Neupatimagem-UNICAMP

Ganglioglioma de cerebelo.
2. Imunohistoquímica.

Destaques da imunohistoquímica.

GFAP. Mais de 99% das células tumorais são astrócitos GFAP positivos.	NF. Neurônios marcam-se no citoplasma e prolongamentos.	NF. Axônios - esparsos pelo tumor.


SNF. Positividade citoplasmática com destaque para aberrações morfológicas.	Cromogranina. Idem.	NSE. Destaca neurônios no tumor.


CD34. Astrócitos. Positividade na membrana externa em certa área do tumor.	CD34. Vasos. Positividade em células endoteliais em todo tumor.	Ki-67. Positividade em < 1% dos núcleos dos astrócitos neoplásicos. Neurônios sempre negativos.

Clique para destaques da histologia em HE, tricrômico de Masson, reticulina, e da microscopia eletrônica.

GFAP._O componente astrocitário do tumor (que representa mais de 99% das células) marca-se para GFAP, como esperado.

NF.

Proteína de neurofilamento marca os neurônios participantes da lesão e seus prolongamentos (dendritos e axônios). Nesta lâmina escaneada, chama a atenção uma pequena área superficial onde a marcação é muito forte em contraste com as demais áreas. Nesta área, mostrada em detalhe abaixo, há maior concentração de corpos celulares e prolongamentos neuronais. Nas outras áreas (em azul claro) há neurônios e axônios isolados (não visíveis neste aumento).

NF. Abaixo, periferia da área mais densamente populada por neurônios e seus prolongamentos. A mesma área era positiva para CD34 nos astrócitos, mas não nos neurônios.

NF. Área rica em neurônios e axônios.

Os neurônios do tumor apresentam maior variação de diâmetro e forma que o esperado para uma população neuronal normal, como, por exemplo, o núcleo denteado do cerebelo. Há células maiores e menores, com citoplasma abundante ou escasso, prolongamentos curtos ou proeminentes, e pseudoinclusões intranucleares. Neurônios binucleados são comuns (raríssimos em tecido nervoso normal).

NF. Áreas pobres em neurônios e axônios.

Nestas áreas, os raros axônios se destacam em meio aos astrócitos. Alguns axônios mostram irregularidades de diâmetro. Para axônios em microscopia eletrônica neste caso, clique.

SNF. Com sinaptofisina, uma proteína associada a vesículas sinápticas, há marcação de neurônios e axônios isolados em meio ao tumor, que é constituído quase só por astrócitos fibrilares. Há grande variação de tamanho e forma, neurônios bi- e trinucleados e prolongamentos aberrantes, evidenciando a natureza displásica ou malformativa das células. Nos axônios 'em contas de rosário', as irregularidades de diâmetro são atribuídas a perturbações do fluxo axonal, que levam a acúmulo focal de organelas ou filamentos. Um exemplo extremo está ilustrado abaixo como 'corpo granular positivo para sinaptofisina'.

Cromogranina. Com cromogranina, outra proteína associada a vesículas secretoras, vale o já comentado acima para NF e SNF. A positividade citoplasmática destaca células notáveis por suas aberrações morfológicas, entre elas binucleação ou polinucleação. Axônios aparecem pouco com este marcador.

NSE._Enolase neurônio-específica reitera achados descritos com os marcadores supra, destacando aqui os neurônios pela positividade citoplasmática.

CD34.

Este marcador de endotélio e de células precursoras hemopoiéticas também é positivo em células de linhagem neural em vários tumores neuroectodérmicos de baixo grau associados a epilepsia. Para mais detalhes, clique. Aqui, marcou a mesma pequena área na periferia do tumor que já havia sido notada com NF. Contudo, com CD34, a positividade foi em astrócitos, e não em neurônios e axônios, como para NF.

Na área marcada, há positividade nas membranas dos astrócitos, bem como nos vasos. Nas áreas que aparecem em claro na lâmina escaneada, a positividade nos astrócitos desaparece, mas a marcação nos vasos permanece.

CD34. Os neurônios na área marcada são negativos para CD34, como no resto da amostra, e aparecem em azul pálido. Há vários neurônios binucleados, como já visto em outras técnicas.

Ki-67. Houve marcação de pequena proporção de núcleos do componente astrocitário do tumor, da ordem de <1%. A população neuronal, escassa, era sempre negativa, sugerindo que estas células, provavelmente, nunca entram em divisão. Chama a atenção a positividade freqüente em núcleos muito próximos, como se tivessem se originado da divisão de uma célula precursora.