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1. Macro, HE, colorações especiais. |
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Espécime.
Massa neoplásica arredondada, superfície externa lisa, levemente lobulada, rósea-amarelada, com vasos calibrosos. Media cerca de 5,5 cm no maior diâmetro. Pequenos fragmentos de tecido nervoso estavam aderidos em uma das faces. A consistência era firme e elástica. |
Ganglioglioma
cerebelar - Tentativa de
correlação imagem - espécime.
A parte que aparece lisa na peça possivelmente corresponde à
superfície superior do tumor, que aflorava do hemisfério
cerebelar E. A parte inferior apresentava interface com a substância
branca, que veio aderida à peça.
Boa delimitação. A boa delimitação do tumor, que permitiu excisão in toto, chamou a atenção desde o início, levantando a hipótese de que não se tratasse de um tumor glial, já que gliomas praticamente nunca são tão bem demarcados do tecido nervoso. Macroscopicamente, e mesmo no corte em congelação, pensou-se em uma neoplasia de linhagem conjuntiva. O diagnóstico final de ganglioglioma constituiu, portanto, surpresa. |
Ao
corte,
aspecto homogêneo, amarelado a esverdeado, com focos esbranquiçados e área hemorrágica central, interpretada como secundária a trauma cirúrgico . Havia outra área mais escura, possivelmente devida a hemorragia antiga (dava ausência de sinal no TR longo, ver figura correlativa abaixo). A superfície externa do tumor era notavelmente lisa e bem demarcada. |
Ganglioglioma cerebelar - A orla de hipossinal circundando uma área de hipersinal nas seqüências de TR longo provavelmente corresponde a hemossiderina residual de hemorragias antigas no tumor. O centro deve corresponder a uma área mais hidratada ou rarefeita. A hemorragia recente que não aparece nas imagens deve ter ocorrido no ato cirúrgico (o tumor foi removido em peça única). |
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Destaques da microscopia. | ||
HE. Neurônios | Astrócitos. | Vasos |
Hemossiderina | Calcificações | Corpos hialinos. |
Masson. Cápsula | Vasos. | Reticulina. |
Clique para destaques da imunohistoquímica e da microscopia eletrônica. | ||
Aspecto geral, superfície externa. O tumor era em sua quase totalidade composto por astrócitos intensamente fibrilares, cujos prolongamentos se imbricavam em uma densa rede. Neurônios esparsos, na maioria pequenos, e muitos com morfologia anômala, eram encontrados variavelmente na amostra, mas geralmente escassos. A superfície externa era lisa, bem delimitada, e circundada por uma fina cápsula fibrosa, melhor notada com o tricrômico de Masson. |
Padrão fibrilar. Neste ganglioglioma, o componente astrocitário tem padrão fibrilar. Comparar com outro caso de ganglioglioma, também de cerebelo, em que o componente astrocitário tem padrão pilocítico ou pilóide (é constituído por astrócitos pilocíticos, com fibras de Rosenthal, e tem áreas protoplasmáticas com degeneração microcística, onde eram encontrados os neurônios). |
Um neurônio trinucleado com citoplasma fortemente basófilo destaca-se no meio dos prolongamentos astrocitários róseos que constituem a quase totalidade do tumor. Os núcleos dos astrócitos são regulares, sem atipias, e a arquitetura lembra a de um astrocitoma fibrilar. |
Neurônios. Os neurônios chamam atenção pela boa delimitação de seu corpo celular, que é geralmente basófilo devido à riqueza em corpúsculos de Nissl. Já os corpos celulares dos astrócitos são difíceis de delimitar em HE. Os neurônios neste tumor são anormais, vários binucleados e excepcionalmente trinucleados, que praticamente inexistem em tecido nervoso normal. São testemunhos da natureza aberrante, hamartomatosa, desta formação tumoral. |
Neurônios. Os núcleos de neurônios são em geral redondos, com cromatina frouxa e vesiculosa e nucléolo proeminente. Corpúsculos de Nissl são constituídos por retículo endoplásmico rugoso e ribossomos livres ou em rosetas. Para neurônios deste caso em microscopia eletrônica, clique. Neurônios são também demonstrados em imunohistoquímica por marcadores, como NSE, NF, SNF e cromogranina. | |
Astrócitos multipolares de padrão fibrilar constituem a quase totalidade da população celular deste ganglioglioma. Os núcleos têm cromatina densa mas sem atipias. O corpo celular, com escasso citoplasma, se resolve em finos prolongamentos que formam uma trama reticulada de fundo. Para astrócitos em imunohistoquímica para GFAP e em microscopia eletrônica, clique. |
Vasos maiores intratumorais eram freqüentemente envolvidos por espessa adventícia colageneizada e paucicelular. Os capilares eram finos e delicados, e prolongamentos astrocitários aplicavam-se perpendicularmente a eles. Para vasos em tricrômico de Masson, reticulina, imunohistoquímica para CD34 e microscopia eletrônica, clique. | |
Ausência
de impregnação por contraste.
O tumor praticamente não sofre impregnação por contraste, revelando existência de barreira hemoencefálica nos capilares tumorais. Como a barreira normal é formada pelas células endoteliais modificadas pelos astrócitos fibrilares, é tentador admitir que os prolongamentos astrocitários vistos no tumor mantenham esta função, que têm no tecido normal. |
T1 SEM CONTRASTE | T1 COM CONTRASTE |
Hemossiderina.
Certas áreas do tumor eram ricas em pigmento hemossiderótico, decorrente de hemorragias antigas. Havia evidência disto nas imagens de RM, onde a hemossiderina é notada como hipossinal ou ausência de sinal em T2 e FLAIR. |
Calcificações.
Corpúsculos arredondados e calcificados, lembrando os corpos psamomatosos dos meningiomas, eram encontrados esparsamente no tumor.
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Corpos hialinos, um comemorativo de neoplasias gliais de baixo grau, eram raros neste ganglioglioma. | |
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Tricrômico
de Masson.
Como cora o colágeno em azul, o Masson é uma coloração muito útil para estudar o componente conjuntivo de tumores. Aqui, demonstra a cápsula e os vasos, através de sua adventícia espessa e colageneizada. |
Cápsula.
A cápsula fibrosa, que revestia externamente a lesão, é uma feição altamente não usual em gliomas, que praticamente nunca têm cápsula e misturam-se com o tecido nervoso em volta. |
Vasos.
Os vasos tumorais chamam atenção pela adventícia espessa, que se cora forte em azul no Masson. Em microscopia eletrônica, há um importante componente de fibras colágenas. |
Vasos. Os astrócitos neoplásicos emitem prolongamentos finos que terminam perpendicularmente à adventícia. Em microscopia eletrônica, observa-se uma membrana basal limitante entre o tecido neoplásico e o colágeno da adventícia. | |
Reticulina.
A impregnação pela prata para fibras reticulínicas aqui demonstra essencialmente o mesmo componente que o azul de anilina no tricrômico de Masson. As fibras colágenas da adventícia dos vasos coram-se em negro. Não há fibras reticulínicas entre as células neoplásicas. |
Para mais imagens deste caso | RM | IH | ME |
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