Neupatimagem-UNICAMP

Abscesso cerebral bacteriano, aspergilose sistêmica e cerebral, e hemorragia subaracnóidea.
2. Lesões pulmonares.

Fem 62 a. Clique para dados clínicos, exames de imagem - RMs e TC. Lesões cerebrais - hemorragia subaracnóidea, vasculite por Aspergillus, cavidade residual do abscesso, Grocott; lesões pulmonares - macro, HE, Grocott, lesões cardíacas - macro, HE, Grocott; cirrose hepática, macro.

Destaques desta página

Pulmões, macro. Consolidação difusa, áreas mais claras, firmes, salientes	HE, lâmina escaneada	Pneumonia, vasculite


Aspergillus em áreas pneumônicas	Grocott. Invasão vascular	Fungos no exsudato purulento


Para destaques das lesões cerebrais, cardíacas e hepáticas, clique.

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Pulmões, macroscopia. Ambos apresentavam-se consolidados, com poucas áreas crepitantes à palpação. Ao corte davam saída de abundante líquido avermelhado pouco arejado. Peso: direito 610 g; esquerdo 455 g. Abaixo, pulmão esquerdo.

Pulmão direito. Apresentava áreas mais firmes e esbranquiçadas nos lobos superior e inferior. Cortes histológicos mostraram pneumonia aguda rica em neutrófilos nas luzes alveolares e freqüentes colônias de Aspergillus sp.

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Lâmina escaneada

de uma das áreas salientes e esbranquiçadas mostra difusa consolidação pneumônica, com abundantes neutrófilos e perda da delimitação entre os alvéolos. Esta lâmina escaneada com 600 dpi (dots per inch). Foto abaixo com 1200 dpi.

Pneumonia aguda e vasculite. Os alvéolos estavam preenchidos por leucócitos neutrófilos. Chamavam a atenção vários pequenos vasos cujas paredes estavam também permeadas por neutrófilos, que por vezes forravam a luz do vaso, aderidos ao endotélio. Em aumento mais forte, e com a impregnação argêntica de Grocott, muitos vasos estavam infiltrados por hifas de Aspergillus sp.

Fungos. Fungos com morfologia de Aspergillus sp eram encontrados não só nos vasos mas em áreas de consolidação pneumônica. Destacavam-se como hifas basófilas, septadas e de diâmetro regular, dividindo-se dicotomicamente em ângulos agudos como pequenos buquês.




Em alguns fungos, o protoplasma (parte viva do fungo) mostrava-se basófilo e granuloso, distinguindo-se da parede celular, incolor

Áreas de necrose e fungos. Em certas áreas, havia necrose dos septos alveolares, presumivelmente isquêmica, em vista do intenso acometimento vascular. Nestas áreas também havia fungos.

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Grocott. Invasão de paredes vasculares. É bem conhecido o tropismo de fungos do gênero Aspergillus e dos causadores da mucormicose por vasos. Os parasitas invadem ativamente as paredes vasculares, causando necrose, trombose, infartos e disseminação hematogênica. Neste pulmão há vários exemplos. No vaso abaixo, a lesão vascular ocorre na metade inferior da foto, onde se nota espessa camada de neutrófilos aderida à face interna. Isto ocorre secundariamente à lesão endotelial pelos parasitas. Além disso, hifas atravessam a camada de neutrófilos e crescem na luz do vaso onde, presumivelmente, ainda circulava sangue quando do óbito.

Invasão de paredes vasculares. Observam-se hifas na espessura dos vasos.

Grocott. Fungos em áreas pneumônicas. Fora dos vasos, fungos crescem exuberantemente em meio ao exsudato neutrofílico que preenche os alvéolos. O método de Grocott destaca com elegância as hifas septadas em ramificação dicotômica. Para máxima definição, a impregnação argêntica não pode prolongar-se (cerca de 15 minutos) e deve ser acompanhada ao microscópio. Impregnação excessiva enegrece os microrganismos com perda dos detalhes estruturais. Para procedimento técnico, clique.

Agradecimentos. Caso estudado com a residente de primeiro ano, Dra. Daniele Moraes Losada. Técnicos de autópsia - Maria Rita Gomes da Cruz e Fábio Fernandes da Silva. Fotos macroscópicas das peças - Adilson Abílio Piaza. Preparações histológicas pelo pessoal do Laboratório de Rotina - Mariagina de Jesus Gonçalves, Maria José Tibúrcio, Guaracy da Silva Ribeiro, Fernando Wagner dos Santos Cardoso, Viviane Ubiali, Fernanda das Chagas Riul e Vanessa Natielle Pereira de Oliveira. Colorações especiais - Tayna Takahashi Santos. Departamento de Anatomia Patológica, FCM-UNICAMP, Campinas, SP.

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Para mais imagens deste caso:	Abscesso cerebral tratado, evolução em 3 RMs	Hemorragia subaracnóidea maciça associada a aspergilose	Macroscopia do encéfalo
Para mais imagens deste caso:
*Vasculite por Aspergillus* em parênquima cerebral e meninges**	Cavidade residual do abscesso bacteriano	Aspergilose pulmonar	Aspergilose cardíaca, cirrose hepática