Beta catenina.
Beta catenina
é uma proteína codificada por um gene no cromossomo
3:p22.1, e tem dupla função, estando envolvida na regulação
de adesão intercelular, e em regulação de transcrição
gênica. É uma subunidade do complexo proteico cadherina,
funcionando como transdutor de sinais intracelulares na via Wnt.
É amplamente expressada em tecidos humanos e em muitas espécies
inclusive nas moscas de frutas Drosophila. Por exemplo, no
músculo cardíaco, beta catenina é encontrada em junções
do tipo adherens nos discos intercalados que unem fibras miocárdicas,
sendo crítica para o acoplamento mecânico e elétrico
de miocardiócitos adjacentes. Complexos de adesão intercelular
são essenciais na formação de tecidos animais.
Beta catenina é parte de um complexo proteico que forma as junções
aderentes, necessárias para criação e manutenção
de camadas e barreiras de células epiteliais. O complexo entre
E-cadherin - beta catenina – alfa catenina está fracamente associado
ao citoesqueleto de actina. O complexo de cateninas beta e alfa faz
uma ponte entre as cadherinas e o citoesqueleto de actina.
Mutações
e superexpressão de beta catenina estão associadas a vários
tipos de câncer, incluindo carcinoma hepatocelular, hepatoblastoma,
carcinomas do colo, reto, pulmão, mama, ovário e endométrio.
Normalmente, beta catenina é mantida em níveis baixos no
citoplasma, associada a um complexo proteico que inclui a proteína
APC, codificada pelo gene APC, que está mutado na polipose adenomatosa
do colon. APC e outras proteínas do complexo, ligam-se
a beta-catenina e proporcionam sua destruição por proteassomos.
Quando células são estimuladas por moléculas WNT,
o receptor para estas moléculas (chamado frizzled) emite
sinais que levam a desativação do complexo de degradação
da beta catenina. Com isso, os níveis citoplasmáticos
desta aumentam, e levam a beta catenina a translocar-se para o interior
do núcleo, onde se liga a fatores de transcrição que
ativam vários genes envolvidos na multiplicação celular.
De forma semelhante, quando APC está mutado ou ausente, não
ocorre destruição da beta-catenina, que migra para
o núcleo e ativa genes do ciclo celular. Estas células se
comportam como se estivessem sempre estimuladas pela via WNT.
Vias de sinalização
WNT. É um
grupo de vias de transdução de sinal que começa com
proteínas que passam sinais para dentro da células através
de receptores de superfície. Essas vias usam comunicação
entre células vizinhas (parácrinas) ou na mesma célula
(autócrina). Wnt compreende uma família de glicoproteínas
secretadas de sinalização, que são modificadas pela
introdução de uma molécula de ácido graxo (palmitoleoylation)
em um único resíduo serina totalmente conservado. Esta modificação
é essencial para a que a proteína seja transportada para
a membrana plasmática para secreção. Também
permite que a proteína Wnt ligue-se ao receptor frizzled.
Essas proteínas são altamente conservadas no reino animal,
desde moscas de frutas a camundongos e humanos.
Hepatoblastoma,
o tumor pediátrico mais comum do fígado, é caracterizado
por ativação da via Wnt – beta catenina através de
mutações desta última. Hepatoblastoma mostra
localização nuclear de beta catenina em cerca de 80 % dos
casos.
Refs. Wikipedia.
em inglês:
https://en.wikipedia.org/wiki/Beta-catenin
em português:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Beta-catenina
Outras.
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Min Q et al.
beta-Catenin and Yes-Associated Protein 1 Cooperate in Hepatoblastoma Pathogenesis.
Am J Pathol 2019 May;189(5):1091-1104.
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Monga SP. beta-Catenin
Signaling and Roles in Liver Homeostasis, Injury, and Tumorigenesis
Gastroenterology 2015 Jun;148(7):1294-310.
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Perugorria
MJ et al. Wnt-beta-catenin Signalling in Liver Development, Health
and Disease. Nat Rev Gastroenterol Hepatol 2019 Feb;16(2):121-136.
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