Neupatimagem-UNICAMP

Astrocitoma pilocítico de teto mesencefálico com implantes liquóricos no fundo de saco dural.
1. HE, tricrômico de Masson

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Fem. 14 a. Clique para história clínica, exames de neuroimagem - destaques, detalhes. O tecido retirado do fundo de saco dural era compatível com um astrocitoma pilocítico de padrão exclusivamente protoplasmático. Como não há astrocitomas pilocíticos autóctones da região, e tendo sido observada, já nos primeiros exames de imagem (TC, RM), a pequena lesão no teto mesencefálico que obstruía o aqueduto de Sylvius, pareceu-nos lógico atribuir a neoplasia inferior a uma semeadura liquórica da superior. A existência de astrocitomas pilocíticos de mesencéfalo é bem documentada, e já observamos alguns exemplos, sendo dois com comprovação histológica (1) (2). Igualmente é conhecida a possibilidade dos astrocitomas pilocíticos migrarem por via liquórica, ver exemplos (1) (2).

Destaques da microscopia.

HE. Astrocitoma pilocítico, padrão histológico protoplasmático	Células lembrando oligodendrócitos.	Áreas microcísticas


Proliferação capilar 'em guirlandas'	Fibrose e hialinização da adventícia de pequenos vasos	Masson. Implantes tumorais no tecido conjuntivo da pia-aracnóide do fundo de saco dural


GFAP. Positivo nas células neoplásicas, negativo em vasos proliferados do tumor	VIM. Positividade citoplasmática nas células neoplásicas	S-100. Idem, vasos negativos


CD34. Positivo nos vasos, realçando a proliferação capilar	Ki-67. Positivo em cerca de 1% dos núcleos de astrócitos neoplásicos	Ki-67. Positivo em proporção maior das células dos vasos proliferados

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Aspecto geral.

Na amostra obtida do fundo de saco dural, agrupamentos de tecido neoplásico glial de baixo grau eram observados em meio a tecido conjuntivo e vasos. As células neoplásicas tinham aspecto de astrócitos de padrão protoplasmático, sem atipias nucleares, com escassos prolongamentos mal definidos, que se entrelaçavam em uma trama fibrilar de fundo.

Astrócitos protoplasmáticos. Celularidade moderada, núcleos de cromatina densa, mas sem atipias, prolongamentos citoplasmáticos inconspícuos, muito delgados, mesclando-se aos de outras células, formando um retículo. Ausência de mitoses ou áreas de necrose. Em certas áreas observavam-se microcistos.

Células lembrando oligodendrócitos.

Em alguns campos, as células tumorais mostravam halos claros perinucleares, dando o clássico aspecto em ovo frito, característico dos oligodendrócitos. Contudo, é bem conhecido que este padrão pode ser observado em astrocitomas pilocíticos, por vezes em extensas áreas (para detalhes, clique).

Áreas microcísticas.

A chamada 'degeneração microcística' é habitual em áreas protoplasmáticas de astrocitomas pilocíticos. Material mucóide, provavelmente produzido pelas próprias células neoplásicas, acumula-se entre elas, acentuando a textura frouxa do tecido.

Proliferação vascular 'em guirlandas'.

Proliferação de capilares é uma das características de gliomas de alto grau e conta como um dos critérios da OMS para graduação de malignidade. Contudo, é também observada em astrocitomas pilocíticos, que recebem grau I segundo a OMS.

Aqui, os capilares proliferados geralmente preservam sua luz, e não se observa empilhamento das células endoteliais, ao contrário do notado nos gliomas malignos. Os pequenos vasos se dispõem lado a lado em fileiras lembrando guirlandas de flores. Em ressonância magnética, esta feição corresponde a áreas de impregnação por contraste, pois estes capilares são desprovidos de barreira hemoencefálica. Clique para exemplo.

Vasos com parede hialinizada. Em alguns pequenos vasos observava-se espessamento fibroso e hialinização da adventícia.

COLORAÇÕES ESPECIAIS

Tricrômico de Masson.

Nesta coloração para tecido conjuntivo, os implantes do astrocitoma aparecem como lóbulos em róseo ou lilás e o tecido colágeno em azul. As células tumorais crescem infiltrando o tecido conjuntivo do fundo de saco dural. A adventícia dos pequenos vasos também se destaca em azul pela riqueza em colágeno.