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4. Microscopia eletrônica. |
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Masc. 30 a. Clique para : exames de imagem, HE, colorações especiais, imunohistoquímica, microscopia eletrônica. |
O material usado nesta análise foi retirado da reserva em formol após uma semana. A qualidade, no entanto, foi considerada satisfatória o suficiente para apresentação aqui. Há boa preservação de membranas e organelas. As mitocôndrias estão tumefeitas, mas isto se deve não ao tipo de fixador (idealmente, líquido de Karnovsky), mas ao tempo de anóxia entre a retirada e a fixação. Na nossa experiência, este é o principal fator que governa a qualidade final da ultraestrutura. Tecidos fixados rapidamente, ainda que em formol a 10% não tamponado, exibem boa preservação. |
Destaques da microscopia eletrônica. | ||
Aspecto geral, células neoplásicas. Regulares, núcleos ovalados, nucléolos proeminentes, citoplasma rico em RER, circundadas por fibras reticulínicas. | Retículo endoplasmático rugoso. Em cisternas concêntricas ou paralelas | Mitocôndrias.
Geralmente escassas, excepcionalmente abundantes.
Junções intercelulares |
Reticulina. Material eletrodenso amorfo formando traves que separam células incompletamente | Colágeno. Fibras colágenas com estriações transversais mescladas ao material amorfo, em áreas. | Capilar. Células endoteliais delgadas, membrana basal interrompida ou ausente. |
Destaques da HE, colorações especiais, imunohistoquímica | ||
Aspecto geral do tumor. Em microscopia eletrônica, as células do hemangiopericitoma aparecem bem individualizadas, algumas em contato pelas suas membranas plasmáticas, outras separadas por um interstício de espessura variável, constituído predominantemente por fibras reticulínicas, com fibras colágenas também notadas em algumas áreas. Em microscopia óptica, estas são melhor observadas respectivamente na impregnação pela prata de Gomori e no tricrômico de Masson. |
Células
neoplásicas.
As células são relativamente regulares, recapitulando o aspecto em microscopia óptica. O núcleo predomina volumetricamente sobre o citoplasma. São núcleos de contorno arredondado ou ovalado, com projeções e indentações da carioteca, cromatina frouxa condensada sob a membrana nuclear, e nucléolo evidente. O citoplasma é variável, mas geralmente escasso. As principais organelas observadas são o retículo endoplasmático rugoso e mitocôndrias (detalhes abaixo). Ao contrário de outro caso de hemangiopericitoma, aqui praticamente não foram observados filamentos intermediários no citoplasma das células neoplásicas. |
Retículo
endoplasmático rugoso.
Em quantidade variável, mas notavelmente elaborado em algumas células. Observam-se exemplos muito ricos na organela, que por vezes, e na dependência do plano de corte, pode formar caprichosas convoluções ou círculos concêntricos de membranas densamente decoradas por ribossomos. A abundância do retículo endoplasmático rugoso (RER) dá idéia da intensidade da síntese proteica nas células do tumor. |
Mitocôndrias.
Eram de modo geral pouco abundantes; ao lado, célula excepcionalmente rica. Apesar de um pouco tumefeitas (por anóxia pré-fixação), mostram regularidade de diâmetro e da arquitetura das cristas. |
Junções
intercelulares.
Eram excepcionais no presente exemplo. Apenas as demonstradas ao lado foram observadas, lembrando diminutos desmossomos (setas). |
Interstício
- fibras reticulínicas.
A grande maioria das células era parcialmente circundada por material amorfo, moderadamente eletrodenso, lembrando membrana basal, que interpretamos corresponder às fibras reticulínicas da microscopia óptica. Estas, na impregnação argêntica de Gomori, são abundantes e circundam células individuais ou em pequenos grupos. O aspecto é comparável ao observado no outro caso de hemangiopericitoma postado neste site. |
Reticulina
+ colágeno.
Em vários campos, o material amorfo que interpretamos como fibras reticulínicas não se apresentava 'puro', mas com um componente mal definido de fibras melhor individualizadas, por vezes com uma sugestão de estriações transversais. Em ainda outros campos, ficavam claras as características morfológicas das fibras colágenas. |
Fibrilas
colágenas no interstício.
Já em outros campos, a presença das fibrilas colágenas no interstício, em meio ao material amorfo, não deixa dúvida. São observadas como cordoalhas individualizadas, com sua característica estriação transversal e periodicidade regular de 67 nm. Estas fibras são identificáveis em microscopia óptica pela cor azul no tricrômico de Masson. |
Capilar.
Apesar do grande número de capilares observado em microscopia óptica, especialmente com imunohistoquímica para CD34, só um foi individualizado em microscopia eletrônica. Ainda este, só o descobrimos pelas hemácias no seu interior. O motivo para esta aparente raridade se prende à extrema delgadez destes pequenos vasos, formados apenas por células endoteliais muito afiladas, apoiadas sobre uma membrana basal igualmente fina e que pode ser descontínua. Se não houvesse as hemácias, mesmo este capilar poderia ter passado despercebido, se as células endoteliais estivessem coaptadas. |
Descontinuidade
da membrana basal.
Capilares em geral são revestidos por uma membrana basal contínua, que dá suporte físico e serve de apoio às células endoteliais. Neste único capilar que observamos, a membrana basal é delgada e aparentemente descontínua, interrompida por prolongamentos celulares. A estrutura toda parece muito frágil, imaginando-se que possa colapsar facilmente na ausência de sangue na luz. Esta seria a razão dos capilares parecerem fendas, muitos só notados na imunohistoquímica para CD34. |
Agradecimentos.
Caso gentilmente contribuído pelos Drs. Ary Marconi Filho, Paulo
Roland Kaleff e Marcel Ramos Olivatto, Piracicaba, SP e Campinas, SP.
Preparações de microscopia eletrônica pelas técnicas Marilúcia Ruggiero Martins e Mayara Rodrigues Linares Silva, Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP. Campinas, SP. |
Para mais imagens deste caso: | ||||
TC, RM, angioressonância | HE | Colorações especiais | IH | ME |
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Hemangiopericitoma, outros casos :
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