria, mas chamam a atenção, no meio das células marcadas por GFAP, pela total negatividade do núcleo e citoplasma, aparecendo cinza-claro ou azul pálido. O núcleo é grande, com nucléolo proeminente, e em posição central no meio do citoplasma abundante e bem delimitado.

GFAP. Células com núcleos de neurônios, GFAP positivas. O característico núcleo de neurônio, com cromatina pálida e nucléolo proeminente, é visto também em células com citoplasma fortemente marcado por GFAP e que, portanto, devem ser atribuídas à linhagem astrocitária. Isto mostra como é falaciosa a impressão em HE. Não fosse pela reação histoquímica, estas células seriam certamente consideradas como neurônios em HE.

Vasos.

Não chamam a atenção no tumor. Alguns são circundados por coroas de células astrocitárias mais condensadas.

GFAP. Córtex normal. Um pequeno fragmento de córtex cerebral normal, incluído por acaso junto com o tumor, testemunha a delicadeza dos astrócitos normais e a finura dos seus prolongamentos, alguns em relação com vasos, outros envolvendo neurônios. Em comparação, as células neoplásicas acima parecem grosseiras e dismórficas.

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VIM.

Os resultados com vimentina praticamente superpõem-se aos com GFAP, acima. A grande maioria das células constituintes do tumor marcam-se no citoplasma, como com GFAP. Presumíveis neurônios ficam totalmente negativos. A principal diferença é que vasos marcam com vimentina (células endoteliais, musculares lisas), enquanto que com GFAP permanecem negativos.

VIM. Células não marcadas (presumíveis neurônios). Aspectos superponíveis aos já observados com GFAP (acima).

VIM. Células com núcleos de neurônios, VIM positivas. Como já notado com GFAP, muitas células com nucléolo proeminente em um núcleo redondo, com cromatina frouxa (lembrando o de um neurônio), marcam-se no citoplasma para vimentina, afastando linhagem neuronal. A positividade para GFAP e/ou vimentina é notada em astrócitos, não em neurônios. Por outro lado, astrócitos normais, mesmo hipertróficos, não apresentam nucléolos tão chamativos. São células, portanto, de morfologia híbrida, com atributos tanto de neurônios quanto de glia. O achado enfatiza a grande variabilidade fenotípica das células do ganglioglioma, e a dificuldade em atribuir-lhes uma linha de diferenciação. Não é improvável que uma dada célula possa expressar antígenos de linhagens diferentes (conferir, p. ex. com MAP2). Para saber, seria necessária dupla marcação, o que não foi feito neste caso.

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Preparações imunohistoquímicas deste caso pela técnica Ana Cláudia Sparapani Piaza, Laboratório de Pesquisa, Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP.