Meningioma maligno infiltrando o cérebro

 
Masc.  74 a.  Este caso é um raro exemplo de meningioma maligno, ou meningossarcoma. Os meningiomas são em sua grande maioria tumores benignos e com boa delimitação em relação ao cérebro. Podem infiltrar a dura-máter e o osso próximo ao tumor (ver exemplo), mas mesmo estes são considerados benignos. Os principais critérios de malignidade são a infiltração do cérebro e anaplasia (pleomorfismo celular, mitoses, necrose). O presente caso preenche ambos. 
Espécime cirúrgico: tumor sólido, bem delimitado, com consistência firme, medindo cerca de 4 cm no maior diâmetro. 

A superfície externa voltada ao cérebro (embaixo nas fotos) era lisa ou levemente irregular. 

A superfície de corte apresentava alternância entre áreas esbranquiçadas e acinzentadas, (correspondendo respectivamente a regiões viáveis e necróticas, ver HE).


 
HE: Dos 11 fragmentos examinados histologicamente, dois tinham uma orla de cérebro onde foi possível constatar infiltração tumoral. 
Infiltração do cérebro pelo tumor
Interface entre o tumor (em cima e à E) e o cérebro, mostrando infiltração deste por lingüetas de tecido neoplásico. 
O cérebro infiltrado mostrava reação glial intensa, com astrócitos gemistocíticos. Em certas áreas havia proliferação de capilares cerebrais, fenômeno freqüentemente observado em tecido nervoso na proximidade de neoplasias malignas (p. ex., gliomas, metástases). 
Meningioma meningotelial.  O tumor apresentava as feições clássicas de um meningioma, com freqüentes redemoinhos (células pavimentosas em arranjo concêntrico, à maneira de bulbo de cebola). Calcificações (corpos psamomatosos) eram raras.
Atipias nucleares, mitoses, áreas de necrose.  Evidenciam a natureza agressiva do tumor. 
Tricrômico de Masson. Demonstra a infiltração cerebral.  Meningiomas freqüentemente são ricos em fibras colágenas, pois a célula meningotelial é um fibroblasto modificado. O colágeno  é corado em azul pelo tricrômico de Masson (corante = azul de anilina).  Observam-se mitoses. 

 
IMUNOHISTOQUÍMICA
GFAP. Marca os astrócitos do tecido nervoso gliótico infiltrado pelo meningioma. O tecido nervoso aparece mais escuro, o meningioma em claro (deveria ser totalmente descorado, mas há um pouco de reação de fundo, inespecífica).  Os astrócitos gemistocíticos destacam-se pelo seu citoplasma abundante. Dentro do tumor há ilhotas de tecido nervoso englobadas pelas lingüetas do meningioma. 
VIM. O meningioma é positivo para vimentina. O tecido nervoso é pouco corado (reação limitada a vasos e astrócitos fibrosos).  O caráter infiltrativo é nítido. 
EMA. Positivo focalmente no tumor, em padrão de membranas e citoplasmático. 
AE1AE3. Pancitoqueratina. Positivo focalmente no citoplasma das células neoplásicas (em grupos ou isoladas). 
KI-67. Marcador de proliferação celular, positivo em cerca de 10% dos núcleos do tumor. Tecido nervoso infiltrado não tem núcleos marcados. Várias mitoses são demonstradas. Nestas células, notar positividade também no citoplasma, granular e fraca. 

 
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Características de imagem dos meningiomas Neuropatologia dos meningiomas
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