Leucoencefalopatia do HIV
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Masc. 47 a.    Pneumopata e nefropata crônico, portador de AIDS / SIDA C3, em tratamento irregular. CD4 baixo. Alterações cognitivas leves, sem déficits motores.   RM (abaixo).  Diagnóstico. Leucoencefalopatia pelo HIV, sem confirmação histológica.  Texto.
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RESSONÂNCIA  MAGNÉTICA 
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Quadro de substância branca com aspecto leucodistrófico, desmielinização difusa do centro semioval, estendendo-se ao tronco cerebral e cerebelo. Chama a atenção a notável simetria das lesões, afetando todos os lobos dos dois hemisférios de maneira praticamente igual. A substância branca mostra hipersinal difuso nas seqüências com TR longo (T2 e FLAIR), indicando maior grau de hidratação por perda da mielina. Em T1 aparece com hipossinal em relação ao córtex cerebral, poupado.  Acompanha-se de atrofia cerebral difusa com dilatação ventricular. No tronco cerebral as lesões predominam na base da ponte, e no cerebelo afeta o centro branco medular, bilateralmente. Os núcleos denteados se destacam por serem constituídos por substância cinzenta. 
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Melhores  cortes - CORONAIS,  FLAIR. 
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Axiais,  FLAIR
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Axiais, T2
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Axial, T2 Axial, sagital, T1 sem contraste
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Encefalopatia pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). 

Incidência. Afecções neurológicas são as manifestações iniciais da AIDS em 7 a 20% dos pacientes. As alterações neuropatológicas podem ser causadas pelo próprio HIV ou outros agentes infecciosos oportunistas, como a toxoplasmose, citomegalovirose, o vírus JC, causador da leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP), fungos, e outros. 

Clínica.  A encefalopatia do HIV, também conhecida como complexo AIDS-demência, é uma doença demencial progressiva. O HIV infecta o cérebro e o líquor já na fase inicial da AIDS.  A quantidade de vírus no líquor é preditora do risco de demência. Tipicamente, a encefalopatia do HIV ocorre em pacientes com imunodeficiência severa e coexistência de doenças sistêmicas. É incomum que seja a manifestação inicial da AIDS. O início é insidioso, com distúrbios do intelecto e memória, e lentificação psicomotora progressiva. Em comparação com a leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP), a encefalopatia do HIV mostra clinicamente retardamento mental e comprometimento da memória ao longo de vários meses, enquanto que a LEMP se caracteriza por sinais neurológicos focais cursando por semanas a meses.  Na RM, as lesões da LEMP são mais subcorticais e focais, enquanto que na encefalopatia do HIV são mais difusas e profundas. 

Patologia. Na maioria dos casos de encefalopatia do HIV não complicada por outras doenças, como toxoplasmose, o grau de atrofia cerebral é pequeno. Há afecção preferencial da substância branca dos hemisférios cerebrais e da substância cinzenta profunda, como os núcleos da base e tálamos. O córtex é relativamente poupado. Histologicamente, a mielina mostra palidez difusa, tanto nos hemisférios cerebrais como no cerebelo. Há vacuolização, perda da mielina e axônios, podendo chegar a necrose. Pode haver um baixo grau de inflamação crônica, associada à infiltração por macrófagos, aumento no número de células microgliais e astrócitos reativos. O infiltrado microglial pode formam nódulos gliais bem definidos. A feição mais distintiva da encefalopatia do HIV são as células gigantes multinucleadas, encontradas em espaços perivasculares e no parênquima cerebral. As localizações mais comuns são a substância branca, núcleos da base e tálamos. 

Ressonância magnética. O achado mais comum é a atrofia cerebral. Nas fases iniciais da doença há pequenos focos de hipersinal na substância branca periventricular nas seqüências com TR longo, que não apresentam edema ou efeito de massa. Com a progressão, há confluência das lesões pequenas, e/ou hipersinal difuso e simétrico na substância branca profunda e periventricular, que pode envolver os núcleos da base, tálamos e tronco cerebral. Estudos de acompanhamento após instituição de terapia antiretroviral de alta atividade (highly active antiretroviral therapy ou HAART) mostraram estabilização ou regressão das alterações de sinal.

Fonte:  Nusbaum AO, Fung K-M, Atlas SW.  Chapter 13. White matter diseases and inherited metabolic disorders.  In Atlas SW (editor) Magnetic Resonance Imaging of the Brain and Spine, 3rd. Ed, Lippincott, Williams & Wilkins, Philadelphia, 2002, p. 501.

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EXAME  EM  DETALHE
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CORTES  AXIAIS,  T2
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AXIAIS,  FLAIR
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T1 SEM CONTRASTE
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CORTES  CORONAIS,  FLAIR. 
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CORONAIS,  FLAIR, DETALHES. 
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CORTES  SAGITAIS,  T1  SEM  CONTRASTE
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Sobre encefalite do HIV : Neuroimagem Neuropatologia Texto
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Sobre LEMP (leucoencefalopatia multifocal progressiva):
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