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Lâmina
de esfregaço do tumor. Um fragmento a fresco de cerca
de 1 mm³ é esmagado entre duas lâminas e a lâmina
de cima é deslizada sobre a de baixo com moderada pressão.
O preparado é fixado rapidamente em alcool absoluto e corado por
HE. Distribuição relativamente uniforme, como no presente
caso, é possível quando o tecido é mole (cérebro
normal, gliomas, algumas metástases), mas difícil em tumores
consistentes ou com mais estroma (meningiomas, schwannomas). Quando bem
sucedido, o esfregaço permite bom rendimento de fragmentos pequenos,
dando uma fina camada de células e permitindo boa visualização
dos vasos.
Se o material submetido para congelação é muito escasso, preferimos tentar primeiro o esfregaço. Cortes de congelação de fragmentos diminutos podem ser frustrantes, especialmente se cristais de gelo distorcem o tecido. Se o material é maior, fazemos um esfregaço, depois congelamos um fragmento do restante, economizando uma reserva para fixação formólica sempre que possível. |
No esfregaço, as células neoplásicas formam uma monocamada, permitindo visualizar os núcleos, o escasso citoplasma com finos prolongamentos, e a árvore vascular. |
Os núcleos têm cromatina frouxa e bem distribuída, lembrando os de astrócitos. Várias células têm um ou mais nucléolos pequenos. Há moderada variação de tamanho nuclear. Os finos prolongamentos citoplasmáticos formam uma delicada trama fibrilar de fundo. Não foram observadas mitoses. | |
Os vasos são, na maioria, capilares que não diferem substancialmente dos do tecido nervoso normal. São delgados e de espessura uniforme, os núcleos das células endoteliais são regularmente espaçados, sem superposição, deixando sempre um segmento de citoplasma entre eles. Neste aspecto, o esfregaço é superior aos cortes, pois permite visualizar capilares por longas distâncias. No presente caso, demonstra a ausência de proliferação vascular, um dos critérios para diagnóstico de gliomas de grau mais alto. | |
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Imagens escaneadas de lâminas mostram o caráter relativamente uniforme do tecido neoplásico. A maior parte do tumor é um astrocitoma difuso com padrão fibrilar. A parte superior, com aspecto cribriforme, corresponde à área protoplasmática com microcistos. Um pequeno segmento de córtex cerebral infiltrado situa-se em cima e à E. | |
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Área fibrilar. Os astrócitos neoplásicos emitem abundantes prolongamentos que se entrecruzam formando uma trama compacta. Há moderada variação na forma, tamanho e cromatismo dos núcleos. Observam-se alguns astrócitos gemistocíticos. Capilares são delicados e não mostram proliferação das células endoteliais, como já notado no esfregaço (acima). Não há figuras de mitose ou áreas de necrose. Ocasionalmente notam-se neurônios no tumor, muito provavelmente pré-existentes. | |
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Área protoplasmática. Os astrócitos neoplásicos têm prolongamentos curtos e a celularidade do tecido é maior que na área fibrilar. É característica a formação de pequenos cistos entre as células neoplásicas, preenchidos por material basófilo amorfo (chamada degeneração microcística). O aspecto é o mesmo observado nas áreas protoplasmáticas dos astrocitomas pilocíticos. Nas áreas protoplasmáticas há também núcleos atípicos. Capilares têm aspecto normal. | |
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Infiltração do córtex cerebral. No pequeno fragmento de córtex foram fotografadas uma área superficial e outra profunda (portanto, mais próxima da massa tumoral). As células neoplásicas permeiam o córtex difusamente, estabelecendo um gradiente sutil de celularidade, que decresce em direção à superfície meníngea. A maior quantidade de células tumorais está no neurópilo (entre os corpos celulares dos neurônios), mas, junto a alguns neurônios, as células se agrupam, no fenômeno chamado de satelitose. | ||
Córtex superficial | Córtex profundo | |
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IMUNOHISTOQUÍMICA |
GFAP. Positivo difuso no citoplasma dos astrócitos, tanto na área fibrilar como na protoplasmática. | |
Área fibrilar. | |
Área protoplasmática. | |
VIM. Positiva só em parte dos astrócitos, principalmente os maiores, encontrados na área fibrilar. Os vasos e eventuais macrófagos perivasculares também são marcados. | |
Área fibrilar. | |
Área protoplasmática. | |
S-100. Positividade citoplasmática e nuclear. | |
NSE. Útil para demonstrar neurônios do tecido nervoso infiltrado, em meio aos astrócitos neoplásicos, que são negativos. Os neurônios só foram observados em certa área com padrão fibrilar e estavam ausentes na área protoplasmática (última fileira). | |
NF. Demonstra axônios remanescentes, ilustrando a natureza infiltrativa da neoplasia, que divulsiona os elementos pré-existentes. São melhor vistos na área fibrilar que na protoplasmática. | |
CD34. Positivo em células endoteliais, útil para ressaltar a rede vascular do tumor. Os vasos são finos, delicados e regularmente espaçados. Não há proliferação vascular. Comparar com proliferação endotelial em um glioblastoma multiforme, demonstrada com CD34. | |
KI-67. Na área fibrilar, marcação de poucos núcleos. Na área protoplasmática (última fileira) há maior número de núcleos marcados. | |
p53. Há maior quantidade de núcleos marcados que com Ki-67 nas duas áreas (fibrilar e protoplasmática). A positividade apóia que uma mutação do gene p53 tem papel na gênese deste tumor. | |
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Este assunto na graduação | Características de imagem dos astrocitomas |
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