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1. Macro, HE |
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Espécime. Fem. 44 a. Para história clínica e exames de imagem, clique. O espécime foi obtido da massa polipóide que preenchia a cavidade nasal esquerda. Além de pequenos fragmentos incaracterísticos, veio esta lesão nodular esbranquiçada, de superfície externa lisa, consistência firme e elástica, parecendo apenas um pólipo da mucosa nasal. Abaixo, tentativa de correlação com as imagens de ressonância magnética. |
Ao corte, apresentava textura compacta e relativamente homogênea, mais frouxa na periferia. | |
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No corte histológico, tratava-se de um tumor sólido, que, apesar de limites aparentemente precisos, infiltrava a mucosa nasal em volta (orla de cor rósea). A mucosa era revestida por epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado. O tumor continha pequenos cistos de material compatível com muco. Posteriormente ficou claro que se tratava de glândulas da mucosa nasal envolvidas pelo tumor. | |
Destaques da microscopia. Texto sobre adenoma de hipófise ectópico. | ||
HE. Epitélio de revestimento do pólipo nasal contendo o tumor | Adenoma de hipófise invasivo. | Atipias nucleares, binucleação, mitoses |
Glândulas da mucosa nasal aprisionadas pelo tumor. | Infiltração em blocos na periferia do tumor. | Mucosa nasal normal em outra área (para comparar). |
Masson. Delicadas trabéculas de fibras colágenas separando as células neoplásicas em blocos ou colunas | Reticulina. Finas fibras reticulínicas separam pequenos grupos de células tumorais | PAS. Realça o muco contido em glândulas aprisionadas pelo tumor. Adenoma de hipófise é PAS negativo |
GH. Positividade no citoplasma de parte das células tumorais (define lesão como adenoma hipofisário) | PRL. Positivo em pequenos grupos de células neoplásicas | AE1AE3. Positividade citoplasmática variável nas células neoplásicas. 35bH11. |
34bE12. Positividade nas glândulas da mucosa aprisionadas pelo tumor, negativo no adenoma | CD34. Vasos finos, regularmente espaçados | Ki-67. Positividade em cerca de 3 a 5% dos núcleos das células neoplásicas |
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Epitélio
de revestimento do pólipo.
Apresentava as características habituais do epitélio da mucosa da cavidade nasal, com arquitetura cilíndrica pseudoestratificada, ciliada em áreas. |
Adenoma.
O tumor era constituído por células epiteliais regulares, cúbicas ou poligonais, em arranjo sólido, formando lóbulos ou fileiras ao longo de finas traves conjuntivo-vasculares. Estas são melhor observadas no tricrômico de Masson ou na impregnação pela prata para fibras reticulínicas. |
Adenoma da hipófise. Inicialmente, a origem e natureza da lesão ficaram obscuras. Foi aventada a hipótese de tumor primário da mucosa nasal ou dos seios paranasais, provavelmente carcinoma. Foi a correlação com os estudos de imagem (tomografia computadorizada e ressonância magnética), e a imunohistoquímica, positiva para dois hormônios hipofisários (hormônio do crescimento e prolactina), que estabeleceram o diagnóstico correto, de um adenoma hipofisário ectópico (a sela túrcica era normal), centrado no seio esfenoidal e clivus, localmente invasivo (ver áreas infiltradas da mucosa nasal) e secretor de dois hormônios, GH e PRL. | |
Atipias celulares. Chamavam a atenção discariose (variação de tamanho e cromatismo dos núcleos), núcleos atípicos, nucléolos proeminentes, ocasional binucleação. | |
Mitoses. Eram típicas, mas em quantidade superior à esperada em um adenoma de hipófise habitual. | |
Glândulas
da mucosa nasal infiltradas pelo tumor.
Estes pequenos cistos preenchidos por muco ficaram enigmáticos a princípio e chegamos a admitir que fossem produzidos pelas células neoplásicas. Com observação mais atenta, colorações especiais e imunohistoquímica, especialmente para 34bE12, ficou claro que eram as glândulas originais da mucosa nasal, envolvidas pela neoplasia. O acúmulo de muco seria secundário à compressão dos ductos excretores. |
Glândulas infiltradas. Na maioria das glândulas, o epitélio estava achatado a ponto de ficar imperceptível. Em outras, células cúbicas ou cilíndricas formando uma monocamada em volta do material hialino deixavam claro tratar-se de glândulas. | |
Infiltração
da mucosa nasal pelo adenoma.
Em certas áreas na periferia do tumor observava-se a infiltração do tecido conjuntivo frouxo da mucosa nasal por lingüetas de tecido neoplásico, revelando o caráter localmente invasivo da lesão. |
Mucosa
nasal normal para comparar.
Em outros fragmentos, observava-se mucosa nasal normal, com glândulas serosas e mucosas em meio a tecido conjuntivo frouxo, revestido na superfície por epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado. |
Adenoma
de hipófise ectópico.
Adenomas da hipófise só raramente se originam fora da sela turca. Localizações ectópicas incluem a região supraselar, seio esfenoidal, seio cavernoso e clivus. Constituiriam < 1% das massas obstruindo a nasofaringe, e têm forte tendência a sangramento. Localização nasofaríngea pode ser atribuída a restos da bolsa de Rathke. O tumor pode ser não funcionante ou secretar GH, causando acromegalia (mais comum). Há relatos de casos com secreção de ACTH, TSH ou prolactina. Em alguns casos, o tumor no seio esfenoidal associou-se a sela vazia. Alguns artigos encontrados em rápida revisão no PubMed.
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Para mais imagens deste caso, | TC, RM | Colorações especiais | IH |
Mais sobre adenomas da hipófise | ||||||
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Textos de apoio: | Hipófise normal | Adenomas | Adenoma de hipófise ectópico | Oncocitomas | Prolactina e seu controle hipotalâmico |
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