Cisticerco cellulosae gigante 
Reação  inflamatória  em  volta

 
Reação do hospedeiro ao parasita.   Foram enviados quatro fragmentos da área cerebral em contato com o cisticerco, que permitem avaliar a reação do hospedeiro ao parasita.  A reação inflamatória é crônica inespecífica, composta por células mononucleares (linfócitos T e B, plasmócitos e macrófagos), que podem ser demonstradas separadamente por  imunohistoquímica. Na superfície de contato com o parasita há uma camada de células epitelióides com algumas células gigantes do tipo corpo estranho. A fibrose densa da leptomeninge, que se estende aos sulcos próximos, completa o quadro.  Para ver as células inflamatórias em imunohistoquímica, clique

 
Lâminas escaneadas coradas por HE e tricrômico de Masson. No Masson, a fibrose aparece em azul, e destaca-se do tecido nervoso gliótico. 

 
HE
Células  epitelióides. São macrófagos modificados por ação de linfocinas secretadas pelos linfócitos T. São maiores que os macrófagos comuns, com abundante citoplasma róseo e núcleo também maior, com cromatina mais frouxa e freqüentemente alongado, lembrando núcleo de fibroblasto. São mais eficientes para a fagocitose e digestão do que os macrófagos comuns. Para lâmina da coleção didática com granulomas tuberculosos ricos em células epitelióides, clique.
Células  gigantes. As observadas aqui lembram mais as chamadas células gigantes de corpo estranho, em que os núcleos estão distribuídos pelo citoplasma e mais concentrados no centro.  Diferem das células gigantes de Langhans, características da tuberculose, em que os núcleos se arranjam na periferia do citoplasma à maneira de ferradura. 
Reação inflamatória crônica inespecífica. É composta por linfócitos, plasmócitos, macrófagos e fibroblastos.  Para uma lâmina de meningite crônica da coleção didática em que estas células são demonstradas, clique.  Estas células estão na meninge e no parênquima cerebral, a certa distância da margem de contato com o parasita, onde predomina a reação granulomatosa. 

 
Tricrômico de Masson.

Nesta técnica o colágeno se cora em azul, destacando as áreas de fibrose do restante do tecido, que se cora em vermelho. 


 
IMUNOHISTOQUÍMICA
GFAP. Os fragmentos do tecido cerebral junto ao cisticerco após reação imunohistoquímica para GFAP.  O córtex cerebral mostra gliose reacional à presença do parasita e destaca-se fortemente em marrom.  As áreas de fibrose e infiltrado inflamatório coram-se em azul pálido pela hematoxilina (coloração de fundo). 
Gliose. A reação inflamatória crônica à presença do cisticerco é acompanhada por proliferação de astrócitos fibrosos no córtex vizinho. 
Os astrócitos fibrosos lançam prolongamentos aos vasos. Cada vaso recebe os processos de vários astrócitos que, em conjunto, aparecem como uma orla de material GFAP positivo em torno do vaso. 
Mesmo com a reação inflamatória e gliose, muitos neurônios corticais sobrevivem na imediata vizinhança do parasita. 

CÉLULAS  INFLAMATÓRIAS EM IMUNOHISTOQUÍMICA.  As reações imunohistoquímicas permitem demonstrar seletivamente os diversos tipos de células participantes da reação inflamatória inespecífica (linfócitos, plasmócitos e macrófagos) e específica (células epitelióides e gigantócitos). 
  • Os linfócitos B e T são demonstrados respectivamente  por CD20 e CD3
  • Os plasmócitos reagem para um dos dois tipos de cadeia leve:  kappa e lambda. Há números equilibrados dos dois tipos de cadeia, demonstrando-se que as células são policlonais (e não monoclonais, como num plasmocitoma, onde praticamente todos os plasmócitos são do mesmo tipo, geralmente kappa). 
  • Os macrófagos, e as células oriundas de transformação destes (epitelióides e gigantes) são positivos para CD68
CD20. Demonstra linfócitos B.
CD3. Demonstra linfócitos T.
Kappa. Demonstra parte dos plasmócitos (os que produzem cadeia leve kappa).
Lambda. Demonstra parte dos plasmócitos (os que produzem cadeia leve lambda).
CD68. Demonstra macrófagos e células deles derivadas (epitelióides e gigantes).
Macrófagos da reação crônica inespecífica. 

 
Para mais imagens deste caso:  TC, RM Macro, HE, azul de toluidina Microscopia eletrônica
...
Este assunto na graduação Mais casos de neurocisticercose
Neuroimagem  e Neuropatologia
..
Neuropatologia
- Graduação
Neuropatologia - 
Estudos de casos
Neuroimagem
- Graduação
Neuroimagem - 
Estudos de Casos
Roteiro 
de aulas
Textos 
de apoio
Correlação 
Neuropatologia - Neuroimagem
Índice alfabético - Neuro Adições recentes Banco de imagens - Neuro Textos ilustrados Neuromuscular Patologia - outros aparelhos Pages in English
..
VOLTA À PÁGINA ÍNDICE