Astrocitoma pilocítico de  cerebelo com  proliferação capilar excepcionalmente intensa 
(diagnóstico diferencial com hemangioblastoma).  1. HE, GFAP
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Masc. 51 a  Este caso gerou dificuldade diagnóstica em virtude da notável vascularização, que levantou, na histologia de HE, a possibilidade de um hemangioblastoma. Esta hipótese não encontrava apoio na ressonância magnética. Hemangioblastomas são geralmente císticos, mas a margem do cisto não impregna. A impregnação é limitada à pequena área onde é encontrado o tumor propriamente dito.  Já no presente caso, a impregnação era uniforme em toda volta. 
Clique para RM, HE, GFAP, CD34, Ki67 e diagnóstico diferencial com hemangioblastoma : inibina, NSE, S-100
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Destaques  da  microscopia. 
HE.  Ilhotas de astrocitoma pilocítico em meio a abundante proliferação capilar  Ilhotas de astrocitoma pilocítico circundadas por capilares Proliferação capilar exuberante
GFAP.  Ilhotas de astrocitoma pilocítico (GFAP +) em meio a abundante proliferação capilar (GFAP -). Áreas de padrão pilocítico (células alongadas, prolongamentos paralelos) Áreas de padrão protoplasmático (células estreladas, prolongamentos curtos em arranjo casual) 
CD34.  Exuberante proliferação capilar circundando ilhotas de astrocitoma Ilhotas de astrocitoma pilocítico circundadas por capilares Proliferação capilar margeando superfícies (fragmentos da cavidade central do tumor)
Ki-67. Positividade em capilares proliferados, mais rara ou ausente nas ilhotas de astrocitoma  Inibina.   Usada para pesquisar células estromais, no diagnóstico diferencial com hemangioblastoma. Negativa.  Controle positivo em hemangioblastoma
NSE.  Usado para pesquisar células estromais. Negativo entre os capilares.  Positivo nas ilhotas de astrocitoma pilocítico Controle positivo em hemangioblastoma
S-100.  Usado para pesquisar células estromais. Negativo entre os capilares. Positivo nas ilhotas de astrocitoma pilocítico Controle positivo em hemangioblastoma
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HE, aspecto geral.   O material veio fragmentado, com pequenas amostras da parede do cisto. Havia córtex cerebelar, não documentado aqui.  Os segmentos de interesse continham capilares proliferados, densamente agrupados e mal individualizados, em meio aos quais notavam-se ilhotas de tecido neuroectodérmico. Os núcleos eram irregularmente distribuídos e variavam de tamanho e cromatismo, chegando alguns a parecer atípicos. Essas ilhotas foram positivas para GFAP, demonstrando sua natureza astrocitária.  Os capilares realçaram intensamente com CD34.  Foi realizada pesquisa de células estromais,  próprias do hemangioblastoma, com anticorpos para inibina, NSE e S-100, e nada foi encontrado.  Concluímos por um astrocitoma pilocítico do cerebelo com proliferação capilar excepcional, sobrepujando o componente glial (neoplásico). 
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Comparação  entre HE, GFAP e CD34 em cortes próximos, mostrando agrupamentos de células GFAP positivas em meio à massa de capilares (estes, marcados por CD34, onde o componente glial fica negativo).  Clique para detalhes da imunohistoquímica. 
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Astrocitoma pilocítico.    O tecido glial em meio aos capilares não lembrava o astrocitoma pilocítico clássico. Na HE, as células não tinham aspecto 'pilocítico', ou seja, alongadas e com prolongamentos em paralelo. Não foram encontradas fibras de Rosenthal, corpos hialinos eosinofílicos ou componente protoplasmático com degeneração microcística.   Porém, com GFAP, áreas pilocíticas e protoplasmáticas ficaram melhor definidas. Atipias nucleares sabidamente podem ser encontradas em astrocitomas pilocíticos, sem valor prognóstico. 
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Capilares  proliferados.   Em áreas, a quantidade de capilares lembrava um hemangioma. Alguns tinham luz patente e vazia, outros eram colabados. A natureza vascular do tecido ficava clara na imunohistoquímica para CD34.  O diagnóstico diferencial com hemangioblastoma foi afastado pelos dados de imagem  e pela ausência de células estromais.  A proliferação capilar poderia ser equivocadamente considerada critério de malignidade, como nos astrocitomas difusos. Porém, isto não vale para astrocitomas pilocíticos. 
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IMUNOHISTOQUÍMICA
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GFAP,     ou proteína glial ácida fibrilar (glial fibrillary acidic protein) é um filamento intermediário próprio de astrócitos.  Aqui demonstra o componente glial do tumor, na forma de pequenos aglomerados celulares mesclados ao componente vascular, formado por finos capilares.  Em HE, só os aglomerados maiores são individualizáveis (mostrado acima). Com GFAP, observam-se muito mais astrócitos que antecipado na HE. Alguns destes agrupamentos exibem características vistas nos astrocitomas pilocíticos, como astrócitos alongados com prolongamentos bipolares (pilocíticos)  ou estrelados com prolongamentos curtos  (protoplasmáticos). Fibras de Rosenthal, porém, não foram encontradas. 
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Padrão pilocítico. 
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Padrão protoplasmático. 
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Agradecimentos. Caso do Hospital  Santa Casa de Limeira, SP, enviado e gentilmente contribuído pelos Drs. Antonio Augusto Roth Vargas, Marcelo Senna Xavier de Lima, Paulo Roland Kaleff e residentes do Serviço de Neurocirurgia.  Processamento histológico e lâminas HE pelo pessoal do Laboratório de Rotina: Mariagina de Jesus Gonçalves, Maria José Tibúrcio, Guaracy da Silva Ribeiro, Fernando Wagner dos Santos Cardoso, Viviane Ubiali, Fernanda das Chagas Riul e Vanessa Natielle Pereira de Oliveira. Procedimentos imunohistoquímicos pelo pessoal do Laboratório de Pesquisa - Ana Claudia Sparapani Piaza, Luzia Aparecida Magalhães Ribeiro Reis e Arethusa de Souza. 
Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP, Campinas, SP. 
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Para mais imagens deste caso: RM HE, GFAP CD34, Ki67
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